//Capítulo 46//

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(...)

Deposito socos no saco de pancada à minha frente como se a minha vida dependesse disso.

Dou um chute fazendo o saco cair no chão e olho de relance para a porta da academia, vendo Martina me olhando.

Ignoro colocando o saco de volta no lugar e ouço seus passos se aproximando.

— então agora você dá ordens? – Pergunta com aquele tom amargo que só ela tem. Permaneço de costas para ela.

— e pelo visto você aprendeu a obedecer. – Retruco sem olhar para ela, mas a mesma faz questão de entrar na minha frente e me obrigar a olha-la.

— não vai acontecer de novo. – Garante em um tom firme e me encara.

— o que aconteceu? Você era uma pessoa completamente diferente ontem. – Diz me olhando com atenção e eu desvio o olhar enquanto me afasto.

— você não devia estar treinando? – Pergunto mudando de assunto e ela cruza os braços enquanto me encara.

Ela com certeza me mataria agora mesmo se tivesse a oportunidade.

— vai mesmo agir assim? – Pergunta e eu prendo o ar.

Esse é o momento em que eu respondo que sim e ela sai e nunca mais me olha da mesma forma, certo?

— eu tenho muitas coisas para fazer. – Me limito a dar uma desculpa idiota e me amaldiçoo por isso.

Saio da academia e subo pro meu quarto me trancando no mesmo.

*Pov Alec off*

*Pov Martina on*

Vejo ele sair da academia e transbordando raiva, dou um soco no saco de pancada, seguido por vários outros.

— ei! Você está sem luva! – Isabella chama a minha atenção e eu puxo o ar.

— eu não vou treinar hoje. – Aviso passando por ela e saindo da academia.

Passo pela sala e subo pro quarto, me encosto na porta e deixo o meu corpo deslizar até o chão.

Eu demorei tanto para me entregar para alguém e no final eu consegui isso? Me apaixonar por alguém tão instável quanto o meu pai? Alguém que muda quando bem entende?

Eu vivi isso a minha vida toda e não foi por escolha minha, minha mãe escolheu, não eu.

Então, agora que a decisão está nas minhas mãos, eu vou escolher continuar vivendo isso? Vale a pena aceitar isso só por amar alguém?

Limpo as lágrimas que escorrem e abraço meu joelho.

Eu sabia que quando eu finalmente deixasse algo que envolvesse amor entrar na minha vida, isso aconteceria. Mas eu não sabia que me sentiria assim.

Sinto meu telefone vibrar e pego o mesmo, vendo o nome do meu pai no visor.

*Mensagem on*

Arthur – estarei indo para New York em breve, espero que possa ser uma filha descente por um dia e tire um tempo para ver o seu pai.

Arthur – continue ignorando todas as minhas mensagens e chamadas e o nosso próximo encontro será para eu te levar de volta à Los Angeles.

Arthur – e não cometa o erro de duvidar de mim, sabe que tudo o que eu quero, eu consigo. Afinal, eu que pago as suas contas, não vamos esquecer disso.

*Mensagem off*

Bloqueio a tela do telefone e sinto meu peito apertar. O coração acelera, as mãos tremem e o choro transborda. As coisas não mudaram nem um pouco, ele e as coisas que ele fala e faz continuam tendo o mesmo efeito em mim.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora