[72] Desculpa

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Wilmer's POV


Deixei Demi sozinha e subi as escadas, parando do lado de fora do quarto de Izzy e batendo levemente à sua porta.

"Vai embora."

Eu suspirei, "Izzy, é papai."

"Tô nem aí. Não quero ver nenhum de vocês dois."

"Ah, é? Bom, você vai mudar de ideia uma vez que escutar o que eu tenha a dizer." Esperei alguns segundos e então ouvi seus passos pelo quarto até que a porta se abre à minha frente.

"Você tem dois minutos." Ela determinou, antes de voltar em seus calcanhares e andar até sua cama para sentar-se nela. Eu segui seu passo e sentei ao seu lado de leve, e então cruzei as mãos enquanto a analisava.

"Você não tem motivo nenhum para ficar com raiva de sua mãe."

Ela bufou e revirou os olhos, "Eu nunca quero falar com aquela mulher de novo na minha vida."

Eu balancei a cabeça, "Mas você não tem motivo para isso. Você não sabe da história toda-"

"Aqui está o que eu sei, papai. Ela nunca esteve aqui comigo no passado, então por que eu deveria permiti-la ter um pedaço do meu futuro? Eu fugi para buscar esse futuro, aí eu sou arrastada de volta para casa por policiais por ordens dela. Não quero vê-la, ou ver você agora e provavelmente vou ficar assim por um bom tempo."

Eu suspirei, "Isabella, não foi sua mãe quem chamou os policiais para você. Fui eu."

Ela se sentou ereta, "Quê?! Por quê?!"

Eu olhei para minhas mãos, "Parecia a coisa mais racional a se fazer no momento. Sua mãe, contudo, estava me implorando para não fazê-lo. Ela não queria que você a odiasse mais do que ela pensava que você já odiava. Mas aquilo não importava para mim, eu te queria de volta em casa onde eu podia garantir que você estava segura. Sua mãe me colocou em uma puta de uma briga, me ameaçando, dizendo que iria se divorciar e que nunca iria me perdoar por isso. E ainda sim, eu liguei para eles, Ela quase teve uma recaída-"

"Espera aí, o quê?" Izzy se levantou, o sangue fugindo de seu rosto ao saber que sua mãe quase tinha se machucado.

"Pois é, mas eu consegui impedi-la a tempo, mas ainda sim o fato que eu fiz ela ficar tão deprimida assim matou algo dentro de mim. Não era seus demônios, ou os caras que praticavam bullying que a regrediram no tratamento, fui eu. Eu quem a trouxe até seu limite. Eu a abracei todas as noites e tudo o que queria fazer era te trazer de volta para que assim ela ao menos ficasse mais confortável e não chorasse toda vez que visse uma foto sua. ENTÃO você pode ficar brava comigo o tanto que você quiser, mas por favor, não tenha esses sentimentos por sua mãe. Ela não fez absolutamente nada de errado."

Izzy ficou em silêncio por um bom tempo, ponderando as coisas em sua mente antes de suspirar, "Eu não estou com raiva de nenhum de vocês. Acho que isso faz sentido quando você explica dessa forma."

Eu sorri, "Então posso ter um abraço?"

Izzy revirou os olhos, mas sorriu de volta e foi para os meus braços, me abraçando forte e enterrando seu rosto em meu peito.

"Senti tanto sua falta, filha."

Ela suspirou, "Também senti saudade, papai."

Nós nos abraçamos por um tempo, até que, quando ela se afastou, eu levantei uma sobrancelha, "Então... Posso mandar sua mãe entrar?" Izzy assentiu, e eu beijei sua testa, "Obrigada por me ouvir, Iz."

Demi's POV

"Ela nunca esteve aqui comigo no passado, então por que eu deveria permiti-la ter um pedaço do meu futuro? Não quero vê-la, ou ver você agora e provavelmente vou ficar assim por um bom tempo."

