Capítulo 12

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Alexander Weasley

História da Magia era a matéria mais sem graça do programa.

O Profº. Binns, encarregado de ensiná-la, era o único professor fantasma, e a coisa mais excitante que acontecia em suas aulas era ele entrar em classe atravessando o quadro-negro.

Velhíssimo e enrugado, muita gente dizia que ainda não percebera que estava morto. Um belo dia ele simplesmente se levantara para dar aula e deixara o corpo sentado numa poltrona diante da lareira da sala de professores; sua rotina não se alterara nem um pingo desde então.

A maioria dos alunos dormiam, Draco e seus seguranças jogavam bolinhas de papel nos outros, Nott parecia estar em outro mundo e Astoria cochilava sob a mesa.

Estava falando havia meia hora quando aconteceu uma coisa que nunca acontecera antes.

Hermione Granger levantou a mão.

O Profº. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara surpresa.

- Senhorita... Ah...?

- Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta - pediu com voz clara.

Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe, a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville Longbottom escorregou da carteira. Automaticamente todos começaram a prestar atenção.

Isso vai ser bom para os meus planos.

O Profº. Binns pestanejou.

- Minha matéria é História da Magia - disse ele naquela voz seca e asmática. - Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem com lendas. - Ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou.

- Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...

O professor gaguejou antes de parar. A mão de Hermione estava outra vez no ar.

- Srta. Granger?

- Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?

- Bem - disse o Profº. Binns lentamente -, é um argumento válido, suponho. - Ele a estudou como se nunca antes tivesse olhado direito para um aluno. - Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...

A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia.
Ele correu um olhar míope por todos, rosto por rosto virado em sua direção.

Deve estar estranhando tanta atenção.

- Ah, muito bem - disse vagarosamente. - Vejamos... A Câmara Secreta...

- Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles:
Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles construíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições.

Ele fez uma pausa, percorreu a sala com os olhos lacrimejantes e continuou:

- Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para serem educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido no âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryfflndor, e Slytherin abandonou a escola.

I Wanna Be Yours || Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora