Capítulo 16

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Lilian sorriu quando ouviu as batidas na porta. Olhou o relógio e balançou a cabeça, ainda faltavam mais de duas horas para o horário que haviam combinado. Foi abrir a porta sem conseguir conter o riso.

– Eu sabia que você iria aparecer an... – ela começou a falar antes mesmo de abrir a porta, mas calou-se ao ver o homem parado diante dela.

– É bom saber que você estava a minha espera – ele falou sem desviar os olhos dela.

Lilian estava paralisada. A respiração ficou pesada. Em um lampejo de sobriedade ela empurrou rapidamente a porta para fechar, mas ele era maior e mais forte e conseguiu impedir que a porta fosse fechada, então entrou. Ele olhou ao redor, com reprovação.

– Você deixou o luxo que eu te dava pra vir morar num muquifo como esse? – Marcos perguntou e deu um passo na direção dela.

Lilian estava assustada. Não sabia o que fazer. O demônio que transformara sua vida em um inferno e assombrava seus dias estava ali na sua frente. Respirava com dificuldade, o pânico ameaçando invadir sua mente já atordoada. Olhou ao redor, estava encurralada. Tentou correr para o quarto, mas ele a alcançou e puxou-a pelo braço fazendo-a colidir contra seu corpo.

– Me deixa em paz – ela pediu tentando se soltar, mas ele a abraçou forte.

– Eu senti sua falta. Você não devia ter fugido. A gente era feliz juntos – ele falou deslizando o nariz pelo cabelo dela – eu procurei você feito louco por todo esse tempo – a voz dele era baixa e um pouco melancólica.

Marcos alisou o cabelo dela e levantou seu rosto para poder a olhar. Tentou beijá-la, mas Lilian virou o rosto e os lábios dele pousaram em sua bochecha.

– Não me irrita Lili – ele disse, a voz mudando de tom.

– Me solta – ela pediu com um sussurro.

– Eu gosto de ter você nos meus braços, já faz tanto tempo... – Marcos falou voltando a abraçar e colocando o rosto na curva do pescoço dela.

Lilian tentou se afastar quando sentiu lábios em sua pele, mas o agarre dele era forte. Lágrimas molhavam seu rosto e as lembranças de um passado não muito distante, em que ela era forçada a fazer coisas que não queria, invadiram sua mente. Marcos se afastou um pouco e olhou para ela. Secou suas lágrimas e andou com ela até o sofá e sentou com ela no colo.

– Fica calma. Vai ficar tudo bem – ele a consolou.

Depois de um tempo naquela posição, Lilian informou que precisava ir ao banheiro.

– Me dá seu celular – ele pediu.

– Eu não sei onde está – ela mentiu e olhou a sua volta como se o procurasse.

– Você acha que eu sou idiota. Você fugiu de mim uma vez, Lili. Não pense que eu vou deixar isso acontecer de novo – informou, o tom de voz mudando novamente – você é minha mulher.

– Eu não sou sua mulher – ela gritou com raiva.

– É minha mulher sim. E vai continuar sendo até quando eu quiser que seja. Entende isso de uma vez – ele gritou de volta.

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– As gravações estão na reta final, o que você vai fazer com essa garota quando chegar a hora de voltar pra casa? – perguntou Clark, enquanto observava Jason aparar a barba.

– É sério que você vai ficar me enchendo o saco o dia inteiro? – Jason perguntou estressado.

– Já imaginou se ela resolve dar o golpe da barriga ou armar um escândalo?

Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora