//Capítulo 35//

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(...)

Deixo a janela do carro aberta e fecho os olhos ao sentir o vento no meu rosto.

De repente o carro para e eu encaro Alec que sorri, ou tenta.

— que lugar esse é? O que estamos fazendo aqui? – Pergunto vendo apenas árvores ao nosso redor e um lago.

— um pouco de silêncio faz bem. – Diz saindo do carro e eu faço o mesmo.

— é perigoso. – Aviso e ele ri pelo nariz.

— estou armado agora e não vamos demorar. – Diz me guiando até a beirada do lago.

— não acha que em algum momento as coisas vão dar errado? Nem sempre a gente vai ter sorte. – Comento vendo ele assentir.

— é exatamente esse o meu medo, estão tentando nos pegar e em algum momento vão conseguir. – Suspira pela boca e eu me aproximo abraçando sua cintura.

— vamos dar um jeito. – Asseguro sentindo ele me abraçar de volta.

— você não deveria estar no meio disso. – Diz me olhando e eu o encaro.

— eu escolhi isso, Alec. – Digo firme e ele assente.

— e eu não vou a lugar algum. – Acrescento o encarando.

— você é Incrível, Martina Gagliardi. – Diz me olhando com carinho e eu sinto meu rosto ficar vermelho.

— para com isso. – Digo tentando me afastar, mas ele me segura com mais força.

— você virou o meu mundo de cabeça pra baixo. – Continua e eu dou de um sorriso tímido.

— e eu passei a gostar disso. – Admite encostando sua testa na minha.

— você me faz ir contra tudo o que eu acredito. – Digo o encarando.

— e eu não sei dizer se isso é algo bom ou ruim. – Concluo o abraçando e me permitindo ficar ali pelos próximos minutos.

Observando o céu estrelado e eternizando na memória um momento que pode ser que nunca se repita.

Há poucas horas estávamos roubando uma pessoa, batendo em outras e fugindo da polícia pela milésima vez. E agora tudo o que eu consigo pensar é no cara de roupa social e cabelo raspado na minha frente.

E pela primeira vez, não me sinto culpada por isso.

(...)

— eu vou beber alguma coisa na cozinha. – Aviso ao me afastar de Alec que vai em direção a escada.

— Passo no seu quarto daqui a pouco. – Diz enquanto sobe as escadas e eu assinto caminhando em passos lentos até a cozinha.

Vejo Isabella sentada enquanto come e vou em direção a geladeira.

— você vai mesmo agir assim? – Pergunta depois de alguns segundos em silêncio e eu me viro pra mesma depois de encher um copo de água.

— assim como? – Pergunto confusa. Confusa de verdade.

— como se eu fosse a pior pessoa do mundo. – Diz me encarando e eu suspiro.

— eu nunca disse isso.. – Começo e ela me corta.

— nunca disse, mas age como se eu fosse e eu não sou. – Se defende enquanto me olha.

— por que está aqui, Isabella? – Pergunto pousando o copo e cruzando os braços na altura do peito

— como assim por quê estou aqui? Não é óbvio? – Pergunta e eu assinto, porque sim, é óbvio.

— você quer ele, você está aqui por causa dele. – Afirmo vendo ela rir, incrédula.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora