Capítulo 23

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Marcos não esperou muito. Definitivamente, paciência não era uma virtude sua. Alguns chutes e empurrões depois conseguiu abrir a porta do quarto. Lilian não estava à vista.

– Você quer brincar de esconde-esconde? – ele perguntou com um sorriso de deboche.

Ele olhou em volta e nenhum sinal dela. Seus passos eram lentos. Foi ver se ela estava no banheiro. Verificou a banheira, mas ela também não estava lá.

– Maldição! – xingou ao ouvir barulho na sala.

– Socorro! Me ajudem! – Lilian estava escondida embaixo da cama e com uma oração silenciosa pediu para que ele entrasse no banheiro e quando isso aconteceu ela saiu com uma rapidez silenciosa e correu até a porta, abriu a janela e gritou.

A mão de Marcos agarrou seu cabelo e a puxou com violência para trás.

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Jason estava chegando junto a aglomeração perto da casa de Lilian quando ouviu o grito dela. Aumentou os passos e viu o momento que ela foi violentamente puxada pelos cabelos. Tentou correr para lá, mas foi segurando pelo braço. Martin o parou. Se desvencilhou de sua mão com um puxão forte, mas logo outros braços e mão o envolveram. Até aquele momento, ninguém além do pessoal que o acompanhava sabia sua identidade. O cabelo estava preso e usava boné e como o povo estava mais interessado em saber acontecia na casa a frente ele conseguiu manter-se no anonimato, porém sua explosão chamou a atenção das pessoas ao redor e foi reconhecido. Mas, ele não estava preocupado com isso.

– O inferno que eu vou ficar aqui de braços cruzados enquanto aquele idiota maldito machuca ela – Jason gritou com raiva para os homens que o seguravam.

Clark, Martin, dois seguranças e um policial tentavam impedir que ele fosse até a casa. O delegado já estava no local e Jason foi praticamente arrastado até ele.

– Me soltem, porra! – ele estava irado.

– Você não pode ir até lá – gritou Martin de volta.

– Se você for até lá vai se colocar em risco e com certeza vai deixar ele ainda mais com raiva dela – argumentou Clark.

– Eles estão certos – acrescentou o delegado – o melhor que você pode fazer agora é tentar não deixá-lo mais irritado ou as coisas podem se complicar mais ainda.

– Tá vendo só a confusão que você armou sua idiota – Marcou gritou e acertou o rosto dela fazendo com que o lábio partido voltasse a sangrar.

O tapa que ele deu acertou em cheio seu rosto, fazendo-a bater na parede. Lilian escorregou para o chão e abraçou os joelhos tentando ignorar a dor que queimava sua bochecha.

– Eles não vão me pegar – ele disse entre dentes.

O corpo de Lilian tremia, mas ela tentou não deixar que ele percebesse. Quanto mais invisível se tornasse mais segura ficaria.

– A gente tem que arranjar um jeito de sair daqui – Marcos falava consigo próprio como se Lilian estivesse em concordância com ele.

Ela foi ignorada por um momento enquanto ele divagava a procura de uma rota de fuga. Isso a fez soltar um suspiro de alívio que foi propositalmente abafado para não chamar a atenção dele.

O celular de Jason começou a tocar, mas ele ignorou. Não estava com cabeça para falar com ninguém. Aliás, sem sabia porque havia o colocado no bolso. Sua atenção estava totalmente voltada para a casa a sua frente. Na verdade, seus pensamentos não conseguiam se desviar Lilian sendo puxada pelo o cabelo com violência. O que era daquele infeliz estava guardado, Jason jurou com raiva. Seu telefone voltou a tocar novamente e ele, com raiva, pegou-o para desligar, mas parou ao ver o apelido de Lilian estampado na tela e ele atendeu sem demora.

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