//Capítulo 51//

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E eu fiquei de fato uma semana de molho, sem poder fazer nada. Quase despenquei da escada umas mil vezes por conta das muletas e em todas as vezes, alguém diferente apareceu para me segurar.

Felizmente, hoje foi o dia em que eu dei adeus àquele treco e passei a usar um curativo menor.

O ferimento já começou a cicatrizar e eu não sinto mais dor. O meu tornozelo desinchou e também não dói mais. Tudo voltou ao normal.

Exceto o fato de que Alec não quer que eu o acompanhe em nada. Continua querendo que eu fique em casa e quando eu saio, manda um exército de seguranças atrás de mim, contra a minha vontade claro.

Algo no comportamento dele tem me incomodado muito, mas não posso reclamar, não namoramos, certo?

Mas preciso mentalizar que me incomoda o fato de ele se afastar em diversos momentos e me excluir de tudo o que pode.

É como se eu tivesse que competir a atenção dele com diversas pessoas e coisas. Durante o dia ele se mantém indiferente e longe e a noite aparece para cuidar de mim.

Ele insiste em dizer que não tem outra pessoa envolvida, mas não adianta, ele não tem sido o mesmo comigo.

Então a pergunta que fica é, quem e o que tem tomado tanto o tempo dele?

(...)

- aonde vamos hoje? - Pergunto entrando no escritório e ele me olha.

- você não vai á lugar algum. - Essa frase já está tão batida, ele fala isso todos os dias.

- você está me irritando. - Digo vendo ele dar de ombros.

- você não manda em mim. - Continuo vendo ele suspirar e me olhar.

- o que você quer que eu faça? - Pergunta e eu o encaro.

- me deixe participar das coisas? Eu não sou um enfeite, Alec! - Reclamo vendo ele suspirar.

- eu sei, é que.. não tem nada para fazer. - Diz e eu o encaro e logo em seguida assinto.

- ok, te vejo na balada hoje. - Afirmo me virando para sair do escritório.

- o que? Nada disso! - Diz se levantando e eu me viro de volta para ele.

- lembra de quando eu disse que você não manda em mim? Pois é, eu vou. - Dou um sorriso singelo e por fim saio do escritório.

Vou á procura das meninas e encontro as três na sala de monitoramento, mas o fato de elas mudarem o assunto assim que eu passo pela porta, me incomoda profundamente.

- não precisam mudar de assunto só porque eu cheguei. - Digo antes que eu possa impedir a mim mesma.

- que isso, Tina! - Liv dá um sorriso sem graça e Isa desvia o olhar.

- se eu cheguei em um momento ruim, é só falar que eu saio. - Dou de ombros e espero uma resposta, mas não tenho.

- okay.. - Digo dando alguns passos para trás e começando a sair da sala.

- espera.. não precisa sair. - Madi diz e eu nego com a cabeça enquanto me viro e saio da sala.

Agora vai ser assim? Alec não deixa eu fazer absolutamente nada! E as meninas guardam segredos?

Respiro fundo enquanto caminho em direção ao jardim.

Já tem semanas que o Alec está estranho e seu comportamento muda de forma rápida e frequente.

E agora as meninas estão escondendo algo.

Todo mundo tem tido propósitos, tarefas, missões; e aqui estou eu, implorando pelo mínimo, por menos do que o mínimo.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora