Izzy's POV
Eu quase corri de volta para meu quarto depois de eu e minha mãe termos terminado de conversar. Sabia que ela estava suspeitando de mim, eu tenho sido tão estúpida lhe perguntando sobre essa história de sentimentos. Deitei naminha cama e podia sentir o peso da culpa de manter em silêncio uma parte da minha vida que eu sabia que ela ficaria arrasada por saber que estava escondendo dela. Eu sabia que minha mãe não me julgaria ou ficaria brava comigo, mas o problema é que eu não quero parar. Eu estou perfeitamente bem lidando com meus problemas do jeito que estou agora. Meus demônios são as únicas coisas com quem eu sempre posso contar. Eu mordi o lábio e olhei para a guitarra encostada na parede, não doeria tocar um pouco, certo? Eu me recusava a tocar desde quando minha mãe perdeu minha formatura da 9ª série, mas anos e anos de lições ainda estava na memória. Peguei o instrumento e peguei uma palheta da minha mesa do lado da cama. Eu tinha melodias passeando pela minha cabeça por um tempo, e quando eu toquei na primeira corda o tom familiar fez um sorriso bobo tomar meus lábios. Eu tocava o ritmo e começava a cantar baixinho.
Tough girl in the fast lane [Uma garota forte numa via rápida]
No time for love, no time for hate [Sem tempo para o amor, sem tempo para o ódio]
No drama, no time for games [Não há drama, não tem tempo para jogos]
Tough girl whose soul aches [Uma garota forte cuja alma dói]
I'm at home on my own [Estou em casa sozinha]
Check my phone [Dou uma olhada no cellular]
Nothing, though [Não há nada, mas mesmo assim]
Act busy, order in [Ajo como se estivesse ocupada, peço comida]
Pay TV, it's agony [TV paga, é uma agonia]
I may cry, ruining my makeup [Posso chorar e arruinar minha maquiagem]
Wash away all the things you've taken [Derramando todas as coisas que você tomou]
And I don't care if I don't look pretty [E eu não ligo se não estou bonita]
Big girls cry [Garotas grandes choram]
When their hearts are breaking [Quando seus corações estão partidos]
Big girls cry [Garotas grandes choram]
When their hearts are breaking [Quando seus corações estão partidos] (*)Parei de tocar e respirei fundo, enxugando meus olhos. Não queria chorar muito alto ou arriscar minha mãe me ouvir. Rapidamente, peguei um pedaço de papel e uma caneta, escrevendo os versos e os acordes que eu tinha tocado. Sorri com o que tinha escrito e então pisquei, isso podia funcionar mesmo. Nesse momento, não senti tanta vontade de me cortar como sentia no começo. Estava lá, claro, mas não era mais tão urgente. Me encontrei querendo tocar mais do que eu queria ir ao banheiro e procurar a lâmina.
Estranho.
~*~
~*Demi's POV*~
Acordei deitada contra o peito de Wilmer, uma das minha pernas sobre sua coxa e minh mão em seu peito de forma protetora. Quando o olhei, vi que já estava acordado e encarava o teto enquanto sua mão trilhava caminhos para cima e para baixo nas minhas costas. Fiquei ali por alguns minutos, olhando seu rosto.
"Que horas são?"
Wilmer olhou para o celular, "Quase onze da manhã."
Eu gani e me sentei, "Minha consulta com o médico é às uma! Por que não me acordou antes?"
Ele baixou o olhar, "Não queria que você fosse embora."
Meus olhos se suavizaram e deitei sobre ele de novo, "Acho que podemos esperar mais alguns minutos."
Ficou tudo quieto por alguns minutos, até que eu quebrei o silêncio.
"Para onde você foi noite passada?"
Wilmer inspirou profundo, "Para um bar."
Um nó na minha garganta se formou e eu tive que lutar contra as lágrimas.
"Ah."
"Eu não bebi."
Eu olhei para ele curiosa, "Como assim? Por quê?"
Ele brincou com meus dedos gentilmente, "Eu pedi vodka e um tônico, olhei pelo bar e vi um cara mais velho com alguns copos na frente dele. Ele estava encarando a aliança dele nos dedos. Percebi que isso poderia muito bem ser eu em alguns anos se não me ajeitasse. Então eu fui até o consultório de Kelly e me encontrei com ela logo quando ela estava saindo e só desabafei um pouco. Ela me lembrou de que você não está mais tomando seus medicamentos então seu humor está bem instável agora, e era normal para você ficar magoada e com raiva de eu ter dito aquilo do sexo. Aí eu vim para casa. Não queria te acordar hoje de manhã porque ainda estava pensando em como te dizer desculpas."
Eu mordi meu lábio e sorri, "Estou orgulhosa de você. Duas semanas atrás você estaria no sofá e de ressaca.
Ele vacilou, mas sorriu fraco e beijou meus dedos. "Eu sinto muito, Demi."
Balançando minha cabeça, eu subi mais para seu peito, "Então, você ainda é contra quebrar as regras de castigo ou a regra dos dois beijos ainda estão de pé?"
Wilmer fingiu pensar, "Acho que eu ficaria bem com um beijo."
Mal ele terminou a frase e meus lábios estavam nos dele, minhas mãos passeando pelo seu cabelo. Cedo demais, precisamos de ar e nos afastamos.
Eu continuei com minha testa contra a dele, "Nossa, como eu te amo."
~*~
"Demi, se acalme." Wilmer murmurou, pegando minha mão quando minha perna começou a se mexer no consultório do médico.
"É fácil para você falar isso. Não é você que perdeu um filho antes, quase duas vezes!" Eu sibilei e imediatamente me arrependi das palavras que tinha dito ao ver sua expressão de dor. "Desculpa. É que eu estou com medo."
Ele me puxou para seu lado e beijou minha têmpora, "Vai ficar tudo bem, não importa o que aconteça."
"Demi Lovato?"
Ambos olhamos para a enfermeira e Wilmer me puxou para ficar de pé, me guiando de mãos dadas para uma sala branca onde tínhamos sido instruídos de novo para esperar.
"Wilmer, eu não posso."
Ele abriu a boca para responder, mas naquele momento a porta se abriu e uma mulher mais velha apareceu.
"Olá! Meu nome é Dra. Renolds, eu estarei fazendo sua ultrassom hoje."
Eu franzi o cenho, "O que aconteceu com o Dr. Beachamp?"
Ela imitou minha expressão, "Você não tinha pedido para trocar de médico?"
Meus olhos estavam em chamas quando olhei para Wilmer, que tinha uma expressão bem culpada.
"Ah sim, eu esqueci."
Não pude parar de encarar Wilmer o tempo inteiro que ela passou para colocar o gel e ligar a máquina. Ele milagrosamente tinha ficado bem interessado em olhar o chão.
"Ok! Aqui está seu bebê, em alguns segundos você vai conseguir ouvir as batidas do coraçãozinho dele." Eu desviei o olhar de meu marido com quem agora estava enfurecida para olhar um monitor enquanto os batimentos começaram a soar pelo microfone. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu cobri o rosto com a mão.
"Puta merda."
A médica sorriu, "Seu bebê é perfeitamente saudável. Parabéns."
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(*) N.T: A música criada pela Izzy originalmente se chama Big Girls Cry, da Sia. Como sempre, coloquei a tradução para quem quisesse.
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Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)
FanfictionMeu nome é Isabella Lovato-Valderrama. Sim, é um nome muito grande então as pessoas apenas me chamam de Izzy... O pessoal da escola têm outros apelidos para mim: piranha, vadia, baleia, vaca, emo, metida... é tudo verdade, claro. Por que eles mentir...