Capítulo 73

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Os dias, aos olhos de Jason, pareciam passar muito rapidamente. Ele estava meio inquieto, impaciente, por ter consciência de que o dia em que Lilian voltaria para o Brasil estava chegando. Mas, ele tinha planos com ela que pretendia realizar antes de sua ida e, em breve, os poria em prática. Ver Lilian e sua mãe se dando bem, bem até demais, às vezes, era prazeroso. Naquelas poucas semanas ele estava tendo por perto todas as mulheres que amava, mas, em breve o time estaria desfalcado e o peito já começava a apertar quando pensava nisso.

– Ei, cara, em que planeta você está? – perguntou Blaine, empurrando seu ombro, depois de o chamar algumas vezes e ele não responder.

Jason piscou algumas vezes, saindo do transe em que se encontrava, e olhou para Blaine.

– Desculpa, estava perdido em pensamentos – disse Jason, respirando fundo.

– Está tudo bem? Você parece distante hoje – disse Blaine, o observando de cenho franzido.

Jason suspirou e passou a mão pelos cabelos.

– O dia de Lilian voltar para o Brasil está chegando, e, sinceramente, eu não sei como vou lidar com isso. Tenho planos para nós antes que ela vá, mas o tempo parece estar voando.

Blaine assentiu, compreendendo a situação.

– Entendo – comentou pensativo – já pensou em falar com ela sobre isso? Talvez vocês possam encontrar uma solução que, pelo menos, adie essa separação. Mas, vou falar o que eu acho de tudo isso – disse, puxou uma cadeira para perto de Jason e sentou-se – está estampado na cara e nas ações de vocês dois que vocês se amam. Qualquer um pode ver isso. Só não entendo por que vocês ficam nesse vai e vem, quer dizer: você mais vai do que ela vem, mas ok esse não é o ponto. Por que você não se senta com ela e diz de forma aberta e clara tudo o que sente? Porque não é possível que ela esteja fingindo gostar de você. Vocês se comem com os olhos. Mal conseguem manter as mãos afastadas um do outro. Só os cegos não veem que ela se derrete quando está perto de você, cara – disse e se levantou – e você não fica atrás, não, baba escorre pelos cantos da sua boca quando a olha. Aqui pra nós – Blaine se aproximou de Jason, que se mantinha calado, apenas ouvindo – não lembro de ter o visto assim nem por Lisa – completou com voz baixa.

Jason continuou em silêncio. Refletindo sobre o que o amigo dissera. Ele estava certo: mal conseguia manter as mãos afastadas dela. Precisava encontrar um jeito de a convencer a ficar. Ficar com ele. Olhou para Blaine, que o observava de longe.

– Ela já sabe o que eu sinto por ela – comentou alto o suficiente para que Blaine ouvisse.

– Você disse a ela como todas as palavras?

– Não precisa...

– Acredite, às vezes, você parece ser tão inteligente quanto um poste – Blaine o interrompeu jogando as mãos para o alto e se afastando.

Jason suspirou, frustrado, observando o amigo se afastar. Ele sabia que Blaine estava certo... Desde que conhecera Lilian, sua vida tinha virado de cabeça para baixo. A intensidade de suas emoções o assustava muitas vezes. Tudo vinha dando certo até aquele momento, então, ele temia que ao verbalizar seus sentimentos por ela a afastasse. "Se aquele maldito não tivesse existido...", ele pensou, como raiva. Determinou-se a fazer algo a respeito. Levantou-se e foi à procura dela. Precisava vê-la, precisava de uma boa dose dela, ele sorriu ao pensar isso. Também precisava dizer tudo que estava entalado em sua garganta. Porque ele dizia muitas coisas a ela, menos as três palavrinhas mágicas...

Lilian estava com Coni, no estúdio fotográfico de um amigo dela. Ela até tentou driblar a sogra para não fazer o ensaio fotográfico, mas foi em vão. Apenas descobriu que Coni era uma mulher mais do que obstinada a conseguir o que queria e, também, uma fotógrafa de mão cheia. Apesar de ter relutado o início, Lilian agora estava adorando a dinâmica de interação entre Coni e a equipe que a estava ajudando. Ficaram horas no estúdio e nem viram o tempo passar.

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