//Capitulo 31//

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(...)

Seu carinho no meu cabelo está me dando sono e ao mesmo tempo tédio. Me viro pra ele de novo e ele me encara com tranquilidade.

- vai ficar calado? - Pergunto vendo ele soltar um riso.

- vou, só assim pra gente não brigar. - Diz tranquilo e eu o encaro.

Mudo de posição e me sento no seu colo.

- olha a safadeza. - Me encara em sinal de advertência e eu dou de ombros.

Encaro seu tronco nú e reparo em como suas tatuagens são pequenas e discretas, tirando o fato de que não são muitas.

Contorno cada uma delas e me pergunto o significado de cada uma.

Minha mão para na sua cintura, onde tem uma tatuagem pequena, que eu não consigo reconhecer o que é porque a barra da calça cobre grande parte da mesma.

- posso dar uma olhada? - Pergunto pressionando os lábios em uma linha e ele sorri assentindo.

Abaixo a barra da calça apenas o suficiente para ver a tatuagem e encontro um nó.

Um nó? Sério?

- é a tatuagem da gangue. - Explica e eu rapidamente levanto o olhar e o encaro.

- Por que não me disse que a gangue tinha uma tatuagem? - Pergunto levemente indignada.

- Porque a partir do momento que você fizer não tem como voltar atrás. - Diz me olhando com atenção. Ele está sendo sincero.

- Você quer que eu volte atrás? - Pergunto vendo ele suspirar e se sentar sem me tirar do seu colo.

- Não, mas seu pai é da gangue rival, não é tão simples assim... - Começa, mas eu o corto.

- Não? Você usufrui daquilo que eu sei fazer, mas não permite que eu faça parte da gangue.. pelo menos não completamente. - Falo olhando-o e o mesmo suspira de novo.

- As meninas fizeram a tatuagem, não fizeram? - Pergunta temendo que a resposta seja exatamente aquilo que eu acho que vai ser.

- Sim.. - Fala e eu solto um riso irônico sentindo meus olhos lacrimejarem.

Me levanto saindo do seu colo e antes de caminhar até a porta sinto meu braço ser puxado.

- Me solta. - Falo tentando me afastar.

- Eu estou tentando te proteger. - Fala me obrigando a olha-lo.

- Então para de tentar caramba. - Falo me soltando do seu aperto.

Mesmo que contra minha vontade, uma lágrima escorre e eu me amaldiçoo por isso.

— eu vou fazer a merda dessa tatuagem, e não é você que vai me impedir. – Minha voz sai firme e ao mesmo tempo trêmula por conta do choro preso na garganta.

Ele assente levemente.

— só faz em um lugar escondido, tá? – Pede e eu balanço a cabeça saindo do quarto em seguida.

Mas ele me impede entrando na minha frente.

— que que é? – Pergunto grossa.

— você quer fazer a tatuagem? – Pergunta e eu assinto com convicção.

— tudo bem, mas pode esperar um pouco? Pensar no que isso significa? – Pergunta e eu suspiro.

Mesmo que contra a minha vontade, assinto concordando.

— será que tem como a gente não brigar por isso? – Pergunta e eu bufo revirando os olhos.

— desde quando você se importa se a gente briga? – Pergunto me afastando.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora