DEIXE-A IR

* Jax procura pela garota da Biblioteca

O domingo passei o dia tirando restos de copos, comida e preservativos da piscina, "minha nossa", não sei como aquela gente podia transar assim com um monte de gente olhando, isso parecia nojento, mas excitante.

- Sr. Flanangan? Telefone... – Disse Gina esticando o telefone, fazendo uma careta quando tirei uma camisinha da piscina com a peneira.

- Obrigado! – Peguei o telefone sem jeito me sentindo um babaca completo. – Alô!

E era meu pai querendo saber como foi meu sábado, mesmo não dando detalhes, eles sabiam de tudo que se passava dentro de casa, respirei fundo, deixando os ombros caírem quando meu pai resolveu querer saber se eu tinha dormido com alguma garota.

- Não pai... Não transei com garota nenhuma... – Que mania que ele tinha de se meter em minha vida, trocamos mais meia dúzia de palavras e desliguei.

Na segunda-feira, depois da aula de administração e economia, corri para a biblioteca, antes que desce o horário do almoço, uma velha de óculos na ponta do nariz me olhou quando me aproximei do balcão.

- Seu cartão? – Ela estendeu a mão.

A olhei sem saber o que desejava.

- Não... Não trouxe meu cartão...

- Me de seu nome que consulto no computador... – Disse ela parecendo sem paciência.

- Jackson Flanangam... – Respondi quase engasgando.

- O Senhor não tem cadastro... – Disse ela torcendo a boca, me olhando sob os óculos. – Vá até a saleta de cadastro no fim do corredor, se cadastre e volte aqui para apanhar livros.

Fiquei com vergonha de perguntar se uma garota de cabelos negros e longos trabalhava ali, mas ela me deu uma encarada tão fulminante que saí de lá quase atropelando todo mundo sem saber por que deveria me cadastrar, já que o meu interesse não era os livros e sim na garota que não sabia o nome, mas mesmo assim, segui até a tal saleta no corredor, a porta estava fechada, mas um dizer estava escrito:

Bata e Entre

Bati e entrei, três alunos estavam sentados, corri meu olhar e meu coração disparou, ela estava no computador, digitando freneticamente os dados da aluna sentada a sua frente, entrei e me sentei num canto, ansioso, comecei a suar, abracei minha mochila e bufei.

- Obrigada... – Disse a garota saindo da sala, levando algo na mão.

Novamente nos olhamos, ela que estava seria, sorriu, chamou o próximo que se levantou rápido, se sentou a sua frente e percebi logo de cara que também não era interesse de livros e sim na garota.