//Capitúlo 11//

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— o que eu faço primeiro? – Questiono olhando em volta.

— pega aquela pinça e tira a bala. – Fala tentando apontar para a pinça, mas desiste.

— sem anestesia? – Pergunto prendendo a respiração por alguns segundos.

— sim, vai logo por favor. – Fala e eu pego a pinça devagar enquanto reavalio tudo o que eu poderia estar fazendo agora.

Respiro fundo contando até três e retiro a bala ouvindo ele gritar.

Limpo o ferimento, passando os produtos necessários e dou os pontos do melhor jeito possível fazendo o curativo.

— pronto. – Falo passando a mão na testa.

— obrigado. – Fala se sentando devagar.

— de nada. – Falo me afastando, mas ele me puxa pra perto de novo.

— desculpa, mas seria impossível ficarmos juntos, você sairia machucada e apesar de eu ser um idiota.. não quero isso. – Fala me olhando.

— estou começando a achar que quem se apaixonou foi você. – Falo olhando-o com um sorrisinho de canto.

— sem chance – Fala soltando um riso.

— bom.. é uma pena, eu sou incrível. – Falo me afastando e indo pro meu quarto.

****

Desço as escadas e vou pra cozinha onde encontro Diana.

— bom dia Martina. – Diz dando um sorriso doce.

— bom dia. – Falo dando um pequeno sorriso enquanto me sento.

— obrigada por ter ajudado o idiota do meu filho. – Agradece dando um sorriso.

— tudo bem, não foi nada. – Digo encarando minhas panquecas.

— você tirou uma bala da barriga dele, como não foi nada? – Pergunta rindo de forma leve.

— okay, foi alguma coisa, mas está tudo bem. – Falo sorrindo e ela assente.

— ele é um idiota, mas eu não o deixaria morrer. – Afirmo de forma 100% sincera. Eu odeio o cara, mas não o deixaria morrer.

— você é uma garota incrível, apesar do pai que tem. – Fala dando um sorriso triste e se virando para a pia da cozinha.

— o que tem o meu pai? – Pergunto confusa.

— nada querida, deixa pra lá. – Fala dando um sorriso fraco e se virando para a pia de novo.

— o café está incrível, a senhora tem talento. – Falo tentando aliviar o clima.

— obrigada, fiz muitos cursos ao longo dos anos e culinária foi um deles. – Fala por fim se afastando da pia.

— gostaria de ter um restaurante? – Pergunto após mastigar um pedaço de panqueca.

— sim, mas é difícil com a vida que a gente tem. – Fala dando de ombros e eu assinto.

— e você? o que gostaria de ser? – Pergunta e eu suspiro ao não ter uma resposta.

— eu não sei, nunca parei para pensar nesse tipo de coisa, desde que eu me entendo por gente a minha vida gira em torno do meu pai. – Falo dando de ombros.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora