+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível.
Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
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— Eu beijei o Darren.
Disparei antes que Phillip cruzasse a porta, o fazendo parar subitamente na soleira, ainda de costas para mim. Ele ficou imóvel, de modo que nem mesmo suas costas se moviam em alguma indicação de que estava respirando.
Eu odiava mentiras, e não ficaria sentada assistindo o Phillip correndo atrás de mim enquanto eu havia beijado o Darren — na minha cama, no mesmo quarto em que fizemos amor tantas vezes. Ele merecia saber, mesmo que o machucasse, eu não queria ser a garota hipócrita que exige honestidade e esconde sujeiras pelas costas.
— Não estou dizendo isso porque me sinto culpada — emboraeu me sinta, pensei — Nós terminamos e eu estava machucada, achei que deveria saber.
Phillip se virou lentamente — como uma cobra sorrateira prestes a dar o bote — e me olhou por cima do ombro, os olhos surpresos e magoados, a garganta oscilando.
— O quê?
Sua voz não passava de um sussurro, eu mal consegui ouvir, mas entendi. Não conseguia encará-lo, não podia olhar para seu rosto agora, para qualquer que fosse sua expressão de dor. Algo me dizia que eu ter beijado outra pessoa não o tenha afetado tanto, mas o fato da pessoa ser o Darren. Phillip o odiava — meu Deus, eu o odiava — e deixou claro suas intenções em relação ao demônio.
Chegou até o ameaçar quando este me chantageou para dançar com ele, e agora, de repente, eu o deixei que me beijasse. Tudo bem, Phillip poderia me odiar se quisesse, seria até mais fácil assim.
— Não precisa me olhar assim, eu sei o que está pensando, e eu não ligo — Afirmei, sem nem olhá-lo — Não me importo de ser apedrejada, mas já recebi julgamentos o suficiente, não vou ser julgada por isso também.
Ele suspirou, passando a mão nos cabelos, em silêncio, perturbado. Eu não conseguia ver seus olhos daqui, estavam fechados, apertados com força. Eu esperei, esperei que ele soltasse algum comentário venenoso, que dirigisse sua ira à mim, que me dissesse o quão traído se sentia. Mas ele... ele não disse nada, apenas respirou, respirou, respirou. Engolindo em seco uma e outra vez, movimentando o seu pomo de Adão.
