Capítulo 51

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Eu já sabia onde eu estava antes mesmo de abrir meus olhos; o chão estava úmido sob meus pés descalços, o cheiro pútrido que emanava do lugar deixava meus olhos lacrimejando

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Eu já sabia onde eu estava antes mesmo de abrir meus olhos; o chão estava úmido sob meus pés descalços, o cheiro pútrido que emanava do lugar deixava meus olhos lacrimejando. Eu queria correr, mas eu não enxergava nada. Estava escuro, estava frio, estava silencioso.

Minhas costas estavam doendo, eu não sabia o porquê, mas alguma coisa líquida escorria por ela. Suor? Água? Eu não sabia dizer. Não conseguia ouvir nada, nem sequer o som do vento soprando. Meu corpo tremia e latejava, conforme eu andava procurando um suporte para me segurar. Meus pés estavam me matando, o cheiro ruim aumentava a cada passo que eu dava.

Eu sabia onde eu estava, eu queria fugir, eu queria gritar, eu não conseguia, eu estava fraca.

Pisquei fortemente, tentando me ajustar àquela escuridão, aquele breu gélido e putrido, e, eu enxerguei alguma coisa. Pouco, quase nada. Mínimo, mas o suficiente. As paredes estreitas do beco pareciam estar se fechando ao meu redor, eu estava sem fôlego, o ar parecia incapaz de chegar até os meus pulmões. Eu estava com frio, abraçando meu corpo numa tentativa falha de me aquecer.

Dei mais alguns passos, caminhando ainda mais para o interior daquele beco escuro. Olhei para trás, por cima do ombro, tentando enxergar por onde eu entrei, não havia nada, só escuridão. Como eu entrei ali? Eu já estava ali antes? Eu vou conseguir sair? Meu corpo estremeceu ao som de passos ecoando pelo espaço apertado, me sobressaltei, tombando com algumas latas de lixo. O cheiro aumentou, o bile subiu na garganta, eu queria vomitar.

Mais passos ecoaram, e fiquei imóvel quando um assobio começou a soar pelo beco. Parecia o som de um pássaro, mas mórbido, e sombrio. Dei um passo para trás, tentando me esconder; não havia esconderijo, não havia escapatória. O assobio se intensificou, os passos se aproximaram. Ouvi ratos correndo ao redor dos meus pés, contive o grito, com medo de atrair aquela figura até mim.

Dei mais alguns passos para trás, minhas costas latejavam, doíam como o inferno, o líquido escorria com intensidade agora, pingando no chão até que criasse uma poça sob meus pés. Era gosmento, escorregadio e quente. Sangue. Eu estava sangrando, estava ferida. Minhas costas; minhas asas. Foram tiradas de mim.

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