[77] Não

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Demi's POV

"Vamos fazer mais uma turnê mundial!!!!!"

Eu pisquei e uma risada saiu da minha boca, "Vocês sabem que eu estou grávida de gêmeos, certo?"

Outro cara que eu não conhecia, mas que assumi que era da equipe da turnê se levantou, "Ah relaxa, é isso é só uma pequena pausa! Você vai ter mais o quê, três meses? Dois? Não importa, estamos seguros caso começarmos em seis meses."

Balancei a cabeça, "Isso me dá quatro meses com meus bebês recém-nascidos."

O cara revirou os olhos, "Você tem seu marido por uma razão, Demetria."

O jeito que ele disse meu nome, como se eu estivesse sendo uma criança, como se eu estivesse sendo tão ingênua para querer mais do que quatro meses com eles fez meu sangue ferver e me encontrei de pé.

"Me escute com atenção. Eu nem sei quem você é, aí você vem aqui agindo como se você pudesse tomar conta do caralho da minha vida? Não. Eu não vou abandonar minhas crianças para sair em uma turnê mundial não importa o quanto você queira ser pago."

Outra mulher que era parte da sua comitiva se levantou, "Você já fez isso antes, qual a diferença?"

Eu bufei, "A diferença é que eu me arrependo daquela decisão todo dia. Se eu não tivesse entrado em turnê em menos de um ano depois que Izzy nasceu, eu não estaria lidando com metade dos problemas que estou agora."

O cara revirou olhos de novo, "Nem me fale daquela garota."

Agora a mamãe urso dentro de mim estava saindo, "Mas que porra isso quer dizer?"

"Quero dizer que acho que devíamos tirá-la de tempo, quer dizer, vamos, a menina obviamente tem problemas, não precisamos desse tipo de má reputação enquanto tentamos promover a turnê."

Virei meu olhar par ele e Phil rapidamente se meteu no meio de nós, "Demi, se isso te importa tanto, podemos adiar para mais alguns meses."

Eu dei uma risada, "Tente adiar para anos, Phil. Você tem sido um bom amigo para mim ao longo dos anos, mas você precisa entender que, de agora em diante, minha família sempre  virá antes da minha carreira em cada decisão que eu fizer. Você não tem direito algum de tentar tirar isso de mim quando você sabe o que está acontecendo entre a gente. Eu estou enojada só de te olhar, então vou sair daqui agora. Me liguem quando tiverem conseguido tirar o cérebro da bunda de vocês." Rosnei e saí para meu carro, onde explodi em lágrimas.

Phil sempre tinha sido tão compreensivo com todos os obstáculos que minha carreira tinha enfrentado. Rehab, Izzy, Wilmer, e agora os bebês. Mas, naquela sala, ele era uma pessoa diferente. Ele tinha de saber que eu não apoiaria aquilo, não entendo por que ele permitiu aquelas pessoas chegarem até mim em primeiro lugar. Depois que eu finalmente me acalmei o suficiente para que as lágrimas não embaçassem minha visão, liguei o carro e fui para casa.

Saffy estava com Izzy na sala de estar quando eu destranquei a porta e entrei na casa. Evitando-as, fui direto para as escadas e meu quarto, onde caí na cama, afundei minha cabeça num travesseiro e gritei o mais alto que pude. Eu odeio management pra caralho. Depois que estava satisfeita com meu chilique medíocre, rolei para olhar o teto e respirei fundo, tentando me acalmar e não ligar para Phil para começar outro tumulto sobre quanto estúpido ele e todo mundo daquela sala era.

Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas em um momento as lágrimas que raivosamente brotavam de vez em quando tinham secado e escutei uma porta abrir e fechar no andar de baixo, indicando que Wilmer tinha chegado em casa. Seus passos pesados soaram nas escadas e eu pressionei um travesseiro contra minha cara quando a porta abriu. Ouvi ele dar um risinho e aí andar um pouco antes de subir na cama e deitar sua cabeça em minha barriga imensa.

"Dia difícil?"

Eu suspirei, "Você não faz ideia."

Wilmer gentilmente tirou o travesseiro da minha cara e afagou meu rosto, "O que aconteceu, nena?"

