Capítulo 42

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E você vai ficar, tipo:
"Amor, quem se importa?"
Mas eu sei que você se importa
Traga para minha casa
Você não sabe o que você fez, fez comigo
Sua linguagem corporal fala comigo
Eu não sei o que você fez, fez comigo
Sua linguagem corporal fala comigo

Under the influence, Chris Brown

O resto da tarde se passou em uma lentidão torturante

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O resto da tarde se passou em uma lentidão torturante. Eu já não estava mais ansioso para conversar com Angel, estava impaciente. Perdi as contas de quantas vezes já andei de um lado para o outro no quarto, de quantas vezes chequei as horas, ou esperei na sacada para vê-la chegar.

Certo, eu estava ansioso.

Eu sabia que devia contar a Angel sobre a visita de seu irmão, e a conversa que tivemos mais cedo. E eu vou. No entanto, eu seria um covarde se não admitisse o quanto estou com medo. Também pode ser egoísta da minha parte admitir que meu medo tem a ver com a possibilidade dela concordar em falar com Gabriel, ou que ela decida ir embora. Mas, que se foda. Eu não quero que ela vá embora, eu não posso deixá-la ir.

Como também não posso obrigá-la a ficar, e é só por isso que pretendo ser honesto com ela. Porque quero que ela fique por sua decisão, e não porque não faz idéia de que tem chances de voltar para casa. Eu quero que ela decida por si só, mesmo que haja uma alta probabilidade dela escolher ir embora.

Eu gostaria de não me sentir ameaçado sobre tudo que Gabriel me disse horas antes, gostaria de não me sentir culpado e de não achar que ele tem razão. Mas a realidade não é essa, porque em partes, ele tem razão. Eu a corrompi; queria que não fosse verdade, mas é.

Agora ela pode estar condenada, e eu sou um filho da puta, porque mesmo sabendo disso, eu não quero que ela vá. Mesmo agora, mesmo quando seu irmão, o arcanjo, me disse em alto e bom som que eu devo deixá-la ir para o bem dela, mesmo assim, eu não quero que ela vá. Não sou capaz disso, não sou forte o suficiente para não tê-la ao meu lado, sou covarde demais para isso.

Mas terei que encontrar alguma coragem para o fazer, caso seja essa a sua escolha. Embora eu não me importe em admitir que torço desesperadamente para que não seja.

Estava indo mais uma vez na sacada, mas parei na soleira da porta de vidro de correr quando vi Angel saindo do carro de Ben estacionado no meio-fio, do lado de fora do portão. Observei quando ela sorriu ao se despedir dele, e fiquei olhando quando o loiro arrancou com o carro e foi embora. Ela atravessou os portões e cumprimentou os guardas, caminhando ainda com um sorriso leve no rosto; senti um aperto no peito, ao mesmo tempo que meu coração acelerou.

Um segundo depois eu estava descendo as escadas correndo, e caminhando até a porta da frente à passos largos. Abri a porta a tempo o suficiente para ver Angel subindo os degraus da entrada, com o olhar fixado no chão. Seus olhos se encontraram com os meus e seu sorriso — antes direcionado ao Ben — vacilou e se fechou minimamente ao me ver.

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