Maria havia voltado dois dias depois do meu pai; não contive a alegria ao vê-la, e foi a única vez que sorri de verdade nesse curto período de tempo. Também não contive a vontade de abraçá-la, pois assim que ela atravessou a entrada, corri até ela.
- Maria! - Meus braços envolveram seu corpo antes mesmo dela assimilar o que estava acontecendo.
Mas quando percebeu, sua risada ecoou pela sala e ela me apertou igualmente. Seu abraço aqueceu cada parte de mim - até mesmo meu coração.
- Meu menino - sorriu quando a olhei, suas mãos segurando meu rosto - Parece que não te vejo há séculos!
Sorri para ela, sincero, abertamente. Senti a falta dela mais do que gostaria de admitir, senti tanto que doía. Sem Maria a casa não tinha cor. A vida não tinha cor.
- Pensei que não voltaria mais - fiz bico, ela revirou os olhos.
- Quanto drama! - riu - Claro que eu voltaria, seu tolo.
Sorri de novo, contente. Feliz.
- E como você está, huh? Parece tão abatido! Aconteceu alguma coisa?
E ali estava. Aquela preocupação, aqueles sentidos de mãe que ela tinha, que detectava todas as minhas emoções. Sabia quando eu ia desmoronar, ela sentia... quando tinha algo errado.
- Só estou cansado - argumentei - Cheguei há pouco da escola.
Ela assentiu, semicerrando os olhos um pouco desconfiada. Mas não deu tempo dela rebater, não quando Angel desceu as escadas correndo.
- Maria!
Ambos viramos para ela, a garota alegre que vinha até nós a passos largos e ligeiros. O sorriso largo no rosto, o brilho nos olhos, mesmo que não anulassem a sombra de tristeza dentro deles.
- Angel - Maria sorriu, abrindo os braços para ela assim que Angel se pôs em sua frente. Ambas se abraçaram, tão apertado que achei que faltaria fôlego nas duas - Está tão linda!
Angel sorriu radiante, e eu precisei desviar meu olhar para não sentir aquele aperto no peito sempre eu a via.
Fiz o máximo para ignorar Angel nesses últimos dois dias, mesmo com suas tentativas falhas de falar comigo, ou tentar se desculpar, ou a insistência. Mas, foi apenas eu me trancar no quarto com mais frequência que isso parou por um tempo.
Na escola, hoje, eu a evitei praticamente o dia todo. Fiquei invisível aos seus olhos, exceto na sala de aula - onde eu sentei o mais longe possível dela.
Só nos vimos ao chegar em casa, mas não dei a ela a chance de dizer nem ao menos um oi, subi as escadas e me tranquei no quarto outra vez, esperando ansiosamente a chegada de Maria.
Fernando não notou o que está acontecendo com Angel e eu, ou o fato dela não sair mais com Matt como antes, ou o porquê de eu me recusar a jantar quando Angel estava na mesa - ou talvez, provavelmente, ele estava fingindo pois não queria se intrometer.
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Pecado Divino
Romantizm+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível. Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele. Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...