Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)

[50] Me Leve

Demi's POV

Eu me sentei na cama, meus olhos se acostumando com a escuridão e um poço se formava em meu estômago.

"Hermosa? O que foi?" Wilmer murmurou sonolento ao meu lado, um pouco sentado.

"Não sei, mas tem alguma coisa errada, eu posso sentir." Eu podia sentir meus sentimentos de ansiedade arder por alguma razão, algo parecia extremamente errado, como se houvesse um buraco no meu coração. "Eu vou dar uma olhada em Izzy." Eu murmurei e Wilmer também saiu da cama.

"Vou te fazer um chá para te ajudar a dormir de novo."

Eu assenti e lentamente andei ao quarto de Izzy, e tudo se encaixou no porquê de eu estar me sentindo assim. Ela não estava na cama, mas a luz estava irradiando de seu banheiro.

"Izzy? Você está aí?" Eu bati na porta e girei a maçaneta mas estava trancada. "Izzy?" De repente a sensação em meu peito cresceu e eu bati minha mão na porta.

"WILMER!"

Ele veio correndo na mesma hora, "O quê?"

Eu apontei para a porta, "Faça isso abrir, ela está aí dentro e não responde."

Wilmer assentiu e agarrou a maçaneta, batendo seu ombro na madeira. Ela rangeu e estilhaçou depois de o ombro dele bater uma segunda vez. Mais uma e se amassou como alumínio. Eu o empurrei para o lado e um grito petrificado saiu de minha boca.

"NÃO! LIGUE PARA O 911 WILMER. NÃO IZZY QUERIDA." As lágrimas estavam descendo pelo meu rosto enquanto eu caía perto de minha filha que estava deitada em um poço de seu próprio sangue. Meus olhos foram para seus pulsos e tive náusea, esvaziando o conteúdo de meu estômago no vaso sanitário.

Os pulsos de Izzy estavam mutilados e sangrentos, eu podia ver os tecidos nos cortes mais profundos. Sua pele estava pálida e sem vida quando eu a puxei para meus braços, minhas mãos pegajosas com seu sangue enquanto eu batia em seu rosto, o molhando com minhas lágrimas.

"ACORDE! ACORDE PELO AMOR DE DEUS, POR FAVOR MEU AMOR."

Wilmer estava na porta chorando e falando com o atendente no telefone.

"Sim... Minha filha ela se cortou muito profundo.... Há muito sangue, eu não sei por quanto tempo ela esteve lá, por isso preciso que mande uma ambulância agora mesmo. Obrigado."

Ele ficou de joelhos ao meu lado e sentiu seu pulso, praguejando enquanto segurava seus pulsos.

"Demi, nós precisamos colocar pressão nos pulsos dela, me ajude." Eu gemi enquanto ele segurava minhas mãos e os colocava nos braços sangrentos de minha filha.

"Ela vai ficar bem." Eu não sei se ele estava me dizendo isso ou tentando convencer a si mesmo.

"Ela tem que ficar bem."

~*~

"Sinto muito Sra. Lovato. Nós fizemos tudo o que podíamos." Eu podia fisicamente meu coração se partir em pedaços ao médico sair de perto com uma expressão triste. Eu caí nos braços de Wilmer, as lágrimas jorrando forte pelo meu rosto enquanto eu gritava, agarrando sua camisa nas minhas mãos.

"NÃO! ELA NÃO PODE. POR FAVOR. EU FAÇO QUALQUER COISA." Eu gritei para Deus, o implorando para trazer minha bebê de volta, para que eu a dissesse que a amava mais uma vez, para segurar sua mão e ver seu sorriso que sempre escondeu um segredo. Eu queria estar em seu lugar, por que eu não poderia morrer ao invés dela?

"ME LEVE." Eu implorei, olhando para o teto e ignorando os olhares simpáticos dos espectadores.

