[71] Casa

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Wilmer's POV

Eu saí do quarto murmurando bravamente. Será que ela não via o quanto estávamos nos separando porque Izzy estava perdida? Mesmo sozinha, ela estava ficando louca. Eu sentia falta de Izzy e estava com medo por ela tanto quanto Demi (se não mais), ela é minha filha e eu faria qualquer coisa para protegê-la, mesmo que isso signifique que ela fique com raiva de mim. Não entendo por que Demi ficou tão brava, ela não percebe que Izzy vai estar em casa nas próximas vinte e quatro horas? Por que não estava feliz? Eu resmunguei e me encostei contra a parede, passando a mão pelo meu rosto. Disse coisas que definitivamente não deveria, mas ao mesmo tempo era como eu me sentia. Eu sempre tinha protegido Izzy o melhor que podia, e agora de repente Demi pensa que sabe o que é melhor para ela? Eu acho que não.

E então, eu ouvi.

Flashback

Eu fechei a porta da casa de Demi em silêncio e andei nas pontas dos pés pela casa. Demi pensava que eu estava em Nova Iorque essa semana, mas eu viria para casa mais cedo e queria lhe fazer uma supresa. Eu andei as escadas e fui até o quarto. Para minha surpresa, ela não estava lá. Seu carro estava na garagem e a bolsa no balcão, então eu sabia que ela estava em casa. Eu estava me virando para sair do quarto quando ouvi o som que escutei muitas vezes antes, quando Demi estava nas suas épocas mais difíceis, o som de uma gilete caindo no chão. O som que significava que ela estava há cerca de cinco segundos de voltar atrás em sua recuperação.

Fim do Flashback

"DEMI, NÃO!" Eu gritei e corri para o quarto, tentando girar a maçaneta e então, rezando para que ela não estivesse perto da porta, eu a chutei e entrei no banheiro. Ela estava chorando, sentada na banheira com uma lâmina pressionada em seu pulso. Uma vez que ela me viu, começou a a gritar e se curvou como uma bola em volta de suas mãos, tentando me proteger de tomar a lâmina.

"NÃO! SAI DAQUI!" Ela gritou, mas eu me inclinei na banheira, gentilmente tirando a lâmina dela e jogando-a na pia. "Nãããão." Seus gritos se tornaram gemidos e eu a coloquei em meus braços. "Não! Sai daqui! Eu te odeio, porra!" Ela soluçou, socando em meu peito enquanto eu sentava ali e a segurava, assistindo-a com olhos tristes até que finalmente ela ficou exausta e se jogou em mim, molhando minha camisa com suas lágrimas.

"Shh Demi, se acalme. Eu estou aqui, você vai ficar bem." Eu sussurrei, mas ela balançou a cabeça.

"Você não iria querer uma puta de uma louca como esposa." Merda. Eu não tinha nem percebido que aquilo tinha saído da minha boca.

"Nena eu não quis dizer aquilo, você não é louca. Você não é louca, eu juro. Me desculpa, eu não quis dizer isso." Eu sussurrei urgentemente em seu ouvido, abraçando-a fortemente contra meu corpo, "Você não é louca. Você é forte e linda e você é minha esposa, e eu te amo mais do que tudo ou do que alguém nesse mundo inteiro." Eu beijei sua têmpora e me sentei um pouco, puxando-a para meus braços enquanto a erguia facilmente da banheira e a carregava para a cama. Deitei-a e coloquei-a debaixo dos cobertores, puxando-a para meu peito e acariciando suas costas. "Sinto muito, hermosa."

Ela fungou e se agarrou à minha camisa, "Não quis dizer aquilo, não quero estar farta de nós. Não quero que me deixe de novo."

Eu balancei a cabeça, "Eu nunca te deixei. Nunca vou te deixar."

~*~

~*Izzy's POV*~

Eu me aconcheguei para mais perto do peito de Jake enquanto podia sentir a ânsia de me forçar o vômito vir à tona de novo. Ele beijou minha cabeça de leve e suspirou.

