//Capitúlo 4//

145 13 4
                                    

— ele poderia ser um merda, mas um pai nunca é um merda em relação ao filho, eu não mostrei misericórdia á ele, mas mostraria misericórdia ao filho se ele tivesse. – Encaro o corpo por alguns segundos, mas logo desvio meu olhar para Alec.

— nenhum filho merece perder o seu pai por algo assim.. por alguém egoísta que não pode guardar o orgulho no bolso e mostrar misericórdia por um ser inocente, que não merece de todo perder o pai. – Alec assente de forma leve e curta enquanto aparenta estar pensativo.

— queria que quem matou o meu pai pensasse assim. – Dispara antes de virar as costas e sair andando.

O Pai dele está morto!?

Suspiro e encaro o corpo sangrando no chão, entro na balada e vou direto pra sala onde Sebastian e Ethan estavam, e onde Alec também está agora.

— vamos fechar a balada em alguns minutos. – Sebastian avisa e eu assinto.

— cuidam do corpo? – Questiono e eles assentem.

— leve ele pra casa, esse machucados vão precisar de curativos.. você pode fazer? – Aceno de forma positiva com a cabeça e desvio meu olhar para Alec que se mantém em silêncio.

Ele passa por mim em silêncio e eu suspiro.

— por que ele está chateado? – Sebastian Questiona confuso.

— talvez ele queria que fosse ele a matar o cara.. não eu. – Dou de ombros.

— você que matou? – Ethan questiona enquanto arregala os olhos.

— por que tanta surpresa? – Reviro os olhos e saio dali indo pro meu carro onde encontro Alec encostado no mesmo.

— posso dirigir? – Pede e eu com muito custo assinto.

Não gosto que dirijam meu carro.

(...)

— toma um banho, daqui a pouco eu te encontro na cozinha pra fazer o curativo. – Aviso enquanto passamos pela porta de entrada.

— não preciso que cuide de mim. – Caminha em direção a escada e eu respiro fundo.

— eu também não preciso cuidar de você, mas vou fazer mesmo assim, então cala a boca e faz o que eu disse. – Mando vendo o mesmo bufar e subir as escadas.

Gosto do fato de que mesmo ele sendo poderoso, chefe da máfia, criminoso e arrogante, eu de certa forma tenho moral sobre ele.

Subo pro meu quarto, tomo um banho rápido, coloco uma camisola e desço pra cozinha onde vejo Alec de tronco nu, apenas com uma calça moletom me esperando.

— aonde fica a caixa de primeiros socorros? – Ignoro seus músculos e ele aponta para um dos armários.

Pego a caixa e ele se senta, me aproximo e começo a limpar os machucados da sua boca, até sentir sua mão firme na minha cintura.

— o que está fazendo? – Sinto o local que a sua mão está encostada formigar.

— não precisa ficar tão longe, eu não mordo. – Solto um riso sincero.

— pelo que eu sei, morde sim. – Declaro terminando de limpar seu machucados.

— você que morde! Matou uma pessoa a sangue frio, sem nem pensar. – Afirma parecendo surpreso.

— você faria o mesmo. –Dou de ombros enquanto me afasto.

— eu tinha motivos. – Argumenta e eu assinto concordando.

— se eu não tivesse matado ele, talvez você não estivesse aqui pra contar história, então eu também tinha motivos. – Argumento de volta e ele me encara.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora