Capítulo 34

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Meu pai estava irritadiço; possesso; puto

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Meu pai estava irritadiço; possesso; puto. Perdi as contas de quantas vezes ele socou a mesa de Renato, que tentava amenizar a situação — o que era impossível, obviamente.

Angel e eu estávamos sentados nas cadeiras próximo a parede, meu pai, em uma das cadeiras de frente à mesa do delegado, e a mãe de Pedro, na outra cadeira, ao lado de meu pai.

Eu tentava não olhar para a mulher chorosa diante de nós, conforme fungava e enxugava as lágrimas com um lenço. Revirei os olhos para a cena, parte porque eu sabia o motivo das lágrimas e com certeza não era por decepção por seu filho ter feito o que fez, não depois de tudo que eu fui obrigado a ouvir desde que coloquei os pés aqui.

Para esclarecer, o motivo de meu pai ter aparecido na escola tão rápido junto dos policiais, foi porque o perito havia mandado as informações para Renato horas antes e, Angel estava certa; Pedro era o culpado. As digitais eram dele, ele a estuprou. Renato ligou imediatamente para Fernando antes de irem à escola para prender o Pedro, e chegaram bem na hora da confusão, é claro.

Eu, como previsto, fui detido; não por ter espancado alguém, mas por tê-lo deixado em coma. E era por este motivo que a mãe dele chorava. Gostaria de sentir remorso pelo que fiz, mas não, eu faria novamente, da mesma forma, nem que isso o matasse. Porque ele matou a Angel quando fez aquilo com ela, ele matou uma parte dela, e ele não parece nenhum pouco ressentido.

Olhando para minhas mãos, agora, algemadas, tento manter minha cabeça erguida, manter a calma, a postura fria e imponente como a de meu pai. Tive que lutar contra tudo dentro de mim para não bater naqueles policiais quando me levaram, algemado, daquela escola, e eu sabia que as notícias sobre o herdeiro dos Tucker ter sido detido, já rolavam soltas nos jornais e sites mais famosos; mas também não me importei com isso.

— Tire as algemas do meu filho, agora — Fernando praguejou, cerrando os punhos ao lado do corpo.

— O quê? — A mulher, mãe do merdinha, protestou — Seu filho é um delinquente!

Meu pai riu, áspero, inumano. Olhou para a mulher de cima abaixo antes de voltar a olhar para o delegado, ignorando completamente a existência da mulher ao lado.

— Meu filho é uma vítima nessa história, Renato, sabe disso — A postura do meu pai era invejável, impenetrável e poderosa. Nada abalaria ele, nada.

— Seu filho deixou alguém em coma, Tucker — desviei o olhar para Angel, que estava atônita, quieta e em silêncio, não falara nada desde que chegou aqui — Isso compromete as coisas.

— Meu filho defendeu Angel — Ele rebateu, determinado — Pedro é um criminoso.

A mulher arquejou ao seu lado, exasperada. Estava disposta a defender aquele escroto até o fim, ignorando completamente o que ele fizera a Angel.

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