Eu balancei minha cabeça e envolvi meus braços em seu pescoço, "Não quero nem pensar nisso agora. Estou só cansada e com fome e meus pés doem."

Ele sorriu e se inclinou para me beijar, "Bem, eu comprei alguns mantimentos. Saffy saiu, então Izzy e eu vamos fazer enchiladas... Você pode vir ajudar... ou só assistir."

Eu suspirei e deitei em seu peito, "Isso parece ótimo. Vamos."

Wilmer me ajudou a levantar e segurou minha mão enquanto descíamos as escadas para onde Izzy estava esquentando uma frigideira de óleo.

"Oi mãe, não sabia que estava em casa."

Sorri, "Oi querida, tive um dia longo, fui direto lá para cima."

Ela assentiu e voltou a cozinhar enquanto Wilmer puxou uma cadeira para mim no balcão e me deu queijo para ralar.

Eu os assisti cozinhando juntos, ambos falando piadas em tanto espanhol que eu não conseguia entender nada. Wilmer falava em espanhol com Izzy quando ela era menor, então era uma segunda língua para ela, mas o que eu mais sabia era o que era preciso para se enturmar em uma visita da família de Wilmer.

"Uou Dems, guarde um pouco para as enchiladas!" Wilmer riu e tirou o queijo que eu estava comendo sem perceber das minhas mãos. "Essa é a que está preocupada com o peso de grávida." Wilmer brincou comigo e balançou a cabeça.

Eu franzi o cenho para ele, "Como é que é?"

Wilmer levantou o olhar, "O quê?"

Eu só balancei a cabeça, "Idiota." Ele observou enquanto eu girei em meus calcanhares e praticamente corri as escadas para meu quarto e bati a porta.

Sei que provavelmente estou exagerando, mas seu comentário me irritou mais do que deveria. Os tabloides estavam constantemente falando de mim sobre meu ganho de peso. Era como se não importava par ao público o fato de eu estar tendo um bebê. Eu estava com tanto estresse por conta do trabalho e da sociedade que me encontrei chorando histericamente enquanto entrava no closet e me encostei contra a parede. Wilmer veio alguns minutos depois e se agachou em minha frente.

"Nena, sinto muito, não quis dizer aquilo para te machucar."

Balancei a cabeça, "Não é por causa da porra do comentário, Wilmer. Eu ouço esse tipo de comentário todo santo dia. É o fato de você ter sido quem o fez quando era para estar sendo meu escudo dessas coisas, certo?"

Wilmer assentiu e se sentou em minha frente, puxando meu corpo para que eu estivesse contra seu peito, "Isso não é por causa dos comentários querida, sei que você é melhor do que isso. O que aconteceu hoje?"

Dei de ombros, "Nada."

Ele arqueou uma sobrancelha, "Pensei que tínhamos concordado em se comunicar um com o outro."

Com um suspiro eu enterrei meu rosto em sua nuca, "Eles querem que eu faça uma turnê quatro meses depois que os bebês nascerem."

Wilmer se soltou de mim e sabia que ele estava furioso, "Que porra é essa? Demi, qual a porra do seu problema?"

Eu arfei, "Meu problema?! Como assim meu problema?"

Ele jogou as mãos para o ar, "Você não pode sair em turnê depois que os bebês tiverem nascido! O que foi que deu em você? Eu sabia que não tinha mudado nada!"

Eu congelei, as lágrimas rolando pelo meu rosto, "Quê?" Eu sussurrei roucamente.

"Você não mudou nadinha! Tão egoísta e egocêntrica! Não vou conseguir criar gêmeos sozinho."

Ele pensava que eu tinha aceitado a turnê. Ele pensou que eu era tão superficial a ponto de dizer sim.

Eu me levantei e tentei encará-lo, mas tudo o que consegui foi um soluço dolorido enquanto o olhava, "Wilmer, eu já tinha dito a eles que não. Mas é bom sabe que você acha que eu teria dito na verdade um sim."

Com isso, virei as costas para ele e entrei no banheiro, trancando a porta enquanto me senti pronta para desabar.

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Votem e comentem se estiverem gostando ou não gostando ou sei lá. Vou tentar postar um por semana ou dois, porque agora que minha faculdade voltou com tudo tá meio difícil de entrar aqui. Enfim, um beijo pra vocês <3

Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora