(...)
Acordo no meio da noite com o coração acelerado, o peito doendo e com falta de ar. Me remexo na cama tentando voltar a dormir, mas nada funciona.
Resmungo e me levanto descendo para a sala. O ambiente aqui parece estranhamente fresco. O quarto parecia que iria me sufocar a qualquer momento.
Me deito no sofá e fecho os olhos, voltando a dormir com um facilidade que me assusta.
Com a luz do dia entrando pelas janelas, acordo com alguém me abraçando por trás. Alec.
— você tinha que vir atrás de mim? – Pergunto sentindo ele se mexer.
— a cama fica vazia sem você. – Sua voz sai abafada, seu rosto está enterrado no meu cabelo.
Fico em silêncio, sem ter o que responder. Por um segundo, penso em comentar que vi o meu pai ontem, mas depois decido deixar isso quieto. Pelo menos por enquanto.
Me viro de frente pra ele e o observo.
— ele sabia, né? – Pergunto vendo ele abrir os olhos e me olhar confuso.
— ele sabia exatamente onde eu estava esse tempo todo, não é? – Pergunto vendo ele suspirar e fechar os olhos.
— pode falar, só preciso que confirme. – Digo vendo ele assentir.
— eu estava tentando te contar, mas você nunca queria conversar sobre. – Diz e eu assinto. Tenho consciência das vezes que pedi para não falarmos sobre eles.
— pode falar agora.. eu deixo. – Digo sem emoção nenhuma na voz.
— ele que mandou você para cá, ele me queria e te usou como isca. – Diz rápido e eu assinto lentamente.
— e deu certo, aconteceu tudo o que ele queria. – Diz e eu suspiro.
— você deveria ter matado ele. – Digo ouvindo ele soltar um riso fraco.
— não, não deveria. – Diz me olhando com atenção.
Dou de ombros e me aconchego em seus braços. Se eu pudesse não sairia daqui nunca, mas como sempre, Andrew aparece para atrapalhar.
— de novo vocês por aqui? – Pergunta nos olhando e eu bufo.
— não enche. – Reclamo ouvindo ele rir.
— Alec, o trabalho te chama. – Diz nos olhando e Alec resmunga ao meu lado.
— que isso! Ficou manhoso agora? – Zoa rindo levemente e Alec se levanta.
— você é insuportável, Andrew. – Diz saindo da sala e eu solto uma risada.
— o que vocês vão fazer? – Pergunto encarando Andrew.
— vamos para a empresa hoje, lugar que você também deveria ir.. tem trabalho para você lá. – Sugere e eu dou de ombros.
— irei em breve, prometo. – Digo vendo ele negar com a cabeça e sair.
Meu telefone vibra e eu vejo uma notificação de mensagem da minha mãe.
*Mensagem on*
Mãe: gostaria de conversar com você. Seu pai me disse muitas coisas, Martina! Pode me encontrar na localização que irei mandar em seguida.
Mãe: *localização*
*Mensagem off*
Não respondo e me pergunto se vale a pena ir.
Me levanto indo pro meu quarto e me arrumo seguindo para a minha rotina do dia, alimentação, treinos, aulas e coisas do tipo.
Tudo isso, enquanto penso se encontro minha mãe e provavelmente toda a minha família pessoalmente.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomansaUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...