[59] Experimente

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Izzy's POV

A garrafa na minha mochila era pesada enquanto eu descia um pouco bêbada a rua, tentando não cair. Eu sabia que minha mãe me mataria se me visse naquele estado, então decidi andar por aí tentando ficar um pouco sóbria antes de voltar. Alguns adolescentes tinham me notado enquanto fazia voltas pelo parque grande e quando passei pelo grupo uma delas me chamou.

"Você sabe que está andando em círculos, não é?"

Eu levantei o olhar, uma menina estava vindo em minha direção, ela estava vestida em roupas pretas e apertadas com tatuagens pelo peito e braços. Apesar de sua aparência intimidante, seus olhos eram suaves e cheios de humor.

"Pois é, tô tentando limpar a mente."

Ela sorriu, mostrando os dentes bem brancos, "Então, você pode se sentar com a gente um pouco, nosso latido é pior que nossa mordida, se é que você me entende."

Eu assenti e a segui até onde o grupo, que também estavam vestidos de preto, estava.

"Aliás, meu nome é Pam, Pam Devito. E o seu?"

Levantei uma sobrancelha ao ouvir um nome tão comum para uma menina tão extraordinária, mas decidi que não iria questionar isso.

"Izzy."

Ela assentiu e sorriu de novo, "Izzy, hein? Nome legal. Nós costumávamos ter uma Iz, mas aí ela foi pegue no flagra com umas merdas estúpidas aí que a gente não se mete. Mas você não parece ser estúpida, você é estúpida?"

Um pouco confusa, eu balancei a cabeça e ela assentiu, o mesmo sorriso astuto tomando conta de seu rosto.

"Bem, isso é bom. Eu não gosto de pessoas estúpidas, elas causam muito drama. Você tem dramas?"

Ela sentou-se no banco e me puxou para perto dela.

"Milhões."

O grupo riu com minha resposta e Pam ergueu uma garrafa de cerveja, "Um brinde à essa menina."

Um menino com uma blusa de cantor de rock que parecia que estava em uma dor imensa me deu uma espécie de canudo marrom que estava fumando. Eu sabia o suficiente por conta da escola para reconhecer que aquilo era maconha.

"Quer um trago?"

Eu olhei para Pam, que deu de ombros, "É um aliviador de dor natural e não é illegal. Experimente, o que pode dar errado?"

Eu dei de ombros e coloquei o canudo na boca, tentando não pensar no montão de bocas que fumaram aquilo antes de mim.

Eu quase tossi meu pulmão inteiro.

Uma vez que os outros tinham terminado de uivar de rir, Pam me mostrou o jeito certo de fazê-lo e de repente eu estava rindo junto com os outros sobre tudo, um pássaro voando, uma menina correndo e o melhor de todos, um cara caindo em barris que um cara loiro chamado Spike ficou imitando várias e várias vezes, mas cada vez que ele o fazia de alguma forma ficava mais engraçado.

"Droga gente, nós devíamos voltar. Izzy, você precisa de uma carona?Mark está sóbrio e limpo."

Eu balancei a cabeça, "Minha casa é só alguns quarteirões daqui. Eu vou ficar bem."

Pam pegou meu celular e digitou um número, "Me mande mensagem quando você estiver em casa, sã e salva. Nós tomamos de conta um do outro aqui, certo?"

Ela me deu um tapinha de leve no braço e logo todos estavam em uma van, desgovernados e agora eu me sentia feliz que tinha rejeitado o pedido de Pam da carona enquanto eles faziam uma curva perigosa na esquina.

~*~

Uma vez que finalmente estava em casa, o som dos gritos preencheram meus ouvidos. Minha mãe e meu pai estavam brigando de novo. Tapando os ouvidos, fui ao meu quarto e decidi ignorar toda a conversinha de 'onde você estava do que você está falando nós não estávamos gritando' e tomei um banho rápido antes de subir na cama. Uma vez que minha porta estava fechada o isolamento acústico ajudou a silenciar os gritos enquanto eu rapidamente estava apta para cair no sono.

~*Demi's POV*~

"Wilmer eu sei que é sua! Só admita essa porra e eu ficarei menos chateada!" Eu gritei, erguendo a garrafa vazia de vodka.

"Demi, eu não sei de onde isso veio, prometo! Eu não bebi isso!"

Eu revirei os olhos, "E você acha que eu vou acreditar nessa merda? Wilmer, você é o único nessa porra de casa que bebe ou que tem acesso ao álcool! Quem mais seria?"

Ele jogou as mãos para o alto, "E eu lá sei?! Eu juro Demi, não foi eu!"

De repente eu não senti mais vontade de brigar e só sentei na cama, enterrando o rosto nas mãos.

"Eu não sei mais no que acreditar, Wilmer."

Ele se sentou ao meu lado e me puxou para seu peito, me permitindo chorar em seu ombro.

"Demi, não foi eu, vai ver foi um dos caseiros, mas não foi eu. Você sabe que estou tentando parar, e isso veio do meu acervo de licores, então alguém deve tê-lo pegado de lá."

Eu não queria mais brigar, então me deitei na cama, o levando comigo e me curvando ao seu lado. Suas mãos traçavam padrões leves nas minhas costas e eu podia sentir minha respiração superficial de outrora voltando ao normal. A cama de repente era bem confortável, e enquanto eu me aninhava para mais perto dele eu sabia que isso seria só por alguns segundos até que ele fosse embora de novo.

"Wilmer não é só em relação a essas garrafas, acho que nós devemos voltar às regras de castigo. Só.... só vá embora. Por favor."

Ele pegou meu rosto com suas mãos grandes e se inclinou, pressionando nossos lábios apaixonadamente, "Você esteve respeitando o espaço que eu precisava, então vou respeitar o seu. Te vejo amanhã, Hermosa."

Assim que ele se afastou eu agarrei sua nuca e o beijei profundamente de novo, arfando quando nos separamos.

"Desculpa, eu só quero estar sozinha agora."

Quando Wilmer saiu eu me curvei como uma bola, sabia que não era bom o quanto eu estava dependendo dele ultimamente, então precisava de tempo para mim mesma. Isso já tinha acontecido antes, durante meu tratamento eu tinha ficado tão presa a ele que quando as coisas ficaram muito ruins e nós nos separamos eu me sentia vazia por dentro, me fazendo sentir mais deprimida do que nunca. Tive que aprender a me virar sozinha e uma vez que Wilmer e eu voltamos para valer, era um relacionamento melhor, uma vida melhor para ambos. E era disso que eu precisava agora, ficar sozinha com meus pensamentos.

Não importa o quão perigosos eles possam ser.


Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora