— o que eu faço primeiro? – Questiono olhando em volta.
— pega aquela pinça e tira a bala. – Fala tentando apontar para a pinça, mas desiste.
— sem anestesia? – Pergunto prendendo a respiração por alguns segundos.
— sim, vai logo por favor. – Fala e eu pego a pinça devagar enquanto reavalio tudo o que eu poderia estar fazendo agora.
Respiro fundo contando até três e retiro a bala ouvindo ele gritar.
Limpo o ferimento, passando os produtos necessários e dou os pontos do melhor jeito possível fazendo o curativo.
— pronto. – Falo passando a mão na testa.
— obrigado. – Fala se sentando devagar.
— de nada. – Falo me afastando, mas ele me puxa pra perto de novo.
— desculpa, mas seria impossível ficarmos juntos, você sairia machucada e apesar de eu ser um idiota.. não quero isso. – Fala me olhando.
— estou começando a achar que quem se apaixonou foi você. – Falo olhando-o com um sorrisinho de canto.
— sem chance – Fala soltando um riso.
— bom.. é uma pena, eu sou incrível. – Falo me afastando e indo pro meu quarto.
****
Desço as escadas e vou pra cozinha onde encontro Diana.
— bom dia Martina. – Diz dando um sorriso doce.
— bom dia. – Falo dando um pequeno sorriso enquanto me sento.
— obrigada por ter ajudado o idiota do meu filho. – Agradece dando um sorriso.
— tudo bem, não foi nada. – Digo encarando minhas panquecas.
— você tirou uma bala da barriga dele, como não foi nada? – Pergunta rindo de forma leve.
— okay, foi alguma coisa, mas está tudo bem. – Falo sorrindo e ela assente.
— ele é um idiota, mas eu não o deixaria morrer. – Afirmo de forma 100% sincera. Eu odeio o cara, mas não o deixaria morrer.
— você é uma garota incrível, apesar do pai que tem. – Fala dando um sorriso triste e se virando para a pia da cozinha.
— o que tem o meu pai? – Pergunto confusa.
— nada querida, deixa pra lá. – Fala dando um sorriso fraco e se virando para a pia de novo.
— o café está incrível, a senhora tem talento. – Falo tentando aliviar o clima.
— obrigada, fiz muitos cursos ao longo dos anos e culinária foi um deles. – Fala por fim se afastando da pia.
— gostaria de ter um restaurante? – Pergunto após mastigar um pedaço de panqueca.
— sim, mas é difícil com a vida que a gente tem. – Fala dando de ombros e eu assinto.
— e você? o que gostaria de ser? – Pergunta e eu suspiro ao não ter uma resposta.
— eu não sei, nunca parei para pensar nesse tipo de coisa, desde que eu me entendo por gente a minha vida gira em torno do meu pai. – Falo dando de ombros.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...