Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)

[27] Distância

Demi's POV

"MÃE POR FAVOR ME AJUDA! POR FAVOR, NÃO! POR FAVOR!" Eu corria pelo prédio escuro freneticamente tentando achar a fonte dos gritos de socorro de Izzy.

"MÃE ELES ESTÃO ME MACHUCANDO, POR FAVOR ME AJUDA!"

Seus gritos perfurantes ecoavam pelas paredes enquanto os meus se juntavam aos dela, suplicando-a que eu iria achá-la, pedindo-a para aguentar firme.

"MÃE POR FAVOR ME AJUDA! MAMÃE!" Sua voz subiu uma oitava, então sumiu, e eu estava fora do meu sonho.

Sentei na cama, respirando com dificuldade e segurando minha garganta. Wilmer estava dormindo sonoramente ao meu lado, o que significa que eu não estava gritando no meu sono. Respirando fundo várias vezes, me levantei e saí do quarto, descendo para o corredor onde Izzy estava dormindo profundamente. Eu suspirei em alívio e entrei no quarto, sentando-se perto dela na cama e observando o jeito com que os cobertores se levantavam e abaixavam com sua respiração, prova da vida passando por ela.

Com cuidado para não acordá-la, eu me deito e ela inconscientemente se aninha em meus braços, deitando sua cabeça em meu peito.

Eu costumava fazer isso quando voltava tarde para casa do trabalho ou de viagens a negócios, só ficar aqui com ela em meus braços. Odiava deixá-la e me matava ver seu sorriso desaparecer quando eu saía de casa toda manhã. Mas toda noite eu vinha para casa e ficava deitada com ela, sussurrando o quanto eu me sentia culpada e o quanto eu a amava. Percebi que eu podia ter feito isso quando ela estava acordada, porque agora tudo o que eu diga eu sei que há uma parte dela que não acredita em mim.

~*~

Acordei na cama de Izzy, mas ela não estava lá. Com um suspiro, desci as escadas e vi Wilmer sentado no sofá. De repente, sua expressão mudou, de uma do tipo Sean Mendez para a do meu Wilmer. Eu pus minha mão na boca e ele franziu a testa, se levantando e vindo até mim.

"Demi, está tudo bem?" eu me afastei dele enquanto ele chegava mais perto.

"E-eu... Eu não sei... Onde está Izzy?"

Ele deu mais um passo, e dessa vez minhas costas se bateram na parede.

"No chuveiro, por que você quer saber onde ela está?" Seu rosto se transformou de novo, e eu pressionei minha mão contra seu peito como forma de me distanciar.

"Por favor. Não me toque." Wilmer congelou.

"Demi... Por que está agindo assim? É exatamente como você era como-"

"Cale a boca. Nós concordamos em nunca mais falar sobre aquilo de novo."

Ele balançou a cabeça, "Então por que está fazendo isso? Estivemos fazendo tanto progresso e as coisas estavam tão boas, por que você tem que voltar com isso? E VOCÊ concordou em não falar sobre isso, não eu."

A raiva tomou conta de mim.

"Bom, é mais interessante para VOCÊ não falar sobre isso. Sabe por quê? Tudo o que eu tinha era eu mesma, eu tive que tomar conta de mim e chorar sozinha até dormir enquanto você estava lá nas festas. Você tinha as drogas e o álcool para tomar conta de você. E eu? Eu só tinha um marido que me traía."

Os olhos de Wilmer ficaram mais escuros, "Você não pode levar isso à tona de novo Demi! Nós superamos isso! Eu já pedi desculpas um milhão de vezes por isso! Eu o perdi também! Por mais que você se faça de vítima saiba que ele era-"

"PARA!" Eu gritei, colocando as mãos nos meus ouvidos e escorregando as costas na parede até o chão. "Não OUSE falar isso Wilmer! Você SEMPRE o coloca na conversa toda vez que nós brigamos não importa o quanto isso me cause dor!

Agora, ele estava gritando também.

"É PORQUE EU NÃO QUERO ESQUECER DELE DEMI! EU QUERO TRABALHAR ESSAS MEMÓRIAS DOLOROSAS PORQUE ISSO É SAUDÁVEL PARA VOCÊ! O QUE NÃO É SAUDÁVEL É FECHANDO AQUELA PORTA E SE JOGAR NO TRABALHO COMO UMA MULHER LOUCA E ESQUECENDO QUE VOCÊ TEM OUTRA FILHA QUE VOCÊ NÃO QUERIA PORQUE VOCÊ ESTAVA COM MEDO."

Minha mão se encontrou com sua bochecha com um forte slap.

"Saia. Daqui."

Wilmer tocou a pele avermelhada, deu meia volta em seus passos e saiu, batendo a porta por trás dele.

~*Izzy's POV*~

Viu? Eu te disse que eles não te queriam

As lágrimas rolavam pelo meu rosto enquanto escutava meus pais gritando um para o outro na sala.

Você nunca vai ser boa o suficiente.

Você nunca vai ser boa suficiente.

Você NUNCA irá ser boa o suficiente.

Parecia quase que uma rotina, enquanto eu andava lentamente par ao banheiro, trancando a porta por trás de mim. A lâmina estava no chão, um lugar arriscado mas eu tinha que ser rápida quando minha mãe veio "falar" comigo. Pela terceira vez nos últimos quatro dias eu me vi passando a lâmina pela minha pele. Quando o sangue escorria pelo braço era quase satisfatório junto com o familiar torpor que tomava conta de mim. Enquanto lavava o sangue, um pequeno sorriso se formou em meus lábios.

Não conte à mamãe.