//Capítulo 71//

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(...)

Entro no local segurando Martina pela cintura. Seu olhar passeia pelo local com rapidez.

— nossa mesa é por aqui. – Aviso em seu ouvido, noto ela se arrepiando, mas mantendo a postura, algo que me faz sorrir.

Puxo a cadeira e a mesma se senta, é impossível não notar os olhares que ela atraí.

Olhares curiosos e olhares maldoso, obviamente.

Me sento ao seu lado e dou um pequeno sorriso.

— o que vai querer? – Pergunto observando sua distração com o local a nossa volta.

— tem macarrão? – Sua pergunta me faz rir.

— com certeza, sempre tem macarrão. – O riso ainda é presente na minha voz.

— então eu quero macarrão. – Diz dando de ombros.

Assinto concordando e decido pedir macarrão também.

— boa noite, Ballard. – Diz encostando no meu ombro.

Nicolai, meio amigo e meio inimigo, não sei o que esperar dele.

— Boa noite. – Respondo dando um meio sorriso.

— vai me apresentar? – Diz olhando para Martina que finge não prestar atenção.

— senhorita Froes.. está me acompanhando hoje. – Digo com um certo incômodo na garganta.

Não é só hoje que ela está me acompanhando, mas ainda não sei como chama-la.

— deveria torná-la fixa. – Martina se mexe de forma desconfortável na cadeira e meu coração quase para.

— ela é. – Deixo escapar e ele sorri de lado.

— foi o que eu pensei. – Diz antes de sair e eu suspiro olhando para Martina.

— parece que vocês estavam falando de uma prostituta. – Seu tom de voz é amargo.

— sinto muito que tenha entendido dessa forma. – Ela me lança um olhar irônico.

— não sente! Se sentisse, faria diferente. – Dispara me deixando sem argumentos.

— quer ser minha namorada? – Disparo ouvindo sua risada.

— não. – Rebate na lata, sem nem pensar.

— não vou ser sua namorada, não nessas circunstâncias. – Seu tom de voz e sua expressão deixam claro a sua sinceridade.

Achei que me sentiria bem com o seu não, muito pelo contrário, me sinto mal, ofendido.

Pior ainda, feriu o meu ego e ela sabe disso.

— tem algo melhor para fazer aqui do que ficar olhando pra cara desse povo? – Reclama entediada.

— podemos beber. – Respondo chamando o garçom.

— eu posso, você não. – Diz me encarando e eu reviro os olhos.

— vai em frente então. – Encho uma taça de vinho e entrego pra mesma.

Enquanto Martina se distrai com o vinho, passo o olhar pelo local.

Encontro alguns olhares fixos em nós dois, olhares diferentes, de pessoas que nunca vi antes.

Isso me deixa alerta, me dá a impressão de que estamos sendo vigiados.

Em poucos minutos nossa comida chega, Martina sorri igual uma criança quando ganha um doce.

— quando vamos voltar a ativa? – Pergunta depois de muitos minutos em silêncio.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora