Capítulo 56

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Depois de entregar a carta para Monstro, Alec voltou para a sala e se sentou junto com os outros. Não tinha muito o que fazer, então só restou esperar por notícias. A essa hora, Molly já devia ter chegado no St. Mungus, e qualquer noticia eles seriam os primeiros a saber.

Sirius sugeriu uma vigília, e a maior parte do tempo eles ficaram sentados em volta da mesa olhando para vela que ia derretendo cada vez mais. Um tempo depois Fred cochilou, a cabeça pendurada para trás. Gina se enroscou em um cobertor na cadeira e acabou por dormir também, Rony deitou a cabeça nas mãos, e era impossível dizer se acordado ou adormecido.

Alec estava acordado olhando para o teto, e sentiu quando Astoria encostou a cabeça em seu ombro, visivelmente cansada.

Só sobraram ele, Harry e Sirius acordados. Olhando para a janela enquanto viam o céu clarear aos pouquinhos.

As cinco e dez da manhã, a porta da cozinha abriu e a Sra. Weasley entrou. Estava muito pálida, mas quando todos se viraram e Fred, Rony e Harry fizeram menção de se levantar das cadeiras, ela deu um sorriso abatido.

-- Ele vai ficar bom - disse com a voz enfraquecida pelo cansaço - Agora está dormindo. Podemos ir vê-lo mais tarde. Gui está lhe fazendo companhia no momento, vai tirar a manhã de folga.

Fred tornou a se sentar com as mãos no rosto, Alec suspirou aliviado, e Jorge e Gina se levantaram, correndo para abraçar a mãe. Rony deu uma risada muito trêmula e virou o resto de sua cerveja amanteigada de uma vez.

-- Café da manhã! - anunciou Sirius em voz alta e feliz, levantando-se de um salto. - Onde anda aquele maldito elfo doméstico? Monstro! MONSTRO!

Mas Monstro não atendeu ao seu chamado. Astoria deu uma olhada para Alec, e eles entenderam que provavelmente ele teria ido até Hogwarts.

Mas porque estava demorando tanto...?

-- Ah, esquece - resmungou Sirius, contando as pessoas presentes - Então, é café da manhã para... vejamos... nove... bacon e ovos, acho, chá e torradas...

Alec viu Harry correr para ajudar Sirius a preparar a refeição, mas antes que pudesse chegar muito longe, sua mãe o puxou para um abraço apertado.

-- Não sei o que teria acontecido se não fosse você, Harry - disse ela com a voz abafada - Não teriam encontrado Arthur tão cedo, e então seria tarde demais, mas graças a você ele está vivo e Dumbledore pôde pensar em uma boa desculpa para Arthur estar onde estava, senão você nem faz idéia da encrenca em que ele se meteria, veja o que aconteceu com o coitado do Estúrgio...

Ela se soltou de Harry e foi até Sirius também lhe agradecendo por ter ficado com os filhos na noite passada.

-- Ah, Sirius, fico tão agradecida... acham que ele vai ficar hospitalizado durante algum tempo, e seria maravilhoso estar mais perto... naturalmente isto talvez signifique passar o Natal aqui.

-- Quanto mais melhor! - disse Sirius, com uma sinceridade tão óbvia que a Sra. Weasley sorriu para ele radiante, vestiu um avental e começou a ajudá-lo a fazer o café da manhã.

Harry puxou o padrinho para um canto, a conversa entre eles parecia séria.

-- Agora que as coisas estão mais calmas, vou voltar pro colégio - Astoria tocou no ombro do amigo - Vou avisar nossos amigos que tudo está bem.

-- Vou voltar com você - falou simplista e a Greengrass o olhou estranho - O que foi?

-- Não vai ficar com seus irmãos?

-- Não, eles estão bem sem mim, não tem porque perder mais aula se meu pai está bem.

-- Mas e a nossa conversa sobre se resolver com eles?

-- Isso vai acontecer, mas não necessariamente agora.

-- Eu não sei se entendi.

-- Eu quero esperar as coisas se acalmarem primeiro.

-- Mas você não acha que vai pegar mal sair assim? Vão todos para o Hospital.

-- Eu sei, mas eu não gosto do clima mórbido daquele lugar, muita gente morrendo e chorando. Voltando pra Hogwarts eu vou me manter ocupado e vou ser produtivo, fora que o Natal está pertinho, é só o tempo do meu pai sair daquele lugar.

-- Se você diz - deu de ombros.

Com a ajuda de Molly, o café da manhã ficou pronto rapidamente e após todos comerem, a mulher fez um feitiço para que as vasilhas sujas se lavassem sozinhas.

O restante da manhã foi tirada para que eles pudessem descansar, passaram a noite com a mente cheia de preocupações e dormiram muito pouco.

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Enquanto os outros vestiam roupas comuns para irem ao hospital, Alec aproveitou que todos estavam distraídos para ir até o quarto de Regulus. Ele se aproximou pegando o porta retrato em cima da cômoda e tirou a foto a guardando no bolso.

-- O que faz aqui?

Ouviu uma voz atrás de si e se virou, vendo Sirius parado na porta.

-- Não vai responder?

-- Só estou conhecendo a casa, tem tantos cômodos interessantes - falou dando de ombros, como se já não tivesse explorado o lugar inteiro com seus amigos antes - Depois do que fiquei sabendo sobre os Black, não imaginei que moraria aqui.

-- Por um tempo nem eu, passei por muitas coisas aqui, meu eu mais novo nunca imaginaria que voltaria para cá.

-- Seu eu mais novo também não imaginaria que seria preso por assassinato, nem tudo sai como queremos.

Sirius sorriu de lado.

-- Acho melhor ir se arrumar, vamos sair daqui a pouco.

-- Eu não vou pro hospital, vou voltar pra escola - o Black o olhou curioso - Eu prefiro assim, quero conversar com meus amigos antes do Natal.

Caminhou até a porta passando por Sirius, mas ele segurou seu braço.

-- Garoto, não se afaste de todo mundo - falou seriamente - Se isolar é pior.

-- Eu não estou me isolando - puxou o braço - Só não acho necessário que eu vá também, vou ter outras oportunidades pra viver momentos felizes com todos eles.

-- Só tome cuidado, nunca se sabe o que pode acontecer no dia seguinte, e você viu a prova disso hoje com seu pai - aconselhou. Alec continuou andando para longe, mas dessa vez estava pensativo.

Encontrou todos juntos na sala e caminhou até sua mãe.

-- Vou voltar pra escola - Molly olhou para si com a feição triste - Eu quero conversar com meus amigos antes do Natal, e você sabe que eu não gosto do clima de hospitais, então no Natal eu volto pra cá. Papai já vai estar bem melhor.

A mulher assentiu de leve e passou um dos braços ao redor do filho, o puxando para um abraço. Alec se assustou no começo, mas retribuiu com a mesma intensidade, sentia saudades da família.

E aquele abraço já era um começo.

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I Wanna Be Yours || Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora