"O Amor não é para os Fracos"

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No dia seguinte fui levado para casa, Wagner não foi o motorista que nos levou e sim Jimmy, motorista da mamãe e do papai, assim que desci na soleira da porta de casa, senti que aquele lugar me fazia mais mal ainda, eu iria ficar no meu quarto, ver a cama que fiz amor com Wendey por várias vezes, dormir no travesseiro que ela dormiu comigo, isso era uma tortura, dei uma olhada em volta, o sol brilhava diferente, ou era meus olhos e minha percepção que tinha mudado, parecia querer me aquecer, mas eu estava gelado, frio.

- Ei, Garoto! – Olhei para a minha esquerda e Wagner vinha em minha direção, sorria, abriu os braços e me abraçou como um pai abraça um filho, não tinha lágrimas para chorar, apenas sorri de lado, ele me olhou. – Seja bem vindo.

Apenas consenti com a cabeça e entrei, mamãe veio atrás de mim até meu quarto, entramos, ela deixou a bolsa sobre a cama.

- Vou buscar água para tomar seus remédios.

Caminhei até a porta do Banheiro, abri e olhei, era como se procurasse algo dela ou até mesmo ela, minha garota, e nada, estava sozinho, me encostei na parede do quarto e escorreguei até o chão, segurando meus cabelos e chorei novamente, a realidade batia a minha porta, me encolhi abraçando os joelhos, apoiei a cabeça nos braços e chorei em silencio, eu não queria que aquela dor passasse e ao mesmo tempo queria que isso acontecesse, que sumisse do meu peito.

- Jackson?... – Mamãe se abaixou de frente para mim. – Converse comigo, por favor? – Ela beijou meus cabelos tentando me abraçar, mas eu era grande demais para caber em seu colo. – Vamos... Tome seus remédios, vai se sentir melhor.

Minutos depois estava deitado na minha cama, quase dopado e a única coisa que tinha reação eram meus olhos, como era torturante sofrer daquele jeito.

"o amor não era para os fracos".

O tempo foi passando, já se foram mais de quinze dias que deixei Wendey em Amarillo, prometi a ela que iria escrever dando noticias de que cheguei bem em casa, então um sopro de esperança passou em meu ouvido, ela precisava saber que não a esqueci; Me arrastei para fora da cama até a escrivaninha, peguei meu caderno, uma caneta, respirei fundo e comecei a escrever.

Querida Wendey

Me perdoe por não ter escrito para você antes, é que assim que cheguei, papai me encheu de serviço e não é fácil se acostumar com a nova vida, principalmente ela sem você ao meu lado, mas entendo que suas obrigações e sua família precisem de você neste momento, mas preciso dizer que estou com saudades, sinto a sua falta todos os dias e todas as noites, não só na cama, mas no carro, nos passeios de finais de semana, na praia, até mesmo escovando os dentes. (Risos)

A volta para casa foi difícil, deixar você foi difícil, mas eu sei que um dia você vai voltar e vamos ficar juntos finalmente, vamos por os planos que fizemos em andamento, ter a nossas casa, os nossos filhos e o cachorro que tanto quer.

Los Angeles não é mais como antes, os amigos também não são mais como antes, mal aparecem, Keyko e Marc devem estar bem ocupados para não virem me ver ou me ligarem, sinto a falta deles, mas também nem posso reclamar, eu mal consigo respirar de tanto que trabalho, mas uma hora vou tirar umas horas e ir procurar por eles.

Me escreva, por favor?! Ter noticias suas me faria um bem danado.

Beijos daquele que te ama.

Jax Flanangan


Dobrei a carta, puxei a gaveta, peguei um envelope, coloquei dentro, passei cola e coloque sobre a mesa, olhei em volta e achei minha carteira sobre o criado mudo, apanhei e tirei o endereço de lá de dentro, escrevi e guardei para entregar ao Wagner para colocar na caixa do correio para mim já que estava proibido de sair de casa por causa dos remédios para depressão "não" que tomava, pois jogava todos fora, só tomava o que me fazia dormir, pois não dava para suportar as noites acordado, era de enlouquecer ficar deitado naquela cama.

Respirei fundo olhando para a carta dentro da gaveta, sei que contei mentiras, mas do que adiantaria se eu dissesse que não estava bem, que adoeci drasticamente, que a sua falta era como a morte para mim, preferia que ela tivesse uma falsa ilusão de que tudo estava bem e que eu caminhava como tinha planejado.

Respirei fundo olhando para a carta dentro da gaveta, sei que contei mentiras, mas do que adiantaria se eu dissesse que não estava bem, que adoeci drasticamente, que a sua falta era como a morte para mim, preferia que ela tivesse uma falsa ilusão ...

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