+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível.
Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
⚠️Alerta de gatilho: violência sexual; mutilação⚠️
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Felizmente ou infelizmente, chegou o dia em que eu me encontraria com Gabriel outra vez; não sei se para ir para casa de vez, ou para fazer mais algum acordo — eu estava em pânico.
Embora estivesse muito imersa em minha cabeça, em minha confusão interna — ou no fato de Phillip me odiar, e dizer com todas as letras. Foi uma semana difícil.
E olhar para o garoto de olhos obscuros, eu só conseguia me odiar mais do que ele fazia; porque o simples fato de eu tê-lo machucado tão intensamente a ponto dele não conseguir me encarar, me partia ao meio — como a espada de meu irmão Miguel.
E embora eu tivesse alegado ao mesmo que ele me magoou, no outro dia, eu não conseguia direcionar nenhuma pontada de raiva à ele. Nem um fiapo. E eu sabia o porquê; sabia porque... porque eu estava morrendo em saber que iria embora sem que ele me perdoasse, sem que visse seu sorriso direcionado à mim. Eu iria embora sabendo que o quebrei.
Ele.
O homem por quem eu estava tão envolvida, o homem por quem eu nutri tantos sentimentos; o humano por qual eu... eu me apaixonei.
Eu estava apaixonada, e sequer me dei conta — estava apaixonada por ele no instante que cravei meus olhos neste, no momento em que o vira. Eu me apaixonei, me apaixonei como uma humana; tola e errante. Me apaixonei e nem mesmo percebi, porque ainda não conhecia nada, nenhum sentimento mortal ou humano. Nenhum.
E levei tanto tempo para notar isso, e agora... eu simplesmente... o perdi. Eu o perdi por um erro estúpido, uma idéia tola que eu aceitei, tudo porque eu ainda era apenas a criatura divina que caira do céu, porque eu não sentia nada. Nem empatia, nem amor, nem desejo, nem nada. E tudo isso me fez concordar com o Matt, porque achei que não afetaria ninguém, não daria em nada. Fui tola demais.
E agora, nada poderia ser feito. Phillip me odiava, e talvez fosse melhor assim, talvez a despedida seja menos dolorosa; talvez ele nem sinta a minha falta, sequer se importe quando eu partir. Porque eu o machuquei, o quebrei, parti seu coração como uma humana egoísta, traidora como ele afirmara.
Eu o perdi. O perdi e nada poderia consertar isso, porque eu estava indo embora, talvez, esta tarde... Depois da escola.
Gostaria de dizer que o tempo passou devagar e arrastado no colégio; gostaria de dizer que tive tempo de me despedir de meus amigos, que tive tempo o bastante para guardar cada detalhe de cada lugar dali. Mas não; o destino fora cruel comigo. As horas se passaram tão depressa que eu mal pisquei, e já estava voltando para casa. Nem sequer me lembro o que estudei hoje, nem mesmo lembro do que fiz na escola; apenas pensava nele.
O carro de Matt parou depois de algum tempo em frente à mansão dos Tucker; a casa que já foi meu lar, e que deixaria de ser em breve. Não me atrevi a chorar ali, embora meus olhos queimassem para que eu desabasse.
