+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível.
Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
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Faz um bom tempo que Chuck não tem me ligado, e faz um bom tempo que não vou à Dragons. Então estou surpreso por ele estar me ligando bem agora; e talvez um pouco tenso.
Nathan acabou de sair daqui com Sammy, e Angel ainda está na porta encarando a rua por onde eles se foram, com um sorriso genuíno no rosto, o que entrega o quanto ela gostou do garoto. Mas não é pra menos, ele é uma graça.
Observo a mesma ainda distraída e, de fininho, vou até a cozinha atender o telefone.
— Fala — digo assim que atendo, poupando a formalidade que nunca tivemos.
— Está afim de uma grana extra? Apareceu uma proposta pra você de última hora.
Suspiro, espiando por cima do ombro para certificar de que Angel não está ouvindo.
— Quanto? — Pergunto, e me sinto patético.
Tudo isso parece patético. Eu sou rico, e embora pareça arrogância da minha parte, é verdade. Eu não preciso desse dinheiro, mas não entendo porque não consigo largar isso. Acho que, depois de tanto tempo usando a luta como escapatória, sou incapaz de me afastar assim.
— Mil.
— Mil? — engasgo — Quem é esse cara, afinal?
— É dos bons, é tudo que precisa saber. Como você também é um dos meus melhores lutadores, recomendaram você.
Passo a mão nos cabelos, e checo outra vez se Angel não está ouvindo. Em seguida, respiro fundo e volto para a sala, me direcionando às escadas. Angel está fechando a porta de entrada atrás de si, e assim que me vê, franze o cenho.
— Estarei aí — declaro e desligo, subindo os degraus de dois em dois.
— Phillip? — Ouço a voz de Angel assim que alcanço meu quarto.
— Hum? — Respondo, enquanto arrumo minha mochila.
Ouço seus passos entrando no quarto, seguida do som da porta se fechando. Não olho para ela, mas posso sentir ela me observando. Isso me deixa ainda mais tenso, porque não sei o que ela vai dizer se souber onde estou indo.
— Aonde vai?
Engulo em seco, ainda arrumando a mochila.
— Preciso ir à academia. — Explico, não explicando realmente.
— Academia? — Olho para ela e vejo seu rosto confuso, e então a expressão é tomada por uma de entendimento — Aquele lugar? — Sua voz parece alarmada.
Ótimo.
— Você vai lutar? — Indaga, os olhos um pouco maiores que antes.
Assinto, enquanto calço meus sapatos. Angel fica me encarando com as sobrancelhas altas, com uma expressão que indica que ela com certeza não aprova isso.
