Capítulo 27

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Maria havia voltado dois dias depois do meu pai; não contive a alegria ao vê-la, e foi a única vez que sorri de verdade nesse curto período de tempo

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Maria havia voltado dois dias depois do meu pai; não contive a alegria ao vê-la, e foi a única vez que sorri de verdade nesse curto período de tempo. Também não contive a vontade de abraçá-la, pois assim que ela atravessou a entrada, corri até ela.

- Maria! - Meus braços envolveram seu corpo antes mesmo dela assimilar o que estava acontecendo.

Mas quando percebeu, sua risada ecoou pela sala e ela me apertou igualmente. Seu abraço aqueceu cada parte de mim - até mesmo meu coração.

- Meu menino - sorriu quando a olhei, suas mãos segurando meu rosto - Parece que não te vejo há séculos!

Sorri para ela, sincero, abertamente. Senti a falta dela mais do que gostaria de admitir, senti tanto que doía. Sem Maria a casa não tinha cor. A vida não tinha cor.

- Pensei que não voltaria mais - fiz bico, ela revirou os olhos.

- Quanto drama! - riu - Claro que eu voltaria, seu tolo.

Sorri de novo, contente. Feliz.

- E como você está, huh? Parece tão abatido! Aconteceu alguma coisa?

E ali estava. Aquela preocupação, aqueles sentidos de mãe que ela tinha, que detectava todas as minhas emoções. Sabia quando eu ia desmoronar, ela sentia... quando tinha algo errado.

- Só estou cansado - argumentei - Cheguei há pouco da escola.

Ela assentiu, semicerrando os olhos um pouco desconfiada. Mas não deu tempo dela rebater, não quando Angel desceu as escadas correndo.

- Maria!

Ambos viramos para ela, a garota alegre que vinha até nós a passos largos e ligeiros. O sorriso largo no rosto, o brilho nos olhos, mesmo que não anulassem a sombra de tristeza dentro deles.

- Angel - Maria sorriu, abrindo os braços para ela assim que Angel se pôs em sua frente. Ambas se abraçaram, tão apertado que achei que faltaria fôlego nas duas - Está tão linda!

Angel sorriu radiante, e eu precisei desviar meu olhar para não sentir aquele aperto no peito sempre eu a via.

Fiz o máximo para ignorar Angel nesses últimos dois dias, mesmo com suas tentativas falhas de falar comigo, ou tentar se desculpar, ou a insistência. Mas, foi apenas eu me trancar no quarto com mais frequência que isso parou por um tempo.

Na escola, hoje, eu a evitei praticamente o dia todo. Fiquei invisível aos seus olhos, exceto na sala de aula - onde eu sentei o mais longe possível dela.

Só nos vimos ao chegar em casa, mas não dei a ela a chance de dizer nem ao menos um oi, subi as escadas e me tranquei no quarto outra vez, esperando ansiosamente a chegada de Maria.

Fernando não notou o que está acontecendo com Angel e eu, ou o fato dela não sair mais com Matt como antes, ou o porquê de eu me recusar a jantar quando Angel estava na mesa - ou talvez, provavelmente, ele estava fingindo pois não queria se intrometer.

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