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Jackson Flanangam, é um rapaz bonito, mas gordinho, tímido e de posses. em 1999, faltando 4 meses para terminar seu ultimo ano na Universidade, ele conhece a mulher que iria mudar a sua vida, seus conceitos de filho educado, ate...
Ver Jackson indo embora daquele jeito partia o meu coração em milhares de pedaços. Mas, o que eu poderia fazer? Eu era quase um zumbi, uma morta-viva caminhando por aí a espera do fatídico dia que eu repousaria no túmulo.
Eu não queria que fosse assim, eu queria ficar ao lado do Jackson até ficar velhinha, ter pelo menos três filhos com ele e reforçar a cada dia o quanto eu o amava. Mas, não seria assim, o meu prazo de validade estava expirando e eu não podia fazer planos para o futuro, porque não haveria um futuro.
Um ano! Esse era o meu prazo máximo!
E por isso eu não poderia ficar com o homem da minha vida. Não era justo prendê-lo a mim, e fazê-lo sofrer pela minha perda quando ele tinha toda uma vida pela frente.
Se eu me casasse com o Jackson agora, logo eu estaria morta e ele se tornaria um viúvo triste e amargurado. Eu preferia me separar dele agora, ele sofreria alguns meses, até que me esqueceria e logo eu seria apenas uma boa lembrança, ou talvez nem isso, eu queria que o Jackson tivesse raiva de mim, que me odiasse, assim seria muito mais fácil pra ele me esquecer de uma vez.
Era estranho que eu me sentisse assim, mas eu preferia o seu rancor à sua piedade.
Me sentei na calçada da escola, escondi o rosto entre as mãos e chorei tudo o que não me permiti chorar nos outros dias
Eu não chorei desde que descobri o diagnóstico, eu não derramei uma lágrima sequer até aquele momento.
Eu chorava por todos os sonhos abortados, pela minha vida que estava se esvaindo e ainda mais porque nunca mais poria meus olhos no grande amor da minha vida.
- Eu te amo, Jackson! - Abracei a minha mala e gritei aos céus. - POR QUE?
Fiquei ali sentada não sei por quanto tempo até que uma chuva fina começou a cair sobre mim, e foi aumentando gradativamente, mas eu não levantei para me proteger dela. Eu continuei sentada, encarando o céu e sentindo a água da chuva escorrer pelo meu rosto junto as minhas lágrimas.
Levantei depois de muito tempo e caminhei para casa arrastando a minha mala e observando a minha cidade ao meu redor.
Eu lutei tanto para sair dali e era ali que tudo acabava, enfim!
Que grande ironia do destino!
A chuva não cessava e eu já começava a sentir frio, as roupas grudadas em minha pele e os cabelos que escorriam no meu rosto,também aumentavam a minha agonia.
-Wendey!- Emma me avistou da varanda de casa e veio correndo até mim, me puxando pelo braço pra dentro- Prima, o que houve?
- Acabou Emma! Acabou tudo, acabou o amor, acabou a vida, acabaram os sonhos!
Deixei minha mala no chão e abracei Emma, largando em seus ombros todo o peso da minha mágoa, ela me apertou forte e depois de alguns minutos nos soltamos.
- Desculpa não ter chego antes.
- Tudo bem! Como você poderia saber? O importante é que você está aqui agora!
- Acho que agora somos só nós duas, não é Emma?
- Sim, e vamos cuidar uma da outra.
Voltamos a nos abraçar entre lágrimas, cada uma chorando a sua perda!
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