Quantos anos você disse?

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Olhei para aquele garoto sentado na minha poltrona, empurrando a mesa com o pé para a cadeira girar, seu sorriso pelo feito conquistado era de me emocionar, louro, cabelos curtos, olhos azuis e grandes do tipo que é curioso, ele soltava uma risadinha seguida de um soluço engraçado, não parecia se sentir intimidado e sim muito familiarizado, a assistente social falava sem parar, mas eu nem escutava o que ela estava falando, até o momento em que ela diz.

- A mãe quer que ele fique com o pai e seja criado por ele... Então estamos aqui.

Olhei para ela de imediato, acho que meus olhos e minha aparência gélida demonstraram nitidamente que estava surpreso e completamente embasbacado.

- Você disse... Pai?... – Acho que até meu pênis sentiu o efeito dessa palavra.

- Sim, Sr. Jackson... Ele é seu filho!

A Senhora em pé a minha frente me olhava com um sorriso sínico de quem dissesse.

"até parece que não sabe como se faz um filho".

Caramba, e eu não sabia mesmo até completar 23 anos e conhecer... – Parei e olhei para o menino.

- Quantos anos você disse que ele tem?

- 4 anos... – Disse ela batendo com o envelope pardo no meu peito e se retirou. – Meu cartão está dentro do envelope junto com o documento, se precisar de mim é só me ligar.

Olhei para o garoto, que agora me olhava curioso.

- Fique onde está, não saia daí... – Pedi como se ele não fosse um humano e sim um cão de estimação, fechei a porta e corri atrás da mulher que já estava quase no elevador.

- Senhora... Por favor? Você não pode deixar esse menino aqui. – Pedi segurando a mulher pelo braço que me olhou torcendo a boca. – Eu não o conheço e muito menos ele a mim... O que eu vou fazer com uma criança...

- Sr. Jackson... Ele é seu filho, a mãe quer que o senhor cuide dele, aprenda a conviver com o seu filho, é o seu ultimo desejo. – Ela apoiou a mão no meu ombro. – Sei que é um choque, até então era solteiro, tranquilo... Mas agora o dever chama para aquele garotinho que está perdendo a mãe em uma cama de hospital... que não tem mais condições de cuidar dele, a única parente viva está em Nova York trabalhando e não conseguimos entrar em contato, e a mãe quer que o Senhor cuide dele, ame-o e de uma educação privilegiada... – Ela me olhou nos olhos. – Acho que o Senhor não gostaria de ver seu filho num abrigo, onde as crianças são maltratadas e que a cuidadora só visa o dinheiro que o estado lhe dá para manter as crianças, não é Sr. Jackson?!

Então ela pegou no meu ponto mais fraco, chacoalhei a cabeça em negativa, não gostaria de ver meu filho num local deste, a olhei.

- Onde ela está?... Em que hospital.

A Senhora suspirou fundo.

- Essa é uma informação de que fui proibida de dizer...

Deixei os ombros cairem, abri a boca resignado passando a mão na barba e a encarei.

- Se não me contar, eu vou descobrir de qualquer jeito, e talvez seja tarde demais quando descobrir... – Peguei em seu ombro e a olhei nos olhos. – Por favor?... Não conto a ela que foi você quem me disse...

- Está bem! – A Senhora bufou. – pegou há pasta embaixo do braço, abriu procurando a fecha dela. – Hospital Gemma Moore, Amarillo no Texas.

Sorri amável e a puxei para um abraço que ficou com as mãos abertas nas minhas costas.

- Obrigado... Obrigado! – Disse baixo, ela me deu dois tapinhas nas costas, sorriu e assisti aquela senhora ir embora, agora tinha uma criança sentada na poltrona da presidência do meu escritório, olhei para a porta e para todos que estavam em suas cabines, todos alheios ao que acontecia comigo depois de 5 anos.

Voltei para a sala, Adam estava no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa que antes, girando a cadeira dando impulso com o pé, me joguei no sofá, fiquei olhando aquele garoto, puxando os pelos da minha barba, estava completamente perdido, sem saber o que fazer.

A porta se abriu, D'Lanna entrou em minha sala, olhei para o garoto e riu.

- O que é isso Jackson, por um momento achei que tinha se transformado em uma criança... – Ela fechou a porta completamente embasbaca e se sentou ao meu lado com os braços cruzados, ficamos nos olhando, ela rindo e eu sério, atordoado e me sentindo mais uma vez impotente. – Me conte Jackson? – Ela fez uma careta engraçada.

Sorri, voltando a olhar o menino.

- Ele se parece tanto assim comigo?

- Bom!... Eu diria que é você em miniatura.

Demos risadas, tapei o rosto com as duas mãos bufando alto, os olhos úmidos.

- Ahhhhhhhhhhhhhhhh... – Soltei escorregando no sofá, ficando quase deitado, com a cabeça jogada para traz, fitando o teto. – Preciso de ajuda... – Girei a cabeça para olhar para a minha secretária. – Ligue para a Srª Maggie Flanangam... Mande ir para o meu apartamento... Cancele a reunião...

- Sim, senhor! – Ela se levantou, sorriu para Adam dando um tchau e ele respondendo com um abano de mão e voltou a brincar com a cadeira.

- Sim, senhor! – Ela se levantou, sorriu para Adam dando um tchau e ele respondendo com um abano de mão e voltou a brincar com a cadeira

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