//Capitulo 44//

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(...)

— isso foi uma péssima idéia. – Reclamo me segurando na barra que tem na lateral da pista.

— que isso! Você vai aprender, vem! – Me chama enquanto para no meio da pista e eu a encaro.

— como você acha que eu vou chegar até aí? – Pergunto em um tom sério.

Já estou começando a me irritar.

— deslizando. – Diz o óbvio enquanto sorri.

Ela está tão feliz que chega a ser irritante, principalmente porque ela está se divertindo, nas minhas custas!

— deslizando de cara no chão você quer dizer, né? – Questiono ouvindo sua risada ecoar pelo local.

Eu vi ela rir assim pouquíssimas vezes e fico feliz que dessa vez tenha sido por minha causa. A risada dela é linda e me faz rir também.

— para de graça e vem logo. – Riso ainda é presente na sua voz e eu respiro fundo me afastando da barra devagar.

Deslizo na sua direção com cautela e totalmente desengonçado enquanto tento não cair de cara no chão.

— viu? Não é tão difícil. – Diz sorrindo animada e no segundo seguinte meu corpo está indo contra o chão.

Pelo menos do chão não passa.

Meu Deus! Isso dói!

— tudo bem? – Pergunta se aproximando e estendendo a mão.

— isso dói. – Resmungo enquanto me sento e ela ri.

— você acostuma. Vamos! Levanta. – Diz me puxando.

Fico de pé e totalmente na defensiva, tanto que chega a ser ridículo.

— deixa o corpo reto! Você tá parecendo um velho de 90 anos. – Reclama me fazendo endireitar a coluna.

— deixa a perna firme, ela não vai a lugar nenhum se você não deixar. – Diz parando na minha frente.

— você vai controlar o movimento das suas pernas, elas só vão fazer o que você permitir. – Diz deslizando para trás enquanto ainda está virada para mim.

Como ela faz isso?

— como você está fazendo isso? – Pergunto admirado e ela ri.

— é necessário prática, um dia você aprende. – Sorri e me chama com a mão.

— não precisa andar rápido, vai no seu tempo... Precisa pegar confiança primeiro. – Explica enquanto fica andando em círculos.

Respiro fundo pensando se eu fiz a coisa certa em trazer ela para cá e me obrigo a deslizar pela pista.

— não precisa deixar a perna tão dura, elas precisam se mexer! – Ouço sua voz atrás de mim e eu trinco o maxilar, irritado comigo mesmo.

Isso é humilhante!

— vai Alec! – Diz e eu bufo.

— eu tô tentando. – Digo entra dentes enquanto faço força para me mover.

Tô fazendo tanta força que estou até suando.

Respiro fundo tentando ganhar confiança para fazer a coisa mais idiota do mundo.

É só chão, se cair levanta caramba.

Com isso em mente me movo devagar, mas ainda assim de forma desengonçada.

— você está indo bem. – Sua voz ecoa pelo local e eu nem me atrevo a olhar para trás para ver o que ela está fazendo.

Talvez eu devesse olhar, vai que ela está me filmando.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora