Capítulo 31

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Acordei no meio da noite com um barulho de algo caindo, e sobressaltei na cama; me alarmei ainda mais quando vi que Angel não estava o meu lado

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Acordei no meio da noite com um barulho de algo caindo, e sobressaltei na cama; me alarmei ainda mais quando vi que Angel não estava o meu lado. Pulei da cama em meio segundo e me dirigi ao banheiro, onde vi que uma luz saía pela fresta da porta.

— Angel?

A chamei, abrindo mais a porta, encontrando a garota em frente ao espelho da pia. Estava despida, sua camisola caída no chão ao lado de seus pés, faixas sujas de sangue também estavam no chão e uma tesoura, cujo eu acho que foi a causadora do barulho.

Suas costas expostas, estavam sangrando e seus ferimentos visíveis; o que me levou a conclusão de que a mesma tentou refazer o curativo.

Busquei seus olhos ali, dando um passo para olhá-la pelo reflexo do espelho, e meu peito acelerou quando a vi chorando.

— Ei — não me importei que estivesse sem roupas, e nem ela, pelo que parece, pois mesmo notando minha presença, não se mexeu — Angel, o que foi? — ela não respondeu, fungava e chorava, e mantinha os olhos fechados.

Suas mãos agarravam a borda da pia e ela estava ofegante, seu peito subia e descia com fugacidade, e aquilo me partia o coração.

— Acordei com dores e estava sangrando... — começou, soluçando, a voz quebradiça — Então, eu tentei... eu tentei...

— Shhh — segurei seu rosto, virando-a em minha direção — Olhe para mim — pedi, ela não o fez — Angel, olhe pra mim — repeti, calmo, a voz rouca. Seus olhos se abriram, marejados e vermelhos, de partir o coração — Por que não me acordou?

— Eu queria tentar sozinha...

Assenti, passando os polegares por suas bochechas molhadas.

— Vamos limpar isso, sim? — ela fungou mais um pouco — Não chore, não chore — pedi, abraçando-a devagar, ela retribuiu forte.

[...]

Minutos mais tarde eu a coloquei na banheira quente, enquanto recolhia sua camisola do chão, a tesoura, e o resto do velho curativo. Abri o lixeiro para jogá-los quando algo me chamou atenção.

Olhei para Angel que estava distraída, encarando um nada, e voltei minha atenção para o lixeiro, puxando de dentro dele um vestido preto que eu tenho quase certeza que foi eu quem a dei; e mais certeza ainda que já havia o visto antes.

— O que é isso? — Indaguei, levantando a peça até seu campo de visão, Angel me olhou tensa, assustada.

— Queime isso — falou, quase que uma súplica — Queime.

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