"ME LEVE! NÃO ELA, NÃO POR FAVOR ELA NÃO, TRAGA ELA DE VOLTA."

~*~

"Demi! Acorde!" Meus olhos se abriram para ver Wilmer me olhando com uma expressão preocupada.

"Izzy-"

"Ela está bem- Bem, do mesmo jeito."

Eu assenti e relaxei no peito de Wilmer, encarando minha filha inconsciente na cama do hospital enquanto ele envolvia seus braços em volta de meu corpo de forma protetora.

"Volte a dormir nena, ela está bem e vai estar acordando dentro de um dia ou dois."

Eu assenti, me curvando como uma criança e o usando como cobertor e travesseiro.

Deus queira que ele esteja certo.

~*~

Izzy's POV

Eu acordei com luzes brilhantes irradiando direto para meu rosto. Eu levantei uma mão para proteger meus olhos enquanto examinava o que havia em minha volta. Leito de hospital?

De repente os acontecimentos da noite passada passaram pela minha memória e meus olhos se preencheram de lágrimas. Como eu pude ser tão estúpida? Claro que com a minha sorte eles não me deixaram morrer.

Finja Isabella, finja até que eles confiem em você, aí você vai poder fazer isso.

Você vai poder finalmente estar em paz.

Você finalmente vai poder morrer.

Eu olhei pelo quarto, vendo meu pai e minha mãe curvados em uma cadeira juntos, seus braços entrelaçados.

"Mamãe?" Minha mãe piscou os olhos abertos e lentamente os focou em mim, como se não acreditasse no que via. Finalmente, seus olhos se arregalaram e ela pulou.

"Izzy" Ah meu Deus, meu amor você está acordada!" Ela correu para mim e me abraçou. Eu ignorei o esmagamento na minha cabeça e apertei suas costas fortemente. "Ai meu Deus." Ela sussurrava várias e várias vezes, correndo seus dedos pelo meu cabelo. "Você está viva, obrigada Senhor."

Eu senti meu pai envolver seus braços em nossa volta e suspirar profundamente, eu podia sentir lágrimas brotarem em meus olhos enquanto minha mãe se tremia em soluços.

Viu o que você fez com eles?

Você não é nada além de um estorvo.

Eu afundei meus dentes em meu lábio inferior, lutando contra os gritos dos demônios interiores que controlavam meus pensamentos.

"Sinto muito." Eu soluçava, deixando que minhas lágrimas molhassem a camisa de minha mãe.

"Shh querida, eu estou aqui. Está tudo bem." Ela murmurava em meu ouvido em tom macio, "Eu estou aqui."

Então o médico entrou, um sorriso grande em seu rosto.

"Bem-vinda de volta Isabella. Nós estávamos bem preocupados com você." Eu sorri confortante para o médico e minha mãe apertou minha mão como um gesto tranquilizador.

"Eu só vim aqui para trocar os curativos em seus pulsos.... Sra. Lovato-"

"Eu vou ficar desta vez." Minhas sobrancelhas franziram enquanto eu percebia que ela tinha passado por tanto sofrimento que não podia sequer ficar para ver meus pulsos.

"Se você está confortável com isso, tudo bem."

Eu pude ver minha mãe fisicamente tensa com cada camada de curativos sendo removida, e ela tentou engolir seu soluço quando meus cortes foram revelados. Porém ela não precisou fazer isso, os meus eram altos demais por nós duas.

Meus olhos trilhavam pela pele inchada e avermelhada por conta dos cortes, eu nem sequer tinha percebido que tinha feito isso tantas vezes, eu só continuei mutilando. O médico delicadamente tocava as linhas de raiva com um líquido marrom e finalmente colocou outros curativos, e minha mãe deixou escapar a respiração que ela esteve segurando por todo o tempo.

"Bem, agora que você está acordada e seus sinais vitais estão bons, você pode ir para casa. Vai me levar uma hora ou duas para pegar os papeis da alta, então sente-se e relaxe."