Capítulo 39 - Bônus

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Uma semana depois

Nathan

Mal atravesso a soleira da porta do meu quarto, e ouço minha mãe me chamar, ao mesmo tempo que aparece na porta.

— Nathaniel, que bom que está em casa — Diz aliviada, o que já posso deduzir que é um sinal de que vai me pedir um favor. 

Me jogo na cama e a encaro, esperando ela continuar.

— Preciso que fique com o Sammy por algumas horas. 

Arregalo os olhos para ela e nego com a cabeça rapidamente. 

— Desde quando eu virei babá? — Indago, exasperado.

Eu não sei cuidar nem de mim mesmo, quem dirá de uma criança.

Sammy é o filho do namorado da minha mãe; a criança tem cinco anos, acho, e só nos vimos três vezes. Isso porque minha mãe está pisando em ovos em relação a morarem juntos de vez. Já tem um tempo que eles namoram, mas acham que não vou me dar bem com o moleque, sendo que eu já disse várias vezes que não me importo.

— Cadê o Gael? — Pergunto, voltando a atenção para a minha mãe. 

— Está no trabalho e parece que chegará tarde. E eu preciso voltar para a empresa, então não posso ficar com ele. A babá também não poderá cuidar dele hoje, então só resta você. 

Solto um suspiro longo, me rendendo. 

— E cadê ele? 

— No meu quarto. Vou chamá-lo. E você, seja legal com ele! — Ela diz, mas é praticamente uma ameaça.

Dou de ombros e ela sai do quarto, voltando segundos depois com meio metro de gente em seu encalço.

— Sammy, Nathan vai cuidar de você enquanto eu estou fora, tudo bem? — O menino assente, relutante. 

O menino adentra o quarto e se senta numa poltrona perto da janela, evitando olhar para mim, ou qualquer lugar que não seja seus pés. Me sinto ofendido, parece que tem medo de mim. 

— Não dê besteiras a ele, pelo amor de Deus! — Minha mãe chama minha atenção novamente e eu a olho, com um sorriso travesso no rosto. 

— Relaxa, ele está em ótimas mãos. 

Minha mãe, pouco convencida, revira os olhos e se despede, deixa o quarto e alguns minutos depois, ouço o bater de porta lá embaixo. Assim que estamos sozinhos, olho para o garotinho encolhido na poltrona, em silêncio, e relaxo os ombros. 

Sammy tem a pele pálida, bochechas coradas, e seus cabelos são de um louro escuro, acho. Seus olhos são castanho-claros, e bem chamativos — ele é fofo, eu diria. Pode se dizer que ele é a cópia do pai, em todas as características. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas um ano de idade, segundo Gael, e dois anos depois ele conheceu a minha mãe. Estão juntos desde então. 

— Quer pizza?

Pergunto, claramente ignorando o único pedido da minha mãe. Os olhos de Sammy parecem brilhar na mesma hora, e é impossível segurar um sorriso de satisfação que surge em meus lábios.

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