Abri os olhos com relutância, sentindo a dor ao serem ofuscados pela claridade que se formava em meu campo de visão.
Reconheci onde estava ao passar os olhos pelo lugar, — era o meu quarto —, embora eu não soubesse o porquê de estar ali e como vim parar ali, eu sabia que tinha alguma coisa errada; senti no instante em que me mexi e uma parte de mim doeu imensamente.
Tentei não me alarmar ao me sentir imobilizado naquela cama, tentando me lembrar do que aconteceu.
Por fim, lembrei.
As imagens do ocorrido se materializaram em minha mente, mostrando-me o exato momento em que entrei na frente de uma bala pela Angel; o que rapidamente me fez pensar nela e onde ela estava neste momento.
Soltei um gemido de dor dessa vez, sentindo um ponto do meu abdômen doer outra vez. Levantei a cabeça minimamente para olhar meu tronco, apenas para ver um curativo grande naquela área. Suspirei, jogando a cabeça no travesseiro novamente.
Tomei a péssima decisão de tentar me levantar; me apoiando no criado mudo enquanto meus pés tocavam o carpete. Gemi de dor uma vez ou outra antes de me forçar a me levantar, mas fui surpreendido com a porta sendo aberta e Fernando entrando como um furacão.
— O que pensa que está fazendo?! — Mal percebi quando o mesmo se pôs ao meu lado, sustentando-me para não cair.
Grunhi com a dor que senti ao me sentar novamente, deitando logo em seguida.
— Quando você acordou? Está bem? Vou ligar para Marcos. — Suponho que seja esse o nome do médico, mesmo assim, o mantenho onde ele está. — Como se sente? Apagou por três dias. — Arregalei os olhos.
— Como? — Minha voz não passou de um murmúrio. — Por que estou aqui e não em um hospital?
— É mais seguro — Franzi o cenho — Escute, o tiro não atingiu nada importante, mas não pode fazer esforço. — Sua voz era fria e autoritária, mas me surpreendi ao sentir uma pontada de preocupação.
Suspirei, me ajeitando entre os lençóis e travesseiros.
— Me diga o que realmente aconteceu — Cruzou os braços, parado ao lado da cama.
Espremi os olhos, passando a mão pelos cabelos enquanto umedecia os lábios.
— Era um assalto…
— Não. Não era. — O olhei, franzindo o cenho.
— Do que está falando?
— Tentativa de sequestro. Alguém tentou me atingir diretamente, não foi por acaso. — Abri a boca formando um O, tentando assimilar.
— Outra vez isso? — Bufei — Não basta o que aconteceu há dois anos? — Ele cerra os punhos, desviando o olhar — Por que querem te atingir?
— Dinheiro, obviamente. — Deu de ombros — A empresa vem crescendo em relação a isso, altas porcentagens… — Ele gesticulou — Creio que querem dinheiro, o nome dos Tucker não sai dos noticiários ou jornais.
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Pecado Divino
Romansa+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível. Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele. Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...