(...)
Desço do carro olhando em volta e coloco uma arma na cintura, torcendo para não usá-la, afinal, temos uma criança no local.
Respiro fundo me aproximando do local enquanto olho em volta, me surpreendo ao ver que não tem nenhum segurança na porta.
E em parte isso me avisa que pode ser uma armadilha. Eu posso não sair viva daqui e isso não me assusta nem um pouco. Ter uma criança no meio disso é um argumento que me conforta, posso me segurar a isso e ninguém vai me questionar.
Tiro a arma da cintura deixando a mesma carregada e abro a porta devagar. Prendo o ar ao ver um homem enorme dormindo em uma cadeira.
Penso se devo fazer silêncio e seguir o meu caminho ou se devo mata-lo por garantia.
Pensando com a cabeça do Alec, dou um tiro em seu peito, chamando a atenção de outros seguranças. E no minuto seguinte, lá estou eu, sozinha, em um tiroteio com sei lá quantos criminosos e uma criança escondida em sei lá onde.
Me escondo atrás de uma coluna e tento acertar o máximo de pessoas possível, torcendo para as balas não acabarem.
O choro está entalado na garganta, duas partes de mim brigam entre si.
Você quer morrer ou não? Isso seria um alívio para você, certo?
Você só tem 20 anos!
Vai adiantar alguma coisa continuar vivendo?
Você tem a vida inteira pela frente!
Vale a pena?
Você tem a vida inteira pela frente..
Um lágrima cai e eu disparo um último tiro, vendo o possível último homem cair.
Me levanto e corro pela casa, vasculhando todos os quartos e no penúltimo, acho Luca encolhido em um canto.
— sei que não tivemos muito contato, sei que não confia em mim e você não deve! Mas preciso que venha comigo. – Peço desfazendo o nó da corda que o prende.
— quem é você? – Pergunta me olhando desconfiado.
— uma amiga do Alec.. vou levar você para ele, ok? – Pergunto e ele assente lentamente.
— a gente precisa correr.. eu preciso que você corra e não olhe para trás, pode ser? – Pergunto e ele assente.
Me levanto carregando a arma e caminho até a porta.
— corre e quando você chegar lá fora, vai ser um carro.. abre ele, entra e deixa ele ligado.. eu vou logo atrás. – Entrego a chave do carro e ele assente determinado.
Ele é muito parecido com o irmão.
Aceno com a cabeça e ele sai correndo, o que me faz começar a correr enquanto olho para trás e para todos os lados possíveis, enquanto desvio dos corpos no chão perto da saída.
O meu tornozelo dói por conta da corrida inesperada, provavelmente em algum momento eu pisei errado.
Ignoro a dor e desço as escadas da varanda.
Posso ver Luca entrando no carro e abrindo o mesmo, mas ao mesmo tempo vejo alguém dando um tiro no pneu.
Merda!
— SAI DO CARRO! – Grito chamando sua atenção, a criança me encara confusa, mas sai e se encolhe atrás do carro.
É uma corrida que parece infinita, parece não ter fim, o carro parece estar a milhares de quilômetros de distância.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...