"Você acha que vai voltar para a casa de seus pais algum dia?"

Eu suspirei, "Não sei, estou bem confortável aqui."

Ele riu, "Eu também, mas estou preocupado com você e sua mãe. Vocês estavam indo tão bem, o que aconteceu?"

Eu me encolhi, "Eu estava mentindo para todo mundo, dizendo às pessoas que tinha perdoado-a, quando na verdade eu odiava como eu tinha de fingir que tudo estava bem quando, na verdade, não estava de jeito nenhum. Estava tudo se acumulando dentro de mim e finalmente eu coloquei para fora em uma das nossas sessões de terapia. Eu disse umas coisas bem doloroas e não queria lidar com os estragos que tinha causado, por isso corri."

Jake assentiu, "Bom, tenho certeza que as coisas que você disse para ela ainda estão em sua cabeça agora."

Abri minha boca para concordar com ele, mas alguém bateu à porta.

"Seu tio não vinha para casa só quando chegasse o fim de semana?" Eu perguntei e Jake cautelosamente se levantou e foi até à porta.

"Ele não vem." Ele olhou pelo olho mágico e então abriu a porta, "Algum problema, oficiais?"

Meu sangue fugiu do meu rosto, policiais. Minha mãe tinha me achado e enviou os policiais de novo, típico para caralho. Os policiais tiraram Jake do caminho e entraram no apartamento.

"Nós estamos procurando por Isabella Valderrama e temos informações válidas de que ela está nessa morada. Você sabe algo sobre isso?"

Eu me levantei do sofá e o policial mais alto me encarou, "Aí está você, nós temos policiais em toda a Los Angeles procurando por você. Você tem ideia do quão preocupados seus pais têm estado? Nós temos uma permissão para algemá-la se você não vier por conta própria."

Eu engoli com dificuldade e assenti, "Eu vou."

Jake deu um passo à frente, "Izzy, espere-"

"Não tem nenhuma espera filho, você é sortudo de eu não te levar por sequestro e retardar uma investigação."

Jake ficou em silêncio e eu coloquei meus braços em sua volta, beijando-o gentilmente, "Me desculpa." Ele sussurrei, mas eu balancei minha cabeça.

"Não é culpa sua, como poderia? Além disso, eu estou ainda mais irritada com ela."

Os policiais pegaram meu braço gentilmente e me levaram para fora do prédio em direção a um carro de polícia, onde eu me sentei por duas horas de viagem, minha raiva lentamente crescendo enquanto ele fazia a viagem familiar para casa. Eu o afastei de perto de mim e abri a porta. Minha mãe e meu pai estavam sentados no sofá, minha mãe em seu colo, obviamente tinha estado chorando.

"Vocês estão me tirando uma?!" Eu exclamei, andando direto passando por eles e subindo para o meu quarto.

"Izzy!" Minha mãe disse e correu para mim, me puxando para um de seus abraços típicos. Eu quase a abracei de volta, mas me contorci para longe de seu abraço.

"Você realmente acha que ligar para os porras dos tiras para me buscar foi a melhor coisa a se fazer? Sinceramente? Vá se foder, eu nunca mais quero te ver de novo." Eu rosnei e bati minha porta, trancando-a fortemente.

Wilmer's POV

Demi caiu no choro enquanto Izzy batia a porta e eu rapidamente corri para abraçá-la.

"NÃO!" Ela gritou, se afastando de meu peito com uma força surpreendente, "Você fez isso! Você a fez me odiar!"

Eu assenti, "Eu vou consertar isso, querida, eu juro, eu vou consertar, só venha aqui. Estou te implorando." Ela suspirou e tentou se controlar, andando até meus braços e pressionando seu rosto contra minha nuca.

"Ela me odeia."

Eu soprei seu cabelo, "Não ela não odeia, ela está irritada, mas não te odeia. Ela vai ficar bem mais irritada comigo uma vez que eu diga a ela que você queria que ela voltasse por conta própria e em como você me disse para não ligar para a polícia."

Demi assentiu, "Espero que esteja certo."

Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora