(...)
Deixo a janela do carro aberta e fecho os olhos ao sentir o vento no meu rosto.
De repente o carro para e eu encaro Alec que sorri, ou tenta.
— que lugar esse é? O que estamos fazendo aqui? – Pergunto vendo apenas árvores ao nosso redor e um lago.
— um pouco de silêncio faz bem. – Diz saindo do carro e eu faço o mesmo.
— é perigoso. – Aviso e ele ri pelo nariz.
— estou armado agora e não vamos demorar. – Diz me guiando até a beirada do lago.
— não acha que em algum momento as coisas vão dar errado? Nem sempre a gente vai ter sorte. – Comento vendo ele assentir.
— é exatamente esse o meu medo, estão tentando nos pegar e em algum momento vão conseguir. – Suspira pela boca e eu me aproximo abraçando sua cintura.
— vamos dar um jeito. – Asseguro sentindo ele me abraçar de volta.
— você não deveria estar no meio disso. – Diz me olhando e eu o encaro.
— eu escolhi isso, Alec. – Digo firme e ele assente.
— e eu não vou a lugar algum. – Acrescento o encarando.
— você é Incrível, Martina Gagliardi. – Diz me olhando com carinho e eu sinto meu rosto ficar vermelho.
— para com isso. – Digo tentando me afastar, mas ele me segura com mais força.
— você virou o meu mundo de cabeça pra baixo. – Continua e eu dou de um sorriso tímido.
— e eu passei a gostar disso. – Admite encostando sua testa na minha.
— você me faz ir contra tudo o que eu acredito. – Digo o encarando.
— e eu não sei dizer se isso é algo bom ou ruim. – Concluo o abraçando e me permitindo ficar ali pelos próximos minutos.
Observando o céu estrelado e eternizando na memória um momento que pode ser que nunca se repita.
Há poucas horas estávamos roubando uma pessoa, batendo em outras e fugindo da polícia pela milésima vez. E agora tudo o que eu consigo pensar é no cara de roupa social e cabelo raspado na minha frente.
E pela primeira vez, não me sinto culpada por isso.
(...)
— eu vou beber alguma coisa na cozinha. – Aviso ao me afastar de Alec que vai em direção a escada.
— Passo no seu quarto daqui a pouco. – Diz enquanto sobe as escadas e eu assinto caminhando em passos lentos até a cozinha.
Vejo Isabella sentada enquanto come e vou em direção a geladeira.
— você vai mesmo agir assim? – Pergunta depois de alguns segundos em silêncio e eu me viro pra mesma depois de encher um copo de água.
— assim como? – Pergunto confusa. Confusa de verdade.
— como se eu fosse a pior pessoa do mundo. – Diz me encarando e eu suspiro.
— eu nunca disse isso.. – Começo e ela me corta.
— nunca disse, mas age como se eu fosse e eu não sou. – Se defende enquanto me olha.
— por que está aqui, Isabella? – Pergunto pousando o copo e cruzando os braços na altura do peito
— como assim por quê estou aqui? Não é óbvio? – Pergunta e eu assinto, porque sim, é óbvio.
— você quer ele, você está aqui por causa dele. – Afirmo vendo ela rir, incrédula.
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O Que Não Pode Ser Desfeito.
RomanceUm garoto que nasceu em meio ao crime, herda a mafia de sua família assim que completa 18 anos. Em seus 22 anos, tudo o que ele quer é vingança contra aquele que matou seu pai. Mas isso muda quando a filha do mesmo começa fazer parte de sua vida...