Capítulo 46

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Alexander Weasley

Eu estava deitado no chão esperando pacientemente meus amigos acabarem de discutir sobre essa situação. Quando o feitiço passou, as feições surpresas deles eram no mínimo cômicas.

-- Eh... Alec? - Pansy chamou, e eu olhei para cima esperando que ela falasse - Você sabe como voltar a ser, tipo... você?

Eu tinha ideia sim, eu li que do mesmo jeito que pra se transformar em animal eu teria que manter sua imagem em minha cabeça, pra ser humano era a mesma coisa.

Mas eu não sabia se ia dar certo...

Me levantei do chão começando a imaginar minha forma humana, cada detalhe do meu corpo e aos poucos fui sentindo meus sentidos diminuírem. Abri os olhos e vi minhas mãos apoiadas no chão, murmurei um "pelo visto eu sei" enquanto me levantava.

Vi meus amigos arregalarem os olhos e fiquei confuso sobre o motivo, isso até que eu vi Pansy sorrindo de uma forma levemente estranha e indicando com a mão.

-- Ai meu Merlin - murmurei em voz baixa, minhas bochechas ficando tão vermelhas quanto meu cabelo - Cacete, eu sou muito burro.

-- Que corpinho hein Alec - Theo assoviou, eu ri baixo escutando ele continuar a falar que era melhor Draco abrir o olho. Ouvi o barulho de algo caindo no chão e segundos depois meu corpo foi coberto pelo edredom que forrava a cama, Draco apertou seus braços ao redor de mim mantendo o edredom no lugar.

-- E essa tatto aí? - Daphne Indagou - Ficou irada!

Em meio as conversas, notei Lorenzo sentado em sua cama olhando para o nada, sua expressão visivelmente triste, fiz uma nota mental de que falaria com ele depois. Interrompi meus pensamentos quando me senti ser levando pra algum lugar, Draco abriu a porta do banheiro me empurrando para dentro e fechou a porta, minutos depois ele voltou colocando uma muda de roupa em cima da pia e saiu novamente.

Comecei a me vestir ainda sem acreditar que tinha dado certo, demorou um certo tempo, sim, mas valeu a pena. Meu corpo ainda estava bem dolorido ao ponto de que qualquer coisa que encostasse em mim, me causaria um incômodo.

Quando acabei de colocar a roupa, voltei para o quarto vendo que meus amigos estavam entretidos conversando sobre algo que não dei muita importância. Me deitei na cama agradecendo pelos lençóis serem macios e não me causarem incômodo.

Eu estava exausto, tanto pela viajem longa, quanto pela transformação, então não demorou para que eu pegasse no sono.

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No outro dia, acordei bem mais disposto para o café da manhã e a dor tinha sumido quase toda.

-- Quem é aquela? - perguntei indicando uma mulher sentada junto com os professores, ela estavam vestida inteiramente de rosa, até em seu cabelo tinha uma espécie de arco ou touca.

-- Aquela é Dolores Umbridge, vai dar aula pra gente.

-- Aula? Aula de que?

-- Esqueci que ontem você saiu correndo por causa da tempestade, o ministério enviou ela, já que para eles, Dumbledore não estava sendo eficiente na contratação de professores.

-- Eles não estão tão errados, o único que realmente foi bom foi o Lupin. O primeiro era servo leal do Voldemort, e segundo era um mentiroso que quase matou eu e meus irmãos, e agora eles mandam essa coisa cor de rosa. 

-- Pior que eu já ouvi um monte de alunos reclamando dela - Astoria falou adicionando mais um pão na pequena pilha em seu prato.

-- A mulher chegou ontem e já tem gente falando mal? Ou ela é o demônio na terra, ou esse pessoal que é muito crítico.

-- Acho que pode ser um pouco dos dois… ela fez um discurso enorme ontem sobre como os jovens bruxos eram importantes, e que é um privilégio pra gente poder fazer magia e essas coisas. E ah, ela também falou sobre mudanças ou coisas parecida.

-- Alguma coisa me diz que isso vai piorar e muito nossa situação aqui.

-- Nem me fala, você sabe como o ministério é. Mas de qualquer forma a gente vai descobrir como ela é logo logo, temos aula de Defesa hoje.

-- Mal posso esperar…

Ficamos em silêncio o resto do café da manhã, uma vez ou outra eu olhava para a mesa dos professores e via Umbridge avaliando os alunos com o olhar, seus olhos pareciam ter um brilho que me deu calafrios. 

Lorenzo Grindelwald 

Não compareci ao café da manhã. 

Noite passada recebi uma carta vinda da minha casa, e nela meu avô dizia que odiava me dar aquela notícia por um papel, mas como as coisas estavam corridas, não conseguiria vir a Hogwarts.

Minha mãe estava doente, era grave e segundo meu avô, não tinham me falado antes pois não queria que eu me preocupasse. Minha família sempre foi assim, eles escondiam as coisas e isso sempre foi algo que me irritava muito.

Quando eu li aquelas palavras, a vontade que tive era de aparatar em casa na mesma hora. Mas além de que Dumbledore só iria me deixar ir pra casa se alguém da minha família viesse pessoalmente, e eu tinha uma leve desconfiança que ele não gostava muito de mim.

Provavelmente por causa do meu avô...

No minuto em que eu chegasse em casa, seria mandado de volta pra Hogwarts graças ao orgulho elevado dos meus pais que não me deixariam ver qualquer um dos dois doentes.

-- Aqui!

Olhei para cima e vi Luna parada ao meu lado, ela segurava uma garrafa e tinha a mão estendida na minha direção.

Segurei a garrafa e levei até a boca sentindo um gosto um pouco forte, Luna se sentou na grama e encostou a cabeça em meu ombro passando a observar a movimentação calma do lago negro.

-- O quão grave sua mãe está?

Perguntou com a voz calma e eu a olhei alarmado, eu não tinha falado nada sobre isso para ninguém.

Luna pareceu entender minha surpresa direcionada a sua fala e levantou a cabeça brevemente antes de falar:

-- Eu tenho sonhos.

Fiquei alguns segundos parado olhando para ela tentando entender o que era pra significar isso, até que me lembrei das histórias que meus pais contavam pra mim quando eu era pequeno.

-- Você é uma sonhadora - falei por fim ela concordou. Os sonhadores que também eram conhecidos como loucos eram pessoas que tinha visões ou flashes do futuro, é claro que nem todos acreditam nisso e falam que as pessoas que possuem esse dom, são malucos. Meu avô me contou uma vez que em sua época de adolescência, tinha uma amiga que tinha esses sonhos - Mas respondendo sua pergunta, ela está mal.

Luna balançou a cabeça para cima e para baixo lentamente como se absorvesse a situação, ela apoiou a mão em meu braço e se inclinou o suficiente para que nossos narizes se encostassem. O toque físico não fazia muito o estilo da Luna, mas ela sabia que era o meu, então tínhamos interações como toques no braço, curtos abraços, beijos de nariz e coisas parecidas. Mas uma coisa que nós dois gostávamos era de passar tempo juntos, mesmo que seja em silêncio, só as nossas presenças já eram o suficiente.

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I Wanna Be Yours || Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora