Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)

[46] Foco

Demi's POV

Eu bati a porta ao sair do carro depois de entrarmos na garagem.

"Demi, vamos, não fique b-"

"Não fique brava? Sério Wilmer?! Faça-me um favor e NÃO fale comigo agora." Eu marchei até a casa e subi as escadas.

"Não! Eu vou falar com você, sim! Não sei por que está irritada. Você me pede para ser honesto e não pegar leve com nada, mas agora está ficando brava comigo por fazer o que você me pediu?!"

Eu virei meus calcanhares e brutamente bati em seu peito, "Não ouse me culpar nisso Wilmer! Não finja que você não quis que noite passada acontecesse tanto quanto eu quis."

Ele soltou uma risada, "Ah, por favor querida, pelo menos eu consigo me controlar e lidar com meus problemas ao invés de tentar esquecê-los."

Eu revirei os olhos, "Sério? Você lida com os seus problemas? Tá mais pra uma garrafa de vodka lidar com eles por você!"

Suas mãos se fecharam e ele deu um passo à frente. Naquele momento, eu vi algo nele que nunca tinha visto antes, e recuei. Os olhos de Wilmer estavam cheios de horror.

"Demi.... Eu não ia.... Eu não-"

Eu saí correndo subindo as escadas para o quarto, batendo a porta enquanto eu caía na cama, respirando com dificuldade. De repente o casaco que eu vestia parecia uma armadura de ferro em volta do meu peito e eu o tirei junto com a camisa debaixo dele, caindo com os lençóis frescos contra o meu sutiã. Eu respirava com breves, pequenas e pesadas lufadas de ar, não importava o quanto eu tentasse respirar fundo meu corpo parecia como se estivesse virando do avesso enquanto as ondas de pânico cresciam, onda após onda. Minha respiração ficou ainda mais superficial e breve e pontos pretos começaram a surgir em minha visão.

"WILMER!" Eu gritei, minha voz subindo três oitavas enquanto eu me curvava em posição fetal e tentava focar em nada mais além do ataque de pânico dentro de mim.

Eu ouvi passos subirem as escadas e a porta se abriu com força.

"MÃE!" Eu enterrei a cabeça no travesseiro.

"Izzy, traga seu pai." Eu consegui sufocar o pânico por um tempo, mas senti seus braços me envolverem.

"Mãe, respire. Foque em inspirar e expirar. Você está bem." Eu lentamente voltei à realidade enquanto as batidas do meu coração desaceleravam e meus pulmões se expandiam preenchidos de ar várias e várias vezes. Izzy afagava minhas costas lentamente enquanto eu chorava em seu ombro. "Tá tudo bem mãe, você está bem."

Passaram-se mais dez minutos, mas eu finalmente consegui parar de chorar e se afastar da minha filha obviamente preocupada.

"Obrigada Iz, desculpa por ter te feito ver isso." Eu murmurei, enxugando meus olhos.

Ela balançou a cabeça, "Não é culpa sua. Eu tenho isso também, está tudo bem."

Eu suspirei e franzi a testa quando um pensamento passou por mim, "Cadê seu pai?"

Izzy mordeu seu lábio, "Ele estava, é.... Ele estava saindo quando eu cheguei em casa. Ele saiu à toda no carro quando eu ouvi você gritar."

"Porra." Enterrei o rosto nas mãos, sabendo que ele estava indo direto para um bar.

"Mãe?"

Eu olhei para cima, "Sim querida?"

Ela mordeu o lábio inferior, "Você e papai vão se divorciar?"