Capítulo 34

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Alexander Weasley

Minha cabeça doía e eu me sentia tonto.

A última coisa que me lembro, era de entrar em uma sala com o professor Moody e logo depois ter apagado. E agora, a primeira coisa que eu vi ao acordar foram árvores, e logo eu percebi que estava na floresta proibida.

Parado a alguns metros de mim estava ele, o professor que me sequestrou até aqui, ele caminhava em minha direção com o semblante tranquilo.

- Hum, então... - eu comecei a falar - Será que eu posso saber o porque estou aqui? Ou melhor, porque você acertou a minha cabeça pra me trazer até aqui?

Sua expressão mudou de calma para algo maldoso em um passe de mágica, seu rosto começou a se contorcer em uma coisa esquisita, ele cobriu o rosto com as mãos e eu logo percebi.

- Por Merlin, você não é o professor Moody!

Suas mãos caíram para os lados do corpo e eu pude ver sua face verdadeira, e estranhamente me era familiar.

- Desculpe, eu te conheço?

- Me diga você, me conhece?

- Cara... você me sequestrou, acho que eu mereço saber o porque.

- Acontece que eu recebo muito bem pra sequestrar adolescentes ruivos - soltou uma risadinha - O Lorde das Trevas demonstrou um súbito interesse em você e eu não podia negar uma ordem.

- Em mim? Tanta gente por ai e ele tem interesse em mim?

- É, eu também não sei o porque. Mas enfim, se é uma forma de decepcionar o velho Crouch, eu tô dentro.

- Velho Crouch? Pera, você é o filho dele? - Eu te imaginava diferente...

- Não disse que me conhecia?

- É, eu já devo ter esbarrado em você uma vez ou outra. Mas não imaginava que o Barty que eu ouvi histórias seria assim... vi uma foto sua de antigamente e você era um gato, o que foi que aconteceu com sua cara?

Parece que Crouch não gostou muito de eu ter falado sobre sua aparência, mas não era mentira, ele era muito lindo na época que estudava em Hogwarts, virar um comensal não o fez muito bem.

- Pirralho infeliz, sorte que o Lorde precisa de você.

- E pra que exatamente?

- Quem sabe...

- Então... já que estamos aqui sem fazer nada, eu posso fazer umas perguntas?

- Perguntas?

- É, sobre sua época em Hogwarts, um trabalho que eu tenho.

- Eu não me lembro de Hogwarts ter um trabalho desse tipo.

- Enfim, eu posso fazer ou não?

- Manda aí, de qualquer forma eu só posso te levar daqui amanhã.

Tentei não demonstrar curiosidade com essa fala, mas agora que Barty concordou em responder minhas perguntas, eu posso achar uma forma de obter informações por meio de perguntas discretas.

- Como eram as aulas? Os professores eram bons?

- Eram sim, não tive reclamações sobre eles, eram do tipo que não ligavam muito você.

- E sua matéria favorita?

- Hum, feitiços eu acho, não era minha favorita mas é a única que eu me virava bem.

- E os alunos? Como eles eram?

Crouch franziu o cenho, provavelmente pensando no que responder.

- Eram um porre, e eu odiava todos eles.

- Todos?

- Nem todos, tinham os meus amigos, eles eram legais na medida do que poderiam ser.

- Eu não entendi.

- Nossas famílias eram uma merda, a nossa criação foi péssima e todos os outros alunos nos odiavam - Barty meteu a mão no bolso retirando um maço de cigarro - Então, nós só tínhamos nós mesmos, eramos uma pequena família disfuncional.

Acompanhei com o olhar quando ele levou o cigarro na boca, Barty jogou a cabeça para trás soltando a fumaça pela boca.

- Vocês se tratavam como família então?

Parecia cruel usar o fato dele estar quase chapado pra arrancar informações, mas ele me sequestrou então estamos quites.

- Tipo isso, buscávamos um no outro o que não tivemos com nossas famílias. Pandora era tipo uma mãe pra todos nós, ela sempre se preocupava se estávamos bem e nós levava lanches no dormitório...

Seu olhar se dividia entre a nostalgia e a tristeza.

- ... o Evan era como uma espécie de pai, ele junto com a Pandora cuidava pra gente não acabar se matando sem querer.

- A gente? - perguntei em voz baixa quando percebi seu olhar mudar para algo carinhoso quando falava do tal Evan.

- Eu e Regulus, digamos que eramos um tanto descuidados com nossa saúde, sinto falta daquela época, depois disso as coisas pioraram de uma só vez - tragou outra vez.

- E o professor Snape? Vocês eram amigos né?

- Éramos, claro. Mas não era mesma coisa que era com Regulus, Evan e Dora. Era uma amizade sim, mas era só isso... passávamos tempo juntos e coisas do tipo, mas não era aquilo.

- Eu sei como é.

- Então também sabe que doeu perder eles, um por um a cada dia que passava. Primeiro foi o Regulus, depois o Evan e por último a Dora.

Eu pensei se devia contar para ele que Regulus estava vivo, mas daí lembrei que ele trabalhava para Voldemort, e que se Regulus se escondeu, é porque teve um motivo.

- Todos eles morreram?

- Sim, todos mortos.

- Puxa cara, sinto muito.

Ele acenou como a mão como se não significasse nada, logo já estava escurecendo e eu me perguntei quanto tempo fiquei apagado.

- Se você pudesse rever seus amigos...

- Não, meus amigos estão mortos e não tem como mudar isso!

"Estão tá né" pensei me levantando do chão onde estava sentado, Barty me acompanhou com os olhos e perguntou onde é que eu pensava que iria.

- Eu só ia esticar as pernas, qual é, eu fiquei sentado esse tempo todo.

Ele deu uma olhada rápida no relógio em seu pulso.

- Seu dia sorte, vamos logo!

- Vamos pra onde?

Barty fingiu que nem tinha escutado, eu não tive outra opção a não ser segui-lo, mas isso se mostrou uma ideia estúpida quando vi ele apontando a varinha para mim, e em seguida eu apaguei outra vez.

I Wanna Be Yours || Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora