//Capítulo 78//

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(...)

Depois de um longo jantar, Alec me leva para o Jardim do hotel, que nos dá o privilégio de ter uma vista linda para o mar.

O céu está coberto de estrelas e juntamente com a lua, nos proporciona um combo perfeito.

Paro ao lado de uma árvore e observo Alec parado com as mãos dentro dos bolsos da frente da sua calça jeans preta.

Ele também me observa atentamente.

De repente esse momento parece um deja Vu.

Nós dois, observando a lua e as estrelas. Mas de alguma forma as coisas parecem diferentes.

É só eu e ele agora, namorando, tentando achar a melhor maneira de fazer isso dar certo.

— no que tanto pensa? – Sua voz me desperta.

— nada.. a gente gosta de observar a lua. – Ele ri baixo e eu o acompanho.

— sim, a gente gosta. – Ele concorda enquanto sorri e me olha como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo.

— vai raspar o cabelo de novo? – Tento puxar assunto e ele ri levemente.

— não, por enquanto vou deixar crescer. – Dá de ombros e eu assinto lentamente, sem ter muito o que falar.

Eu continuo sendo uma pessoa de poucas palavras, não importa o tempo que passe.

Meu coração está acelerado, parece que vai explodir a qualquer momento.

E eu sei o motivo.

— temos um banho marcado. – Seu olhar transmite desejo e cuidado, algo que me conforta.

— pode ir na frente e deixar as luzes apagadas? – Pergunto e ele assente, mesmo que esteja levemente confuso com o meu pedido.

— sim, até daqui a pouco. – Diz beijando minha testa e saindo logo em seguida.

Respiro fundo algumas vezes e deixo minha mente se perder diante da vista à minha frente.

Como fui capaz de esquecer um lugar tão lindo e acolhedor?

Não há lugar no mundo que me represente do jeito que esse me representa, cheio de vida, flores e recheado de natureza.

É horrível pensar que tantas coisas foram tiradas de mim, tantas pessoas. É horrível pensar que eu mesma fui tirada de mim, ao ponto de eu não saber quem eu sou ou de onde vim.

Suspiro tentando tirar esses pensamentos negativos da minha cabeça. Não importa o quanto eu tente, eles sempre voltam de alguma forma.

Respiro fundo e começo a caminhar de volta para o hotel.

Mas não deixo de reparar nos olhares atentos em mim.

Me pergunto se são os seguranças de Alec ou mais pessoas que me desejam morta.

Solto um suspiro frustrado por nunca conseguir me livrar daquilo que não pedi e entro no hotel.

Meu passos são calmos como nunca foram antes. O hotel em si parece mais silencioso que o normal e o elevador parece muito mais lento.

Saio do elevador e observo o corredor vazio, com uma sensação estranha no peito, não dou bobeira e entro logo no quarto, fechando a porta.

Minha boca se abre levemente ao ver Alec sem camisa, de costas enquanto coloca pétalas de dálias na cama.

— eu realmente não levo jeito pra isso. – Alec dá um pulo com o susto.

— achei que fosse demorar mais. – Diz rapidamente e eu rio levemente.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora