Jax conversa com Patrícia

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Saí do quarto assim que ela me deixou sozinho, cheguei na sala, Adam meolhou desconfiado, creio que nos ultimos tempos ele deva estar indo de colo em colo, fui até ele e me abaixei para ficar na sua altura, acariciei seus cabelos e sorri.

- Ei Amigão!... – Notei que ele tinha uma pita igual a minha no canto da boca, sorri admirado de como fui fazer um menino tão parecido comigo. – A vovó vai te levar para passear e comprar roupas novas para você, mais tarde vou passar lá para te ver, o você vai ficar feliz em te conhecer, pede a ele pra dar uma volta de moto com você e a vovó. – Olhei para minha mãe, ela sorria, dei de ombros, por não saber o que dizer, voltei a olha-lo. – Vem aqui me dar uma braço.

Adam olhou para minha mãe, mas esticou os braços para mim, nos abraçamos calorosamente, gemi sentindo ele nos meus braços, eu estava apaixonado pelo meu moleque e mal o conhecia, queria poder passar mais tempo, mas agora precisava desenterrar uma parte do meu passado e ter uma conversa com Patrícia, não sei como ela iria reagir a isso, justamente para ela que não quer ter filhos e eu também não fazia questão, pois em termos de romance eu tinha deixado tudo para traz quando voltei deixando Wendey.

Dei um beijo em Adam e me levantei, beijei mamãe e a vi sair com o neto, agora era hora de conversar com a minha noiva, peguei a chave do carro a carteira e saí.

- Olha só quem veio me ver a essa hora? – Patrícia saiu de traz do balcão, passou os braços em volta do meu pescoço, nos beijamos. – O que aconteceu, isso é saudades?

Segurei em sua cintura, sorri amável.

- Em partes... – Olhei para as meninas. – Tem um tempo para mim, preciso conversar com você.

- Ah... Está bem. – Patrícia olhou para as meninas. – Volto logo.

Fomos até um café dentro do shopping, nos sentamos, Patrícia pegou em minha mão acariciando como se quisesse algo, mas no momento não podia dar nada.

- Preciso desenterrar uma história para você... Quero que me escute com atenção, pense bem e vamos conversar.

- Tá... – Ela achou estranho deu de ombros.

Limpei a garganta, o rapaz do café nos trouxe nossos cafés preferidos, ele já sabia qual era e nem esperou que fizéssemos o pedido, agradeci com uma sorriso e voltei a olhar para Paty.

- Se lembra da Wendey?

Patrícia perdeu a cor, o sorriso e o rebolado.

- O quem tem ela? – Foi seca, fingi que não entendi.

- Ah... Put'z... – Soltei, por que não sabia como começar. – Hoje de manhã recebi uma ligação de uma assistente social de uma paróquia, no começo achei que era pedido de doação, ou sei la o que, cheguei a pensar que... Fosse para levar alguma carga para refugiados... Marcamos as 14hs para ela estar lá e quando cheguei... não era nada do que eu pensava.

- A Wendey voltou... – Patrícia soou quase em um lamento.

- Não... Não voltou... – Olhei bem para ela. – Ela teve um filho...


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