Na roda Gigante

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Peguei meu sanduiche na mão e ela o dela, nos olhamos, ela riu e deu uma generosa mordida em seu sanduiche, fiz o mesmo e tive que confessar, aquilo era realmente delicioso, seguimos para a fila da roda gigante que também estava enorme, o tempo passou tão rápido que já eram 17hs e logo começaria a escurecer, não tinha vontade de ir embora e muito menos de deixa-la ficar longe de mim, como eu ir para a minha casa e ela para a dela, já começava a sentir um vazio só de pensar nisso.

Olhei para ela e ela tinha um pouco de mostarda no canto do lábio, limpei com a ponta do dedo e ela levou-o a boca.

- Não podemos desperdiçar mostarda! - Ela disse beijando as pontas dos meus dedos.

"Meu Deus"

Quase caí sentado no chão sentindo aqueles lábios quentes no meu dedo, a vontade de beija-la foi imediato, e não foi só isso que se agitou em mim, mas algo lá em baixo, no meio, deu uma pulsada grande, sorri, minha face queimou novamente, desviei o olhar para outro lugar afim de me esquecer do que eu sentia.

- Podemos andar na praia depois... - A olhei rapidamente que colocava o ultimo pedaço do sanduiche na boca. - Já veio a praia?

- Sim, mas foi rápido! Não costumo sair muito do Campus! - Ela beijou o meu rosto e me abraçou pela cintura. - Você me faz bem feliz, sabia?

Não tinha como recusar aquele abraço, suspirei e a abracei, apertando em meus braços.

- Você também me faz feliz, Wendey... Parece que te conheço já a uma eternidade, é como se nunca tivesse saído do meu lado e isso foi... Imediato. - sorri contente. - Espero não perder isso.

Era a nossa vez de subir no balanço da roda gigante, olhei para o rapaz que nos aguardava.

- Isso é seguro? – Perguntei temeroso, era novo demais para morrer, e desta vez não queria que isso acontecesse.

- Sim, Senhor... – Disse o rapaz sem paciência, Wendey me puxou para me sentar.

Você confia nisso? – A olhei, passando o braço por traz dela e a juntando em mim, ela concordou. – Então vamos lá!

A roda gigante começou a girar e foi parando gradualmente para outras pessoas descerem e outras subirem até que paramos lá no alto, a vista de lá de cima era um espetáculo, olhei para Wendey maravilhado como aquilo era gratificante de se ver e de se sentir.

- Uau... Isso é lindo... – Disse embasbacado. – O que acha de virmos mais vezes aqui?

- Por mim viríamos todos os dias. A vista daqui é incrível! Apesar que dá um pouco de medo. É tão alto.

Aquele silencio era um convite para um beijo, eu e Wendey ficamos nos olhando, conseguia sentir o cheiro de seus hálito de mostarda, ela olhou para a minha boca e nos aproximamos para um beijo, o beijo que tanto queria, a roda gigante começou a se movimentar rápido, fechei os olhos, erguendo um pouco a cabeça e beijei sua testa, eu tinha medo de não saber beijar aquela boca, estava nervoso e provavelmente ela não iria gostar, a abracei e desviei o olhar para a cidade, demos duas voltas completas e paramos, o rapaz abriu a grade para descermos, desci primeiro, dei a mão para ela descer e seguimos para fora do parque, já era noite, a caminhada pela praia ficaria para depois.

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