Capítulo 62

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Mas talvez eu seja o pior, o pior que você teve
Te digo que você é linda, e depois te apunhalo pelas costas
Você está rezando para eu seja o cara certo, mas talvez eu seja uma maldição
Quanto mais você tenta me consertar, mais me deixa pior
Você poderia me amar no meu pior?
Você poderia me amar mesmo que isso, que isso machuque?

@ my worst, Blackbear

Tudo que houve pelo resto do dia foi silêncio

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Tudo que houve pelo resto do dia foi silêncio.

Depois que todos deixaram o meu quarto — incluindo Angel, que não quis falar comigo o dia todo —, eu me deitei na cama, na companhia do Whiskey, e não consegui conter as lágrimas que surgiram antes mesmo de eu perceber.

O porquê de eu estar chorando — outra vez — eu ainda não sabia. Se era por minha mãe, ou pelo que aconteceu hoje com Angel, ou outra coisa. Não importava. Eu só sabia que minha cabeça estava cheia, havia um turbilhão de pensamentos me atormentando e eu estava tão sobrecarregado.

Agora era noite, e eu sabia que Angel ainda não havia saído do quarto desde que se trancou lá hoje de manhã. Não sabia nem se ela estava mesmo lá, ou se aproveitou para voar pela sacada, já que agora possuía suas asas de novo.

Não quis pensar muito nisso, apenas saí do quarto e fui até o dela, não hesitando em bater na porta.

Esperei, ansioso, desejando desesperadamente falar com ela, conversar sobre aquilo, ou iria enlouquecer. No entanto, não houve resposta do outro lado da porta.

Suspirei, encostando a testa na madeira fria, fechando os olhos por alguns segundos. Ainda sentia minha cabeça doer pela pancada, tal como as costas, mas não deixaria que ela soubesse, não deixaria que se culpasse ainda mais.

— Angel — Chamei, ainda de olhos fechados — Abra a porta — Pedi, quase sem voz — Por favor, precisamos conversar.

Silêncio; não houve nada, nem mesmo um som vindo de lá. Ela havia mesmo saído?

— Angel... Por favor.

— Vai embora, Phillip — Meu coração deu um salto quando ouvi sua voz.

— Abra a porta — Repeti.

— Não posso... — Sussurrou, e só então percebi o quão próxima ela estava da porta — Só vai embora.

— Não — Declarei, forçando a maçaneta — Vamos conversar... Não se afaste de mim.

— Não quero te machucar.

— Você não vai — Aleguei, mas nem mesmo sabia se era verdade.

Angel não conseguia controlar seus dons, e eu não sabia do que ela era capaz; nem ela sabia. Céus, eu estava pouco me fodendo, eu precisava vê-la, eu precisava conversar, precisava dela.

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