Eu deixei um gritinho sair e rapidamente cobri minha boca enquanto escutava Wilmer e Izzy conversarem dentro de seu quarto. Não conseguia mais escutar sem ficar quieta, então eu praticamente saí correndo descendo as escadas e me joguei no sofá, enterrando meu rosto em um travesseiro e soluçando, ela me odeia. Eu sabia que ela me odiava e isso é tudo culpa dele. Ele ligou para os policiais para buscá-la e agora ela me odeia. Eu me curvei como uma bola e deixei que os soluços rasgassem meu peito. Depois de alguns minutos, Wilmer desceu as escadas e correu para mim.

"Demi?! Qual o problema, querida?"

Eu balancei a cabeça, "Eu disse a você que isso ia acontecer, Will! Ela me odeia!" Ele começou a balançar a cabeça mas eu o interrompi, "Não tente amenizar a porra da situação para o meu lado. Eu ouvi vocês dois conversando. Ela não quer me ter em sua vida nunca mais."

Wilmer suspirou, "Demi, ela quer te ver. Você obviamente não ficou para a conversa inteira, mas ela quer te ver."

Eu senti minha respiração parar enquanto eu me atrapalhava com as palavras, "Ela quer?"

Wilmer assentiu, "Então, o que você está esperando? Suba lá."

Eu me levantei, balançando em minhas pernas ligeiramente com minha barriga de grávida me puxando para baixo. Wilmer me segurou pelo cotovelo e me ajudou a subir as escadas, então beijou meu rosto do lado de fora do quarto de Izzy.

"Vá em frente."

Nervosa, eu entrei no quarto, mantendo minhas mãos trêmulas entrelaçadas na minha frente. Izzy estava sentada na cama de costas para mim, a cabeça nas mãos. Eu hesitei no meio do quarto,entrelaçando meus dedos.

"Izzy?"

Ela levantou o olhar, seus olhos se arregalando de óbvia surpresa com meu estado terrível.

"Mãe." Sua voz falhou e as lágrimas preencheram seus olhos. Simultaneamente, nós corremos uma para a outra, eu a apertei forte em meus braços, chorando de alívio.

"Meu bebê." Eu sussurrei, alisando seus cabelos várias vezes, "Nossa senhora, Izzy."

Ela estava tremendo enquanto me puxava para mais perto, "Sinto muito, me desculpa."

Eu balancei minha cabeça e beijei seus cabelos, "Não filha, não se desculpe, está tudo bem. Está tudo bem." Eu nos levei para perto a cama e sentamos, abraçando-a e afagando suas costas delicadamente.

"Não está nada bem, mãe. O papai me contou sobre noite passada."

Eu engoli com dificuldade, "Noite passada foi um erro, não foi sua culpa meu amor. Eu juro."

Izzy fungou, "Eu não te odeio."

Eu encostei minha bochecha no topo de sua cabeça, "Eu sei que não, filha. Mas me desculpe, eu devia ter te deixado para casa sozinha, eu devia ter brigado mais com seu pai."

Izzy balançou a cabeça, "Eu acabaria indo para casa hoje ou amanhã, de qualquer forma. Não estou mais com raiva de vocês dois."

Eu suspirei e a apertei de novo, "Eu te amo tanto, querida."

"Também te amo, mãe."

Eu a puxei de volta e olhei em seus olhos, "E não ouse NUNCA MAIS fazer isso comigo de novo."

~*~

Naquela noite, eu rastejei para a cama e me aninhei ao peito de Wilmer, seus braços apertando em minha volta.

"Nós realmente precisamos nos ajeitar.

Wilmer riu, "Com certeza, Hermosa."

Eu suspirei e encostei meu queixo em seu peito para olhá-lo, "Desculpe ter te dito que estávamos acabados, e que eu nunca iria te perdoar. Eu estava só brava e magoada."

Wilmer assentiu, "Sei que estava, nena. Eu entendo, não quis dizer nada do que te disse também.

Eu me inclinei e pressionei meus lábios nos seus, gentilmente passando meus dedos pelo seu cabelo enquanto nossas línguas se encontravam. Eu já estava me aprofundando no beijo quando senti uma dor aguda no fim da minha barriga.

"Wilmer?" Eu disse, parando o beijo.

"Que foi?"

"Acho que minha bolsa se rompeu."


Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora