//Capítulo 34//

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(...)

Mantive minha postura reta e um olhar frio, porém, formal sobre todos no ambiente. Pude perceber algumas pessoas me olhando e cochichando entre si, provavelmente se perguntando quem eu seria.

Para a minha sorte meu pai nunca gostou de me exibir por aí, não sei se foi por proteção ou pelo fato de querer me usar como arma secreta algum dia, mas de qualquer forma quem vai me usar como arma secreta hoje será Alec.

O ambiente é chique e moderno e logo de cara sei que é recheado de gente ruim. A forma como eles encaram com julgamento e curiosidade deixa isso bem explícito.

Para minha sorte, sou uma ótima atriz!

— nossa mesa é por aqui. – Alec diz enquanto me guia até a nossa mesa.

Vejo o pessoal se deslocando pelo local e indo em direção aos seus respectivos lugares. Trato de desviar o olhar o mais rápido possível e focar em Alec. Preciso focar nele.

Me sento em uma das cadeiras e ele se senta ao meu lado.

— relaxa. E aproveita a noite. – Diz ao pé do meu ouvido e eu assinto lentamente de forma calma.

— champanhe? – Um garçom pergunta e Alec aceita com um aceno e pega duas taças.

— tá todo mundo sem arma? – Pergunto ao pé do seu ouvido e fazendo um leve carinho no seu cabelo recentemente cortado.

— sim, apenas os seguranças estão armados. – Diz de forma calma e eu assinto me afastando devagar.

O jantar começou de forma calma e elegante, com música, champanhe e comidas chiques.

Mas foi impossível não reparar nos olhares direcionados ao Alec e á mim. Tentei ao máximo manter a postura e o sorriso singelo no rosto.

Dou um gole no champanhe e enfio uma torrada na boca.

Me assusto ao sentir Alec agarrar umas das minhas mãos e entrelaçar nossos dedos.

Me engasgo.

— o que foi? – Pergunto depois de tossir ao ver sua expressão séria.

— Ballard! Que bom te ver por aqui. – Um homem alto diz enquanto se aproxima.

— tem anos que eu não vejo você em eventos como esse. – Dá um sorriso de canto.

— resolvi mudar um pouco. – Sua voz é fria e distante e sua mão aperta a minha com firmeza.

— percebi que trouxe alguém com você, vai apresentar? – Pergunta sorrindo abertamente. Definitivamente não é um sorriso com boas intenções.

— minha namorada.. Marta. – Diz me dando uma rápida olhada e eu reviro os olhos mentalmente.

Marta? Não tinha um nome melhor?

— você sempre gostou de loiras. – Comenta dando um sozinho nojento enquanto me olha.

Meu coração dói um pouco.

— quem sabe um dia você não me empreste ela.. essa parece ser.. diferente. – Diz me olhando fixamente e eu faço um esforço enorme para o olhar de volta sem desviar.

Fico em silêncio e apenas observo os dois conversarem. Alec permanece tenso ao meu lado durante toda a conversa e o homem desconhecido por mim tenta chamar a minha atenção, e eu me faço de idiota.

Pouso minha mão livre em uma das coxas de Alec e faço um pequeno carinho.

— eu.. vou ao banheiro. – Me pronuncio pela primeira vez e Alec assente mantendo uma expressão séria.

O Que Não Pode Ser Desfeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora