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E eu fiquei de fato uma semana de molho, sem poder fazer nada. Quase despenquei da escada umas mil vezes por conta das muletas e em todas as vezes, alguém diferente apareceu para me segurar.
Felizmente, hoje foi o dia em que eu dei adeus àquele treco e passei a usar um curativo menor.
O ferimento já começou a cicatrizar e eu não sinto mais dor. O meu tornozelo desinchou e também não dói mais. Tudo voltou ao normal.
Exceto o fato de que Alec não quer que eu o acompanhe em nada. Continua querendo que eu fique em casa e quando eu saio, manda um exército de seguranças atrás de mim, contra a minha vontade claro.
Algo no comportamento dele tem me incomodado muito, mas não posso reclamar, não namoramos, certo?
Mas preciso mentalizar que me incomoda o fato de ele se afastar em diversos momentos e me excluir de tudo o que pode.
É como se eu tivesse que competir a atenção dele com diversas pessoas e coisas. Durante o dia ele se mantém indiferente e longe e a noite aparece para cuidar de mim.
Ele insiste em dizer que não tem outra pessoa envolvida, mas não adianta, ele não tem sido o mesmo comigo.
Então a pergunta que fica é, quem e o que tem tomado tanto o tempo dele?
(...)
- aonde vamos hoje? - Pergunto entrando no escritório e ele me olha.
- você não vai á lugar algum. - Essa frase já está tão batida, ele fala isso todos os dias.
- você está me irritando. - Digo vendo ele dar de ombros.
- você não manda em mim. - Continuo vendo ele suspirar e me olhar.
- o que você quer que eu faça? - Pergunta e eu o encaro.
- me deixe participar das coisas? Eu não sou um enfeite, Alec! - Reclamo vendo ele suspirar.
- eu sei, é que.. não tem nada para fazer. - Diz e eu o encaro e logo em seguida assinto.
- ok, te vejo na balada hoje. - Afirmo me virando para sair do escritório.
- o que? Nada disso! - Diz se levantando e eu me viro de volta para ele.
- lembra de quando eu disse que você não manda em mim? Pois é, eu vou. - Dou um sorriso singelo e por fim saio do escritório.
Vou á procura das meninas e encontro as três na sala de monitoramento, mas o fato de elas mudarem o assunto assim que eu passo pela porta, me incomoda profundamente.
- não precisam mudar de assunto só porque eu cheguei. - Digo antes que eu possa impedir a mim mesma.
- que isso, Tina! - Liv dá um sorriso sem graça e Isa desvia o olhar.
- se eu cheguei em um momento ruim, é só falar que eu saio. - Dou de ombros e espero uma resposta, mas não tenho.
- okay.. - Digo dando alguns passos para trás e começando a sair da sala.
- espera.. não precisa sair. - Madi diz e eu nego com a cabeça enquanto me viro e saio da sala.
Agora vai ser assim? Alec não deixa eu fazer absolutamente nada! E as meninas guardam segredos?
Respiro fundo enquanto caminho em direção ao jardim.
Já tem semanas que o Alec está estranho e seu comportamento muda de forma rápida e frequente.
E agora as meninas estão escondendo algo.
Todo mundo tem tido propósitos, tarefas, missões; e aqui estou eu, implorando pelo mínimo, por menos do que o mínimo.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...