(...)
Saio do escritório depois de horas trancado no mesmo e encontro Andrew no corredor.
— Preciso falar com você. – Digo mantendo meu tom de voz baixo e calmo por incrível que pareça.
— Manda. – Diz enquanto olha algo no telefone.
— primeiro, larga isso! Segundo.. é importante. – Chamo a sua atenção enquanto praticamente arranco o celular da sua mão.
— preciso que ache um buquê de dálias. – Falo de uma vez e ele me encara.
— um buquê? De dálias? Pra quem? – Pergunta com um tom de voz levemente fino.
— em minha defesa eu estava estressado e tratei a Martina mal.. agora quero pedir desculpas. – Explico desviando o olhar.
— Você? Pedindo desculpas? Com um buquê de flores? Você tá apaixonado. – diz enquanto sorri levemente e eu respiro fundo.
— não estou apaixonado, só quero pedir desculpas e sei que essa é a flor favorita dela, então me faz um favor e ache um buquê. – Meu tom de voz é neutro, mas o fato de eu estar falando rápido deixa claro o meu nervosismo.
— você sabe o quão difícil é achar essas flores? – Pergunta e eu dou de ombros.
— minha mãe planta essas flores no jardim, então eu tenho para mim que não é impossível de achar. – Digo o encarando dando um pequeno sorriso.
— se sua mãe planta essas flores, por que a gente não arranca, faz um buquê e entrega? – Questiona já sem paciência e eu reviro os olhos.
— porque ela me mataria! Só acha a merda dessa flor pelo amor de Deus! E não ouse voltar pra casa sem um buquê em mãos. – Praticamente grito já perdendo a paciência também.
— monta algo bonito, tipo um mix de rosa, vermelho e roxo. – Aconselho enquanto passo pelo mesmo e vou em direção a cozinha.
Pego um copo de água e caminho até a janela da cozinha que dá vista para o jardim.
Observo Martina lutar com Ethan como se a vida dela dependesse disso. Ela luta bem, na verdade é difícil achar algo que ela não faça bem – Algo que as vezes é irritante.
Tem tanta coisa que eu não sei sobre ela, tanta coisa que eu gostaria de descobrir. Mas as vezes parece que nem ela sabe tudo sobre ela mesma. Ela não mentiu quando disse que o pai prendia ela dentro de uma bolha.
Eu gostaria de abaixar a guarda e ter a oportunidade de conhecê-la sem todo esse problema que nos envolve. Mas é impossível. Eu preciso fazer justiça pelo meu pai; E não é justo colocar a vida dela em risco só porque eu a achei bonita e interessante.
Respiro fundo e me retiro do local voltando para o escritório.
Um hora depois Andrew aparece no escritório. Pelo visto a busca pelo buquê não demorou muito.
— Conseguiu? – Pergunto encarando os papéis na minha mesa.
— sim, eu coloquei em cima da cama.. ela não me viu colocando. – Diz simples e eu ergo o olhar.
— obrigado. – Digo de forma simples e direta.
— quer me falar sobre esse tal pedido de desculpas? – Pergunta me encarando de braços cruzados.
— eu cansei de implicar com a garota, tá legal? Eu fui grosso e quis pedir desculpas.. isso é tão errado assim? – Pergunto perdendo a paciência.
— não, não é! Mas você nunca fez isso antes.. é estranho. – Diz e eu respiro fundo.
— fiz agora! E isso não significa nada, não que seja da sua conta, claro. – Dou um pequeno sorriso no final e ele revira os olhos.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...