Capítulo 83

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Pedro entregou os fones de ouvido para ela, a pedido de Jason. Conversaram por alguns minutos e quando os devolveu ela o informou que Jason ainda queria falar com ele.

– Pedro, escuta – Jason disse, mais sério agora – não a deixe sozinha. Eu confio em você. Observe-a e, se precisar, não importa a hora, me ligue. Se ela precisar de atendimento médico, procure o melhor. Eu pago qualquer despesa, não se preocupe com isso.

Pedro concordou, já determinado a cuidar de Lilian, mesmo que Jason não tivesse pedido. "Além de qualquer coisa, somos amigos," pensou ele, enquanto ajudava Lilian a subir para o apartamento. Ele passaria a noite no apartamento dela, garantindo que ela estivesse bem.

Mais tarde, Lilian se ajeitou no sofá, sem conseguir esconder a frustração.

– Não é justo você passar a noite aqui, Pedro. Eu posso me cuidar. Não preciso de uma babá – ela protestou, com uma leve risada cansada.

– Não adianta reclamar, Lilian. Eu vou ficar e ponto – respondeu ele, firme, mas com um sorriso amigável.

– Foi aquele chato que te obrigou a ficar de olho em mim, não foi? – ela questionou.

– Ele não me obrigou a nada. Mesmo que ele não tivesse me pedido eu estaria aqui do mesmo jeito – Pedro respondeu com sinceridade.

Lilian suspirou, sabendo que não adiantaria discutir. Pedro era tão teimoso quanto ela. Sorriu conformada. Eles conversaram um pouco, depois jantaram, Lilian parecia estar realmente melhor. Mas pouco depois do jantar, ela começou a se sentir estranha novamente. Deu boa noite a Pedro e quando tentava voltar para o quarto, na tentativa de esconder-se dele, desmaiou novamente. Sem hesitar, Pedro a pegou nos braços e, a passos largos, foi para o elevador. Na garagem, acomodou-a no banco do passageiro e partiu para uma clínica particular que ficava nas proximidades, determinado a garantir que ela recebesse o melhor atendimento possível. Ele sabia muito bem que se Jason, descobrisse que algo acontecera e ele não tivesse cuidado de Lilian como deveria, não iria gostar nem um pouco. Jason era extremamente protetor com ela, e Pedro não queria arriscar vê-lo bravo.

Pedro dirigiu o mais rápido que pode, mantendo os olhos tanto na estrada quanto em Lilian. Quando estacionou, Lilian já havia acordado e estava reclamando por ele a ter levado ao médico sem sua permissão.

– Pedro, e sério, não precisa me levar ao médico. Eu estou bem! – reclamou, com com voz um pouco fraca, mas decidida.

– "Bem"? Você desmaiou duas vezes, Lilian – ele respondeu, sem tirar os olhos da estrada – Jason me esfolaria vivo se eu deixasse você assim e algo pior acontecesse.

Lilian bufou, cruzando os braços.

– Mas, eu já estou bem, Pedro. Foi só um mal-estar... Talvez eu tenha exagerado um pouco no trabalho, mas não precisava de tanto alarde – ela suspirou, cansada – Eu estou mesmo me sentindo melhor.

Pedro parou o carro em frente à entrada da clínica e a olhou.

– Antes desse segundo desmaio você também falou que estava se sentindo melhor, então, prefiro não arriscar – ele desceu do carro, contornou rapidamente e abriu a porta para ela – Por favor, Lilian. Só deixe o médico te ver. Se estiver tudo bem, nós voltamos. Jason nem precisa ficar sabendo disso, ok? E, sinceramente, Lilian, estou preocupado também. Não é só por causa dele.

Lilian hesitou por um momento. Ela sabia que discutir com Pedro era perda de tempo. Ele era incrivelmente persistente, e, no fundo, ela sabia que ele estava apenas preocupado.

– Tá bom... – murmurou, ainda relutante, saindo do carro com sua ajuda – Mas só porque você não vai parar de insistir.

Pedro sorriu, aliviado. Ele a acompanhou até a entrada da clínica e logo foram atendidos por uma recepcionista muito simpática.

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