Capítulo 22

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Lilian acordou com a cabeça latejando. Não lembrava de ter bebido nada com álcool no passeio com Jason. Um lampejo de memória invadiu sua mente e seus olhos se abriram de repente. O braço que a prendia pela cintura não era de Jason. NÃO! Não teve encontro. Um arrepio frio percorreu seu corpo. Com movimentos tão rápidos que ela nem sabia que conseguiria se mexer se afastou dele e acabou se emaranhando nos lençóis e caindo. Sentou-se no chão se sentindo tonta, a cabeça doía, o pulso latejava. Olhou para a cama e Marcos a estava observando com olho semicerrados.

– Bom dia – ele a cumprimentou com voz de sono – o que aconteceu que você se assustou? – ele perguntou na maior tranquilidade como se não estivesse acontecendo nada.

Lilian não respondeu. Apenas o observou. Ele estava estranho. Aquela tranquilidade toda era atípica. Ela tentou levantar e sentiu-se tonta.

– Você está bem? – Marcos perguntou preocupado – volta pra cama, vem – ele pediu com voz calma.

– Eu estou com fome. Vou preparar alguma coisa pra comer – ela falou e saiu, mas antes de passar pela porta do quarto foi puxada pelo braço e bateu no peito dele.

– Eu sei que você deve estar chateada comigo por ontem. Desculpa, Lili. Eu sei que perdi a cabeça, mas prometo que vou tentar ser um pouco mais paciente. Eu juro que não queria te machucar, mas você também não me ajuda a controlar meus impulsos – ele falou e passou o polegar sobre o lábio partido dela, ainda um pouco inchado – vem vamos voltar pra cama – ele tentou beijar o pescoço dela, mas ela se contorceu e afastou-se – não se faz de difícil. Eu sei que você gosta de carinho – sua voz agora estava mais dura.

Lilian tentou se livrar das mãos dele, mas não conseguiu. Marcos a abraçou e a ergueu junto do corpo, em seguida dirigiu-se para a cama. Lilian estava desesperada com o que ele poderia fazer com ela. Marcos a colocou na cama e a deitou sobre ela, prendendo-a com seu peso.

– Me solta, Marcos – ela pediu com voz trêmula.

– Eu só quero brincar um pouco com você – disse beijando o pescoço dela que se debatia debaixo dele – relembrar os velhos tempos.

– Não! Eu não quero que você me toque – Lilian estava com muito medo, sabia o que ele iria fazer – me solta Marcos, me solta – sua voz estava alta.

– Fica quieta – ele falou no rosto dela – você é minha mulher e eu posso te tocar como e quando eu quiser – ele rosnou.

Lilian já não conseguia raciocinar com lógica. Estava apavorada com a possibilidade de ele a forçar. Ele prendeu as mãos dela acima de sua cabeça, contra o colchão e começou a beijar seu pescoço. Ela se debatia tentando se livrar, mas ele a segurava com força. O pulso que ela machucou quando caiu agora doía muito. Tentou gritar por socorro, mas ele tapou sua boca. Agora que estava com as mãos livres tentou o empurrar,mas ele era pesado. Marcos rasgou a blusa dela com um puxão. Lilian conseguiu o empurrar para o lado e acertar a virilha dele com um chute. Pulou fora da cama e correu para a porta ainda conseguiu abrir a janela e gritar por socorro, mas foi puxada e a janela fechada.

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– As coisas se complicaram por aqui. Melhor vir pra cá porque eu acho que o clima vai pesar se o cara grande tomar conhecimento do que eu acabei de ver e não vai demorar muito. Alguns vizinhos já apareceram nas portas pra saber quem estava gritando – disse um dos policiais ao telefone – merda, tem um dos caras dele aqui também. Vou tentar falar com ele ou a coisa vai feder.

O policial não perdeu tempo e logo foi conversar com o segurança que estava do outro lado da rua. Para sorte do policial o cara era brasileiro e concordou em não contar para Jason sobre o que acabou de acontecer, para evitar quaisquer riscos e também para não piorar a situação de Lilian.

Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora