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Uma semana após o início dos treinos e aulas. Todos se encontram incrivelmente disciplinados, o que significa que as 7 da manhã, a cozinha está cheia de gente tomando café e se preparando para começar o dia.
Me sento em silêncio e começo a comer um pequeno pote cheio de frutas variadas. Todo mundo a minha volta está surpreendentemente animado e disposto a conversar sobre literalmente qualquer coisa, tipo o quão bonito o jardim da casa se encontra.
Mas eu não, eu só queria ficar no meu quarto hoje e não falar com ninguém. Infelizmente tenho que cumprir com os meus compromissos e aqui estou eu, marcando presença, depois de ignorar 20 chamadas do meu pai e depois mais 40 mensagens onde ele estava claramente irritado.
Mas isso não importa, né? Eu só preciso sentar aqui e fingir que nada aconteceu, o dia irá passar e logo logo estarei deitada na minha cama novamente.
Alec me tira dos meus pensamentos ao se sentar ao meu lado e me encarar.
— Você está encarando esse pote há dez minutos.. aconteceu alguma coisa? – Pergunta e eu desvio meu olhar para o pote e depois para ele de novo.
— nada que seja da sua conta. – Digo mantendo minha voz firme e baixa.
— eu tento ser um cara bacana, mas você não colabora. – Diz dando de ombros e negando com a cabeça.
— não quero que seja um cara bacana, quero que mantenha distância. – Disparo enquanto me levanto e saio da cozinha o mais rápido possível.
Caminho em passos lentos e calmos até a sala de tiro, ao entrar na mesma, me encosto na parede e fecho os olhos respirando fundo. Meu coração está acelerado, meu peito parece que está pegando fogo e tudo o que eu quero é sumir.
Respiro fundo diversas vezes até o pessoal começar a entrar na sala e ocupar seus respectivos lugares.
Ethan para ao meu lado e da um pequeno sorriso.
— seja lá o que está te deixando assim.. esse é um ótimo momento para relaxar e descontar suas frustrações em outra coisa. – Diz enquanto me estende uma arma.
Assinto e me limito a dar um pequeno sorriso em resposta.
Ajeito a postura e posiciono a arma, foco no alvo e começo a atirar sem parar. Acerto todos os os alvos e só paro quando as balas acabam.
— Vai com calma, ainda temos algumas horinhas de aula. – Alec toca levemente no meu ombro e eu suspiro me afastando.
— Eu já terminei por aqui. – Falo empurrando a arma contra o seu peitoral definido e saindo da sala praticamente correndo.
Ando até o Jardim e me sento na grama. Me surpreendo ao olhar para o lado e ver um ramo de Dálias. Uma flor que representa Gentileza.
Seja gentil, Martina!
Ouvi muito isso ao longo dos anos, mas não adiantou muita coisa.
Dálias vermelhas são as minhas favoritas, significam Paixão insinuante. Algo que eu nunca senti, então não sei como funciona.
Mas parece ser algo intenso, profundo, ardente e difícil de entender. A cor vermelha representa bem isso.
Ouço passos atrás de mim e Alec se joga ao meu lado.
— eu quero ficar sozinha. – Digo encarando as flores ao meu lado.
— e eu quero conversar. – Diz de forma simples e óbvio, como se não estivesse nem aí para o que eu falei.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...