Uma semana depois
Nathan
Mal atravesso a soleira da porta do meu quarto, e ouço minha mãe me chamar, ao mesmo tempo que aparece na porta.
— Nathaniel, que bom que está em casa — Diz aliviada, o que já posso deduzir que é um sinal de que vai me pedir um favor.
Me jogo na cama e a encaro, esperando ela continuar.
— Preciso que fique com o Sammy por algumas horas.
Arregalo os olhos para ela e nego com a cabeça rapidamente.
— Desde quando eu virei babá? — Indago, exasperado.
Eu não sei cuidar nem de mim mesmo, quem dirá de uma criança.
Sammy é o filho do namorado da minha mãe; a criança tem cinco anos, acho, e só nos vimos três vezes. Isso porque minha mãe está pisando em ovos em relação a morarem juntos de vez. Já tem um tempo que eles namoram, mas acham que não vou me dar bem com o moleque, sendo que eu já disse várias vezes que não me importo.
— Cadê o Gael? — Pergunto, voltando a atenção para a minha mãe.
— Está no trabalho e parece que chegará tarde. E eu preciso voltar para a empresa, então não posso ficar com ele. A babá também não poderá cuidar dele hoje, então só resta você.
Solto um suspiro longo, me rendendo.
— E cadê ele?
— No meu quarto. Vou chamá-lo. E você, seja legal com ele! — Ela diz, mas é praticamente uma ameaça.
Dou de ombros e ela sai do quarto, voltando segundos depois com meio metro de gente em seu encalço.
— Sammy, Nathan vai cuidar de você enquanto eu estou fora, tudo bem? — O menino assente, relutante.
O menino adentra o quarto e se senta numa poltrona perto da janela, evitando olhar para mim, ou qualquer lugar que não seja seus pés. Me sinto ofendido, parece que tem medo de mim.
— Não dê besteiras a ele, pelo amor de Deus! — Minha mãe chama minha atenção novamente e eu a olho, com um sorriso travesso no rosto.
— Relaxa, ele está em ótimas mãos.
Minha mãe, pouco convencida, revira os olhos e se despede, deixa o quarto e alguns minutos depois, ouço o bater de porta lá embaixo. Assim que estamos sozinhos, olho para o garotinho encolhido na poltrona, em silêncio, e relaxo os ombros.
Sammy tem a pele pálida, bochechas coradas, e seus cabelos são de um louro escuro, acho. Seus olhos são castanho-claros, e bem chamativos — ele é fofo, eu diria. Pode se dizer que ele é a cópia do pai, em todas as características. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas um ano de idade, segundo Gael, e dois anos depois ele conheceu a minha mãe. Estão juntos desde então.
— Quer pizza?
Pergunto, claramente ignorando o único pedido da minha mãe. Os olhos de Sammy parecem brilhar na mesma hora, e é impossível segurar um sorriso de satisfação que surge em meus lábios.
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Pecado Divino
Romance+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível. Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele. Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...