+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível.
Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
Quando você sentir o meu calor, olhe nos meus olhos É onde meus demônios se escondem, é onde meus demônios se escondem Não se aproxime muito, é escuro aqui dentro
Demons,Imagine Dragons
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Amanheceu; mas não consegui dormir nem por um segundo. Vi o sol nascer lá fora e a noite ir embora aos poucos, mas em nenhum momento o sono veio até mim. Angel, por outro lado, dormia profundamente ao meu lado, agarrada a mim como se tivesse medo de que eu escapasse.
Seu ombro se movia para cima e para baixo em uma respiração lenta, seus lábios estavam levemente entreabertos e os cílios grossos e pesados devidamente colados um no outro. Sua feição delicada parecia capaz de acalmar cada átomo do meu corpo, muito embora penso que nada possa me acalmar agora.
A noite passada foi incrível, isso eu não poderia negar. Mas ainda assim, eu me sentia péssimo, mesmo depois de alegar a Angel que eu estava bem — o que era ridículo porque ela iria entender se eu dissesse que não estava.
Não quis tirar aquele sorriso lindo do seu rosto, ou deixar de ouvir os sons da sua risada enquanto brincávamos com as bolhas da banheira conforme tomávamos banho depois de fazer amor pela milésima vez. Ela estava feliz, e isso eventualmente me deixava feliz, mas…
Não pude evitar que meus pensamentos me levassem ao que Angel me contou ontem à noite, o segredo que a mesma guardou longe de mim e que não conseguia contar quando voltou. Saber que eu não estava lá quando a mesma descobriu da gravidez é como sentir meu peito sendo perfurado por adagas — eu deveria estar com ela.
Segurando-a enquanto desmoronava, porque sei o quanto foi difícil para ela saber daquilo, saber que esperava um filho e logo depois o perdê-lo.
Nosso filho.
Por um momento, eu quase fui pai; quase vi a barriga da minha namorada crescer, quase vi o nascimento do bebê, e quase o segurei nos braços. Tudo isso se foi, mesmo que eu soubesse que não estava preparado para a responsabilidade de ser pai. Ou se Angel estaria pronta para isso ou não.
Somos jovens demais — ou ao menos eu sou, dado aos milênios de vida que a minha namorada possuía.
De todo modo, dói saber que havia uma criança no ventre da mulher que eu amo, mas que nem mesmo cheguei a conhecer.
Não tínhamos como saber, nem como evitar.
Tudo que posso fazer é seguir em frente, e tentar não pensar no que poderia ter acontecido — passou, já foi, não aconteceu. Preciso focar no aqui e agora, na mulher que está em meus braços, na pessoa que eu amo com todo meu ser que às vezes mal posso respirar.
Não menti quando falei aquelas coisas ontem à noite, eu a quero em meu futuro. A quero como minha esposa, mãe dos meus filhos — sendo eles nossos ou não —, a quero como minha pelo resto de nossas vidas. Porque eu quero ser feliz, quero fazê-la feliz, porque ela já me faz feliz.
