Capítulo 35

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O toque insistente da campainha estava deixando Lilian enlouquecida. Não era possível que em pleno domingo de manhã logo cedo alguém tivesse a ideia de girico de ir fazer uma visita e sem avisar, ela pensou, tinha um travesseiro sobre a cabeça tentando abafar o som insistente que invadia seus ouvidos. Além de tocar a campainha começaram a bater na porta também. Ela deixou um gemido de frustração escapar. A pessoa era insistente. Forçou-se a levantar e caminhou pelo apartamento ainda escuro. Abriu a porta sem se dar ao trabalho de olhar pelo olho mágico.

– Quem está morrendo? – perguntou visivelmente irritada.

What? – ele perguntou sem entender, pois ela falou em português.

Jason estava parado na frente dela. Uma mala enorme do lado. Lilian olhou dele para a mala sem entender. Ainda não eram nem 6h da manhã e ela estava morta de sono, pois ficou acordada até as 3h. Não conseguiu conter um bocejo e Jason entendeu a irritação dela, embora não tenha entendido o que ela falou. Ela estava com os olhos quase fechando, o cabelo bagunçado e vestia uma roupa minúscula.

– O que você veio fazer aqui a essa hora? – perguntou o deixando entrar.

– Você não deveria atender a porta vestida desse jeito? – ignorou a pergunta dela – e se fosse outro cara? Ia ver você quase pelada – reclamou de forma contida.

Lilian respirou fundo e o deixou passar.

– São 6h da manhã de um domingo. Eu estava apagada dormindo, morta de cansada, e de repente sou acordada pelo barulho irritante da campainha. Eu levantei feito um zumbi e você vem reclamar da roupa que eu tô vestida? – ela falou impaciente.

Jason a olhou em silêncio. Ela tinha razão. Mas, mesmo assim não gostou que ela foi abrir a porta vestida em uma roupa minúscula. Se fosse outro homem a veria praticamente só de calcinha. Lilian revirou os olhos impaciente ante o silêncio dele. Se dirigiu para o quarto com cara de poucos amigos, mas ele a segurou pelo braço.

– Está brava comigo? – perguntou com voz baixa.

– Não. Mas, se você não me soltar e vou ficar com raiva – respondeu e foi para o quarto quando ele a soltou.

Lilian foi pega de surpresa quando, antes mesmo de entrar no quarto, foi viu-se erguida o ar. Em questão de segundos Jason livrou-se das roupas, ficou apenas de boxers e tomou-a nos braços.

– O que vai fazer? – ela questionou olhando-o de cenho franzido.

– O mesmo que você. Dormir. Quase não dormir também noite passada. A cama estava grande demais – disse colocando-a na cama.

– Você com esses tamanho todo achou a cama grande demais?

– Você não estava lá – foi a resposta dele.

Lilian o observou se acomodar ao seu lado. Ele devia ser mesmo doido, só pode, pra trocar o conforto e luxo do hotel pelo seu quarto e cama minúsculos, pensou olhando-o distraidamente.

– Por que tá me olhando assim? – perguntou, uma sobrancelha levantada.

– Tem louco pra tudo – ela sussurrou se aconchegando em seu travesseiro.

Jason ouviu-a resmungar alguma coisa, mas, mais uma vez, não entendeu. Lá estava ela falando português novamente.

– O que foi que você falou quando abriu a porta?

– Perguntei quem estava morrendo..

– E o que você resmungou agora? – quis saber grudando-se em suas costas já que ela estava deitada de lado.

Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora